sexta-feira, 27 de março de 2015

Portugal. SOMOS ESCRAVOS DA AUSTERIDADE?



Paulo Pereira de Almeida – Diário de Notícias, opinião

A pobreza é um dos princípios para se desencadearem conflitos violentos. Guerras. É por isso - no mínimo - espantoso que uma elite de privilegiados e bem pagos tecnocratas continuem a insistir numa receita para o desastre. Neste caso concreto - e na União Europeia (UE), em geral, e no caso da zona euro, em particular - soubemos na semana passada pelo DN que "o Presidente da República e Subir Lall, o chefe de missão do FMI a Portugal, disseram que as reformas das contas públicas e da economia são um novo "modo de vida" que os países têm de adotar e de maneira "permanente"."

Mais. Esta opinião foi também reforçada pelo chamado Conselho das Finanças Públicas (CFP), pelo que - segundo o Dinheiro Vivo (um excelente site especializado em economia) - "o estudo do CFP acaba por servir de recado ao próximo governo. Se o executivo que sair das eleições de setembro/outubro próximo não incrementar as reformas -, isto é, se as políticas adotadas forem as mesmas que hoje existem (o chamado "pressuposto de políticas invariantes") e se forem totalmente eliminadas as medidas excecionais (sobretaxa do IRS, corte de salários públicos) -, a diferença entre o saldo orçamental sem mais medidas e o "saldo necessário para cumprir o ajustamento anual" à luz das regras europeias traduz-se num "desvio" de 1,9% do PIB já em 2016." Ou seja, a "austeridade" tem agora um novo nome e uma nova semântica. Designa-se "pressuposto de políticas invariantes" e é apresentada - uma vez mais - como a única alternativa (semanticamente nem se trata de alternativa, pois esta pressupõe - justamente - a possibilidade de escolha). É grave. Se considerarmos o que aconteceu em países soberanos como Portugal e Grécia, e se atendermos às políticas públicas socialmente devastadoras que aqui foram implementadas como se se tratasse de "engenharia social", os resultados foram um retrocesso civilizacional, uma desmotivação das populações e um afastamento e alheamento da política e das causas públicas. Na verdade, estamos - seguramente - à beira de uma rutura social e cívica com consequências ainda imprevisíveis. E se somarmos a este cenário a reconfiguração do espectro político, com o já visível (em França e em Espanha, concretamente) fim do bipartidarismo e com a fragmentação dos eleitorados aparentemente órfãos de uma representação política e democrática que os mobilize para a sua vida quotidiana e para os desafios políticos dos seus países, corremos - então - um considerável risco de anomia social.

Mas isto não é tudo. O mais preocupante - em meu entender - é mesmo a atual forma de mobilização da mão-de-obra e a sua cada vez mais parca capacidade de melhoria da qualidade de vida através de um salário digno. E é este o resultado do tal "pressuposto de políticas invariantes". Escandaloso. Mas foi esta mesma elite de tecnocratas que - a seu tempo - defendeu a "necessidade" de baixar salários e de reduzir despesas. Lamento. Estão - em minha opinião - invariavelmente errados. É que o resultado e o fim último da política deve - obviamente - ser o da melhoria da qualidade de vida das populações, o prolongamento da sua esperança de vida e do seu bem-estar. Esperemos - pois - que esta ditadura da austeridade, este neofeudalismo que nos transforma em escravos deste tipo de políticas tenha - nos próximos tempos - um fim à vista. Pela minha parte, e porque não gostaria de ver a Europa novamente num conflito armado, vou - obviamente - manter a esperança.

Portugal. MANIFESTANTES PEDEM DEMISSÃO DE CAVACO SILVA




Cerca de meia centena de trabalhadores e sindicalistas do sector têxtil concentraram-se esta sexta-feira em protesto contra o corte dos direitos e redução dos salários junto à empresa Riopele, em Famalicão, visitada pelo Presidente da República.

À chegada de Cavaco Silva, os manifestantes apuparam o chefe de Estado e ouviram-se gritos que pediam "demissão".

A fábrica vai ser hoje visitada por Aníbal Cavaco Silva, no âmbito da quarta jornada do Roteiro para uma Economia Dinâmica.

Na manifestação constam bandeiras da CGTP e dos sindicatos do têxtil com os manifestantes a reclamarem a “mudança de governo”, “mais emprego”, “mais salários e mais direitos”.

Segundo o Sindicato do Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, o novo acordo colectivo de trabalho, que está em negociação, irá “roubar os trabalhadores”, designadamente os feriados do Carnaval e o municipal e a majoração de três dias de férias.

No âmbito do Roteiro para uma Economia Dinâmica, Cavaco Silva vai ainda vai visitar hoje o Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes (CeNTI), o Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário (CITEVE) e participa numa sessão de homenagem ao sector do têxtil e vestuário e comemorativa dos 50 anos da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), onde fará uma intervenção.

Lusa, em jornal i

Angola. Assassinos de Cassule e Kamulingue condenados a pesadas penas de prisão




Advogados de condenados recorrem, familiares das vítimas processam o Estado e activista espancado no tribunal em parte incerta.

