CONSIDERAR
ASSIS SOMENTE CÍNICO É INAPROPRIADO MAS… CONDESCENDAMOS
Mário Motta, Lisboa
A
manhã é de fim-de-semana porque hoje é sábado, e amanhã é domingo. Em muitos
locais os trabalhadores continuam a ser explorados, mesmo ao fim-de-semana. Domingo
é o Dia do Senhor. Dia para se descansar. Será pecado trabalhar? Antes era,
salvo raras exceções. Até o Homem das Silvas foi castigado e lá estava na lua à
vista de todos, por castigo e para exemplo. Deus castigou-o, contavam os
antigos às crianças.
Nas
grandes cidades, principalmente nos centros comerciais (este é um exemplo) é
ver o magote de jovens (não só) a trabalharem às 10 e mais horas por dia para receberem
pouco mais de 500 euros por mês. E trabalham 6 dias por semana. Folga semanal…
só um dia. Fazem pelo menos 60 horas semanais de trabalho em troca de pouco
mais que o salário mínimo nacional. E é se querem. É evidente que a Inspeção do
Trabalho, a entidade que devia fiscalizar e atuar, não fiscaliza, não atua à
medida das proporções das ilegalidades cometidas no setor. Nos centros
comerciais, na restauração, etc. É este o país que temos. O país de Cavaco e
dos Assis que por aí vagueiam como aves de rapina.
Um
presidente salazarento, Cavaco. Um governo desse presidente, Passos-Portas, por
quatro anos instalaram o fartar vilanagem e os atropelos aos direitos dos que
produzem, dos que trabalham, dos que lhes pagam com o suor dos seus rostos as
vidas de nababos que parasitariamente gozam. É assim, eles são os senhores de
milhões de escravos. Eles abrem a mão a entidades patronais com mentalidades
esclavagistas. De ladrões do trabalho dos outros e dos seus direitos e suas
dignidades, que aprenderam com os exemplos de usurpadores como Cavaco, Passos e
Portas a ser desonestos, injustos, gananciosos. Sabemos que são maus empresários,
péssimos patrões, mas os maus exemplos vieram de cima, dos que têm poderes e
dirigem este país. E a luz verde para assim agirem, tão selvática e livremente,
veio das mentalidades salazarentas com toques de modernidade a que chamam
neoliberalismos e etc.
Sem
ser à lupa vimos naquelas mentes perversas vontades fascistas a despontar e já
em prática. A Inspeção do Trabalho quase não existe, muito por culpa do governo
que há quatro anos a vem despojando de condições para ser mais presente, mais
enérgica, mais atuante. É por isso que empresários sem escrúpulos exploram
desalmadamente os que para eles trabalham com horários de escravos e remunerações
de miséria.
Pergunte-se:
esta é a sociedade que Assis quer para os trabalhadores portugueses? Assis,
eurodeputado pelo PS, quer este país de quase três milhões de pobres assim? Ou
pior? Pelo visto quer ainda pior. E quer que Cavaco-Passos e Portas continuem a instalar
em Portugal um regime miserabilista e esclavagista que oferece toda a proteção
aos empresários negreiros, aos corruptos, aos ladrões cujo regime tem imperado.
Por tudo isso e muito mais já chamam a Assis o Filho Querido de Cavaco (inspirados em Napoleão Bonaparte). O filho que ele não teve mas
que saltou agora, como por outras vezes, a arremessar aos explorados e
oprimidos deste país com a continuidade de uma seita que ruma ao fascismo
salazarento mascarado de democracia. Mas, ontem, Assis recuou. Cinicamente. Vê que pouco
mais espaço de manobra lhe resta. O acordo, o entendimento da maioria de
esquerda é um facto. Por isso este Assis cavaquista vem agora pôr panos quentes
nas suas obediências evidentes a Cavaco Silva e ao regime desumano vigente.
