sábado, 7 de novembro de 2015

Portugal. FRANCISCO ASSIS, O CÍNICO



CONSIDERAR ASSIS SOMENTE CÍNICO É INAPROPRIADO MAS… CONDESCENDAMOS


Mário Motta, Lisboa

A manhã é de fim-de-semana porque hoje é sábado, e amanhã é domingo. Em muitos locais os trabalhadores continuam a ser explorados, mesmo ao fim-de-semana. Domingo é o Dia do Senhor. Dia para se descansar. Será pecado trabalhar? Antes era, salvo raras exceções. Até o Homem das Silvas foi castigado e lá estava na lua à vista de todos, por castigo e para exemplo. Deus castigou-o, contavam os antigos às crianças.

Nas grandes cidades, principalmente nos centros comerciais (este é um exemplo) é ver o magote de jovens (não só) a trabalharem às 10 e mais horas por dia para receberem pouco mais de 500 euros por mês. E trabalham 6 dias por semana. Folga semanal… só um dia. Fazem pelo menos 60 horas semanais de trabalho em troca de pouco mais que o salário mínimo nacional. E é se querem. É evidente que a Inspeção do Trabalho, a entidade que devia fiscalizar e atuar, não fiscaliza, não atua à medida das proporções das ilegalidades cometidas no setor. Nos centros comerciais, na restauração, etc. É este o país que temos. O país de Cavaco e dos Assis que por aí vagueiam como aves de rapina.

Um presidente salazarento, Cavaco. Um governo desse presidente, Passos-Portas, por quatro anos instalaram o fartar vilanagem e os atropelos aos direitos dos que produzem, dos que trabalham, dos que lhes pagam com o suor dos seus rostos as vidas de nababos que parasitariamente gozam. É assim, eles são os senhores de milhões de escravos. Eles abrem a mão a entidades patronais com mentalidades esclavagistas. De ladrões do trabalho dos outros e dos seus direitos e suas dignidades, que aprenderam com os exemplos de usurpadores como Cavaco, Passos e Portas a ser desonestos, injustos, gananciosos. Sabemos que são maus empresários, péssimos patrões, mas os maus exemplos vieram de cima, dos que têm poderes e dirigem este país. E a luz verde para assim agirem, tão selvática e livremente, veio das mentalidades salazarentas com toques de modernidade a que chamam neoliberalismos e etc.

Sem ser à lupa vimos naquelas mentes perversas vontades fascistas a despontar e já em prática. A Inspeção do Trabalho quase não existe, muito por culpa do governo que há quatro anos a vem despojando de condições para ser mais presente, mais enérgica, mais atuante. É por isso que empresários sem escrúpulos exploram desalmadamente os que para eles trabalham com horários de escravos e remunerações de miséria.

Pergunte-se: esta é a sociedade que Assis quer para os trabalhadores portugueses? Assis, eurodeputado pelo PS, quer este país de quase três milhões de pobres assim? Ou pior? Pelo visto quer ainda pior. E quer que Cavaco-Passos e Portas continuem a instalar em Portugal um regime miserabilista e esclavagista que oferece toda a proteção aos empresários negreiros, aos corruptos, aos ladrões cujo regime tem imperado.

Por tudo isso e muito mais já chamam a Assis o Filho Querido de Cavaco (inspirados em Napoleão Bonaparte). O filho que ele não teve mas que saltou agora, como por outras vezes, a arremessar aos explorados e oprimidos deste país com a continuidade de uma seita que ruma ao fascismo salazarento mascarado de democracia. Mas, ontem, Assis recuou. Cinicamente. Vê que pouco mais espaço de manobra lhe resta. O acordo, o entendimento da maioria de esquerda é um facto. Por isso este Assis cavaquista vem agora pôr panos quentes nas suas obediências evidentes a Cavaco Silva e ao regime desumano vigente. Antes rebelou-se contra um Parlamento de Esquerda a apoiar o PS no governo (um mal menor que no tempo que corre é um bem). Antes, a convite de Cavaco, rebelou-se contra uma maioria para derrotar a direita de Cavaco. Direita também de Assis, o filho querido de Cavaco, submisso e defensor da direita salazarenta que se instalou cinicamente no PS. Assis, que agora vem com falinhas mansas a pôr mais água na fervura, a recuar das suas posições sintonizadas com Cavaco e a direita que ele agrega. Um cínico que já mereceu dos realmente socialistas do PS e de António Costa essa mesma classificação: cínico. A mostra está a seguir no artigo retirado do Jornal de Notícias.

Assis, o cínico, é muito cara-de-pau e julga-nos lorpas. Assis, como ave de rapina, ficará a esvoaçar sobre nossas cabeças, pronto para o voo picado de ataque aos socialistas do PS e aos outros partidos aliados que num acordo histórico, graças a dirigentes corajosos e patrióticos, se entenderam e vão expulsar do governo a direita que em revanchismo inaudito e desumano segue as suas pretensões mais primárias: os ricos mais ricos à conta dos sacrifícios, fome e miséria dos pobres cada vez mais pobres que se têm de vender a empresários sem escrúpulos por mau exemplo de políticos sem escrúpulos, como Assis e toda a seita de Cavaco. (MM / PG)

Assis defende que Cavaco deve dar posse a Governo PS com acordo à esquerda

O eurodeputado Francisco Assis defendeu, este sábado de madrugada, na Mealhada, que o Presidente da República "deve dar posse" a um Governo PS com acordo à esquerda.

Caso haja acordo, "o senhor Presidente da República deve dar posse a esse Governo, porque seria pior para o país se vivêssemos num governo de gestão", afirmou Francisco Assis, que falava aos jornalistas no final do encontro promovido pelo próprio, que teve como pretensão a formação de uma corrente interna de contestação a um Governo do PS com apoio do PCP e BE.

Caso haja acordo, "o senhor Presidente da República deve dar posse a esse Governo, porque seria pior para o país se vivêssemos num governo de gestão", afirmou Francisco Assis, que falava aos jornalistas no final do encontro promovido pelo próprio, que teve como pretensão a formação de uma corrente interna de contestação a um Governo do PS com apoio do PCP e BE.

Embora Francisco Assis discorde "política e materialmente" de uma solução de Governo do PS com acordo à esquerda (PCP e BE), essa solução, caso tenha "garantias" de apoio parlamentar, tem "legitimidade formal inatacável".

Apesar de defender que o PR deve dar posse a um governo PS com apoio dos bloquistas e comunistas, o eurodeputado voltou a reiterar a sua "oposição de fundo" em relação ao caminho "que o Partido Socialista está agora a seguir".

Francisco Assis considerou que o que tem faltado "muitas vezes no PS e que impediu algumas clarificações históricas foi não haver divergências políticas".

"As que existiram eram meras divergências pessoais", sublinhou.

O socialista recordou ainda que nunca fez um apelo a "qualquer desobediência por parte dos deputados", referindo que os eleitos pelo PS "têm de seguir a orientação que for determinada pela direção do partido".

Na Mealhada, participaram no encontro cerca de 160 de militantes, entre os quais, Eurico Brilhante Dias, da anterior da direção de António José Seguro, os ex-deputados José Bianchi, Afonso Candal, Manuel dos Santos e José Junqueiro, o ex-secretário de Estado José Lamego, o presidente da Câmara da Mealhada, Rui Marqueiro, o ex-deputado e ex-presidente da Distrital do PS de Coimbra Vitor Baptista, o dirigente socialista António Galamba e o antigo presidente da Câmara de Matosinhos Narciso Miranda.

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