quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Portugal. CAVACO PODE REMETER DECISÃO DE INDIGITAÇÃO PARA SUCESSOR



Opiniões dividem-se quanto à decisão que o Presidente da República pode tomar relativamente ao novo Governo.

Depois da queda do Executivo de Passos Coelho, esta terça-feira, estando agora em gestão, cabe ao Presidente da República tomar uma decisão.

Embora muitos acreditem que a indigitação de António Costa está a caminho, outros há que não estão assim tão certos de que esse será o próximo passo de Cavaco.

O constitucionalista Paulo Otero indicou, em entrevista à Rádio Renascença, que o chefe de Estado não tem que aceitar um primeiro-ministro que não quer.

“Primeiro, pode exigir mais garantias de estabilidade no acordo ao nível dos parceiros da coligação; segundo, pode condicionar, não apenas através de marcações ao nível do respeito da política externa, exemplo da NATO, ou a política europeia, mas ainda ao nível orçamental; o terceiro e último condicionamento: pode ser imposto ao nível da escolha do elenco governativo”, sustentou o constitucionalista.

Na opinião de Otero, Cavaco Silva pode ainda remeter a decisão da indigitação do próximo primeiro-ministro para o seu sucessor.

Opinião diferente tem o professor de Direito Constitucional Jorge Reis Novais: “Na situação em que estamos a única alternativa, a única opção que se coloca com alguma possibilidade é a indigitação de António Costa”.

“Nenhuma das outras opções ou são inconstitucionais ou não têm viabilidade política”, acrescenta Reis Novais, considerando que nesta circunstância “qual é o sentido de ouvir personalidades?”.

“O meu receio é que seja apenas uma forma, uma estratégia para gastar tempo, para perder tempo, para fazer arrastar o processo e não fazer aquilo que a Constituição exige que seria a nomeação imediata de um novo governo”, conclui.

Notícias ao Minuto

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