A
presidente do parlamento regional da Catalunha convocou para terça-feira uma
reunião dos porta-vozes parlamentares catalães para decidir sobre uma petição
para travar a resolução independentista acordada entre os partidos Junts Pel Sí
e CUP.
A
decisão está a ser vista como uma forma de acelerar o processo independentista,
já que abre caminho a que o parlamento catalão se reúna em plenário a 09 de
novembro, data em que o presidente do governo regional, líder da Convergència
Democràtica da Catalunya e integrante da lista Junts Pel Sí, Artur Mas, se
submete à primeira votação dos deputados catalães para a investidura do novo
presidente.
A
reunião da Junta de Porta-Vozes estava a ser bloqueada pelo Partido Popular
(PP) catalão - que estava a deixar até ao último dia do prazo (06 de novembro)
a constituição do grupo parlamentar.
A
presidente da Mesa do Parlamento catalão, Carme Forcadell (Junts Pel Sí), já
constituiu a Junta de porta-vozes (mesmo sem o PP) e convocou os
"populares" para a reunião decisiva na qualidade de
"convidados". A Mesa do Parlamento catalão tem maioria independentista,
pelo que depois de "ouvir" a Junta de Porta-Vozes na terça-feira de
manhã, abrirá um período de 48 horas para eventuais emendas à resolução e
poderá convocar o plenário de 09 de novembro já na sexta-feira.
O
Partido Popular catalão e o partido Ciudadanos consideraram já que a decisão
"viola os direitos fundamentais dos deputados". E o PP rejeita mesmo
estar na reunião.
"Poupem
o convite porque não estaremos numa reunião ilegal. [...] Não nos podem
convidar só porque sim. Teremos de ir como membros de pleno direito, mas quando
estivermos constituídos como grupo parlamentar", declarou o deputado
regional "popular" Enric Millo.
A
líder do Ciudadanos na Catalunha, Inés Arrimadas, também revelou que o seu
grupo pretende travar a reunião.
"É
um atropelo aos direitos dos catalães", disse Arrimadas, ressalvando no
entanto que estará presente.
Na
semana passada, os dois principais partidos independentistas no parlamento
catalão, a Junts pel Sí e a CUP (extrema-esquerda), acertaram um texto de
resolução - a ser aprovado no hemiciclo catalão - que inicia o processo de
"criação do Estado catalão independente" que, sublinham, "terá a
forma de república".
Por
outro lado, ambas as formações garantem que o processo independentista
"não estará submetido às decisões das instituições do Estado espanhol, em
particular do Tribunal Constitucional", organismo que dizem já não ter
legitimidade.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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