Líder
do PS disse à Visão que pode apresentar "imediatamente" um elenco
governativo. Há vários independentes na calha
Formar
um governo pode ter o seu quê de dramático. António Costa era amigo do vereador
da Cultura na Câmara do Porto e contava com ele para seu ministro da Cultura. A
morte súbita de Paulo Cunha e Silva, anteontem, aos 53 anos, obrigou-o a mudar
de planos. Na área da cultura, Cunha e Silva - com um currículo que incluía o
Museu de Serralves, o Porto 2001 Capital Europeia da Cultura - foi um dos
principais fazedores do programa do PS nesta área (que será inovador já que o
ministério passará a deter a tutela do grupo RTP).
Agora
o líder do PS terá provavelmente de conversar de novo com um dos seus
principais conselheiros nestas matérias, José Manuel dos Santos, militante do
PS, antigo assessor de três presidentes da República (Eanes, Soares e Sampaio),
administrador da Fundação da EDP. O próprio José Manuel dos Santos é uma
hipótese - mas parece não estar muito interessado.
Costa
ainda não disse quem serão os seus ministros mas já afirmou que "pode
apresentar imediatamente um elenco governativo". Há personalidades que já
admitiram que estão na calha. O economista independente Manuel Caldeira Cabral,
que foi cabeça de lista do partido em Braga, admitiu anteontem que seria uma
"honra" ser ministro. Tem sido referido como a hipótese mais provável
na pasta da Economia.
Mário
Centeno, o economista do Banco de Portugal que coordenou todo o processo de
elaboração dos cenários macroeconómicos do PS - e esteve profundamente
envolvido nas negociações com a esquerda - também tem sido referido para
ministro das Finanças. Anteontem disse na RTP que está "livre" para
aceitar um convite.
As
implicações de negociação permanente que resultam dos acordos com o BE e a CDU
vieram dar ao futuro ministro dos Assuntos Parlamentares uma importância
acrescida. Será ele o principal pivô dessas negociações. Para a função tem sido
falado o nome de José António Vieira da Silva - um político experimentado,
economista de formação, que em tempos conseguiu, como ministro, acordar uma
reforma da Segurança Social aceite pela CGTP. Em anteriores experiências
governativas, Vieira da Silva trabalhou com Pedro Marques , que tem sido dado
como hipótese no Emprego e Segurança Social.
Outro
nome dado como garantido é o de Adalberto Campos Fernandes para a pasta da
Saúde. Uma certeza parece ser a escolha de Maria Manuel Leitão Marques para a
Modernização Administrativa. A sua formação jurídica dá-lhe capacidade para
controlar a qualidade da produção legislativa do governo, algo que geralmente
cabe ao ministro da Presidência.
Para
a Defesa tem sido referido João Soares mas também Miranda Calha. Este foi
promovido por Costa no final da última legislatura a vice-presidente do
Parlamento e agora, tendo sido reeleito deputado, não lhe está atribuída
nenhuma função especial. Calha é um histórico do PS - deputado desde a
Constituinte. Igualmente militante é o deputado Eduardo Cabrita, um
"costista" de longa data, que poderá ser o novo ministro da Administração
Interna. E ainda José Apolinário (cabeça de lista em Faro), que se fala para o
Mar.
Para
a pasta do Ambiente o nome que tem vindo a ser referido é o da professora universitária
Helena Freitas, que foi cabeça de lista do PS em Coimbra. Não é militante do PS
- assim como também não é o jovem bioquímico Tiago Brandão Rodrigues, eleito
deputado como cabeça de lista do PS em Viana do Castelo, e cujo nome é falado
para a pasta da Educação.
João Pedro Henriques - Diário
de Notícias – foto Hugo Correia / Reuters
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