segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Transações suspeitas de branqueamento de capitais em Macau sobem 3,8% até junho



As autoridades de Macau registaram, no primeiro semestre do ano, 910 participações de transações suspeitas de branqueamento de capitais e/ou financiamento de terrorismo, uma subida de 3,8% face ao período homólogo de 2014.

Dados publicados pelo Gabinete de Informação Financeira (GIF) de Macau indicam que do universo de 910 participações entre janeiro e junho -- mais 33 do que na primeira metade de 2014 -- 60 foram enviadas para o Ministério Público para investigação.

A indústria do jogo manteve-se como a atividade que deu origem ao maior número de denúncias (682 ou 74,9% do total), seguindo-se o setor financeiro, da banca e seguradoras (219 ou 24,1%). As restantes (9 ou 1%) foram apresentadas por outras instituições.

O total de participações de transações suspeitas de branqueamento de capitais e/ou financiamento de terrorismo tem vindo a subir ao longo dos últimos anos.

O número aumentou de 725 em 2007 para 1.840 em 2012. Com efeito, em 2013 diminuiu para 1.595 denúncias, mas voltou a subir para 1.812 em 2014.

Os setores referenciados, como os casinos, são obrigados a comunicar às autoridades qualquer transação de montante igual ou superior a 500 mil patacas (57 mil euros ao câmbio atual).

O Departamento de Estado norte-americano tem vindo repetidamente a propor em relatórios sobre Macau uma diminuição no valor mínimo das operações que os casinos, em particular, são obrigados a reportar como transações suspeitas de branqueamento de capitais.

Em concreto, defende que Macau deve baixar o limiar para a participação de transações suspeitas dos casinos para 3.000 dólares (2.700 euros), ou seja, para um valor 20 vezes inferior ao aplicado atualmente, para ir ao encontro dos padrões internacionais.

A lei 2/2006 sobre a prevenção e repressão do crime de branqueamento de capitais está a ser revista há anos, com o objetivo de observar esses novos padrões internacionais, mas eventuais mexidas no referido "teto" não foram ainda abordadas.

A revisão do diploma figura no relatório das Linhas de Ação Governativa do Executivo de Macau para 2016, apresentado em novembro.

DM // MP - Lusa

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