Antes rebelou-se contra um Parlamento de Esquerda a apoiar o PS no governo (um
mal menor que no tempo que corre é um bem). Antes, a convite de Cavaco, rebelou-se contra uma maioria para
derrotar a direita de Cavaco. Direita também de Assis, o filho querido de
Cavaco, submisso e defensor da direita salazarenta que se instalou cinicamente
no PS. Assis, que agora vem com falinhas mansas a pôr mais água na fervura, a
recuar das suas posições sintonizadas com Cavaco e a direita que ele agrega. Um
cínico que já mereceu dos realmente socialistas do PS e de António Costa essa
mesma classificação: cínico. A mostra está a seguir no artigo retirado do
Jornal de Notícias.
Assis,
o cínico, é muito cara-de-pau e julga-nos lorpas. Assis, como ave de rapina,
ficará a esvoaçar sobre nossas cabeças, pronto para o voo picado de ataque aos
socialistas do PS e aos outros partidos aliados que num acordo histórico,
graças a dirigentes corajosos e patrióticos, se entenderam e vão expulsar do
governo a direita que em revanchismo inaudito e desumano segue as suas pretensões mais primárias: os ricos mais ricos à conta dos sacrifícios, fome e miséria dos
pobres cada vez mais pobres que se têm de vender a empresários sem escrúpulos
por mau exemplo de políticos sem escrúpulos, como Assis e toda a seita de Cavaco. (MM
/ PG)
Assis
defende que Cavaco deve dar posse a Governo PS com acordo à esquerda
O
eurodeputado Francisco Assis defendeu, este sábado de madrugada, na Mealhada,
que o Presidente da República "deve dar posse" a um Governo PS com
acordo à esquerda.
Caso
haja acordo, "o senhor Presidente da República deve dar posse a esse
Governo, porque seria pior para o país se vivêssemos num governo de
gestão", afirmou Francisco Assis, que falava aos jornalistas no final do
encontro promovido pelo próprio, que teve como pretensão a formação de uma
corrente interna de contestação a um Governo do PS com apoio do PCP e BE.
Caso
haja acordo, "o senhor Presidente da República deve dar posse a esse
Governo, porque seria pior para o país se vivêssemos num governo de
gestão", afirmou Francisco Assis, que falava aos jornalistas no final do
encontro promovido pelo próprio, que teve como pretensão a formação de uma
corrente interna de contestação a um Governo do PS com apoio do PCP e BE.
Embora
Francisco Assis discorde "política e materialmente" de uma solução de
Governo do PS com acordo à esquerda (PCP e BE), essa solução, caso tenha
"garantias" de apoio parlamentar, tem "legitimidade formal
inatacável".
Apesar
de defender que o PR deve dar posse a um governo PS com apoio dos bloquistas e
comunistas, o eurodeputado voltou a reiterar a sua "oposição de
fundo" em relação ao caminho "que o Partido Socialista está agora a
seguir".
Francisco
Assis considerou que o que tem faltado "muitas vezes no PS e que impediu
algumas clarificações históricas foi não haver divergências políticas".
"As
que existiram eram meras divergências pessoais", sublinhou.
O
socialista recordou ainda que nunca fez um apelo a "qualquer desobediência
por parte dos deputados", referindo que os eleitos pelo PS "têm de
seguir a orientação que for determinada pela direção do partido".
Na
Mealhada, participaram no encontro cerca de 160 de militantes, entre os quais,
Eurico Brilhante Dias, da anterior da direção de António José Seguro, os
ex-deputados José Bianchi, Afonso Candal, Manuel dos Santos e José Junqueiro, o
ex-secretário de Estado José Lamego, o presidente da Câmara da Mealhada, Rui
Marqueiro, o ex-deputado e ex-presidente da Distrital do PS de Coimbra Vitor
Baptista, o dirigente socialista António Galamba e o antigo presidente da
Câmara de Matosinhos Narciso Miranda.
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