Depois
de 2014 ter ficado marcado por uma inédita visita à China de um presidente de
São Tomé e Príncipe, o arquipélago vai agora receber um vultuoso investimento
chinês, tendo em vista afirmar-se como o “Dubai de África.”
O
porto de águas profundas, com um custo estimado em 800 milhões de dólares e
cuja construção foi adjudicada a um grupo chinês, foi apresentado em Outubro
pelo governo de São Tomé e Príncipe a investidores em Londres, onde o
primeiro-ministro Patrice Trovoada defendeu, numa entrevista ao jornal
Independent on Sunday, o “plano de negócios” do arquipélago.
“O
que a China está a oferecer num negócio como este é um empréstimo e não um
donativo. O que nós temos é uma empresa chinesa tecnicamente capaz que se
empenhou. É um acordo comercial, não político”, afirmou o chefe do governo
são-tomense.
A
China Harbour Engineering Company (CHEC) vai co-financiar, com pelo menos 120
milhões de dólares, a construção do porto, descrito pelo governo como uma
“infra-estrutura de classe mundial para servir as necessidades logísticas do
Golfo da Guiné.”
O
primeiro porto de águas profundas do arquipélago deverá ser construído na zona
de Fernão Dias, distrito de Lobata, a 12 quilómetros da capital, devendo entrar
em funcionamento em 2019.
Ao
Independent on Sunday o primeiro-ministro são-tomense assumiu o objectivo de
ser o “Dubai de África”, uma “plataforma de oferta de serviços” que aproveita a
proximidade geográfica a algumas das maiores economias do continente.
No
ano passado, a relação entre a China e São Tomé e Príncipe tornou-se menos
distante com a visita de Manuel Pinto da Costa, a primeira de um presidente
são-tomense à China em quase vinte anos, ainda que a título privado.
Também
em 2014, a empresa chinesa Guangxi Hydroelectric Construction Bureau iniciou a
construção de uma urbanização na ilha de São Tomé, em regime de
auto-financiamento estimado em 300 milhões de dólares.
A
ser erguida entre a capital de São Tomé e Príncipe e o distrito de Lobata numa
área de 214 hectares, a nova urbanização contará com pouco mais de uma centena
de habitações bem como supermercados, escolas, creches e um hospital.
Nascida
no âmbito do projecto “Expu Conga” concebido pelo ministério das Obras Públicas
de São Tomé e Príncipe, a nova urbanização terá ainda edifícios para os corpos
diplomáticos acreditados no arquipélago bem como várias infra-estruturas com um
máximo de sete pisos para os serviços de administração pública, incluindo áreas
turísticas, comerciais, culturais, desportivas e de lazer.
Além
da construção de raiz na nova urbanização, o contracto contempla ainda a
requalificação da actual cidade de São Tomé, edificada nos anos 50 do século XX
pela então administração colonial portuguesa. (Macauhub/CN/ST)
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