Coque Mukuta – Voz da América

Os advogados dos sete membros do serviço de inteligência de Angola condenados ontem, 26, pelo Tribunal  Provincial de Luanda a pesadas penas de prisão pelo assassinato dos activistas Isaías Cassule e Alves Kaulingue em 2012 recorreram da sentença do Tribunal  Provincial de Luanda.

Por seu lado, os advogados dos activistas assassinados preparam uma queixa-crime contra o tenente-general José Peres Afonso, mais conhecido por “General Filó”, apontado no julgamento como autor moral dos assassinatos.

As penas variam de 17 a 14 anos de prisão e agora aguardam a decisão do Supremo Tribunal de Justiça: António Manuel Gamboa Vieira Lopes, chefe dos serviços de inteligência de Luanda, 17 anos de prisão efectiva, Augusto Paulo Mota, 16 anos, Manuel Miranda, 16 anos, Luís Miranda, 14 anos, Francisco Pimentel, 14 anos, Edivaldo Domingos dos Santos e Júnior Maurício, 17 anos.  João Fragoso foi o único absolvido.

Entretanto, antes da leitura da sentença, a polícia espancou fortemente um jovem activista  que acompanhou o processo e queria assistir a sessão. Até agora, desconhece-se o paradeiro do activista.

Os condenados terão ainda de pagar um milhão e 500 mil kwanzas (perto de 15 mil dólares americanos) cada aos familiares de Isaías Cassule e Alves Kamulingue.

O “general Filó”, considerado pelos condenados o autor moral dos assassinatos, não compareceu ao julgamento por estar no exterior em tratamento, mas a VOA sabe que ele já se encontra no país.

Os activistas foram raptados e e posteriormente assassinados quando tentavam organizar uma manifestação de apoio a ex-militares, em 2012.

O julgamento que se arrastou por mais de um ano registou várias paralisações.

Interrompido pela primeira vez a 3 de Setembro, foi retomado no dia 17 de Novembro, sendo de novo suspenso no final de Dezembro para ser retomado em Fevereiro.

A primeira interrupção deu-se depois de o tribunal ter afirmando não ter competência para continuar o julgamento depois de um dos réus ter sido promovido pela presidência a general.

O referido oficial é António Manuel Gamboa Vieira Lopes, agora condenado a 17 anos de prisão.

À data do homicídio aquele militar ostentava o posto de brigadeiro. Porém, a 27 de Maio de 2014, ao ser promovido ingressou na classe de oficiais generais, deixando assim de estar sob  a alçada dos tribunais civis, os quais não podem julgar um general.

A promoção e a interrupção do julgamento causaram celeuma e sérios embaraços ao Presidente da República que revogou a medida.

José Eduardo dos Santos mandou instaurar um inquérito para averiguar como é que o nome de Vieira Lopes tinha sido incluído na lista de promoções quando estava a ser julgado.

A referida comissão de inquérito ainda não se pronunciou.


Angola. Activista e advogado continuam detidos em Cabinda sem previsão de julgamento



Manuel José – Voz da América

O activista José Marcos Mavungo e o presidente provincial da Ordem dos Advogados de Angola Arão Tempo continuam na prisão 20 dias depois de terem sido detidos pelas autoridades em Cabinda.

Mavungo foi detido em casa na manhã do dia 7 antes do início de uma marcha por ele organizada que pretendia manifestar-se contra as violações dos direitos humanos no enclave e a governadora Aldina Matilde da Lomba Katenbo.

O advogado Tempo, por sua vez, foi preso na fronteira com a República do Congo.

O deputado pela bancada parlamentar da Unita Raul Danda e activista cívico de cabinda Alexandre Kuanga deploram e criticam a atitude das autoridades.

Danda vai mais longe e acusa: "Recebi uma ligação de alguém próximo ao Governo de Cabinda a informar-me que os serviços de segurança do Estado perguntavam constantemente no aeroporto de Cabinda a que horas eu chegava", diz Danda que considera de arbitrária a detenção dos dois activistas cívicos.

"Prende-se o Dr. Marcos Mavungo por apelar as pessoas a se manifestarem, o que é um direito constitucional isto é algum crime? Prende-se o Dr. Arão Tempo por ir à procura de tratamento em Ponta Negra porque a saúde em Cabinda é uma desgraça, é medíocre, não presta para nada, isto é crime?”, pergunta o líder parlamentar da Unita.  

O activista Alexandre Kuanga, que diz ter escapado à prisão em Cabinda, revela que "mesmo passando pelo tribunal sem provas o Dr. Marcos Mavungo continua detido e o Dr. Arão Tempo ate agora não foi ao tribunal”.

Fontes da VOA indicam que as autoridades judiciais têm 45 dias para formalizar a acusação contra Mavungo e Tempo e, findo este período, podem solicitar mais 45 dias e, finalmente, mais 30 dias para formalizar a acusação.

Advogados exigem libertação do presidente da Ordem

Arão Tempo está detido há 14 dias apesar de o tribunal ter rejeitado as acusações iniciais

José Manuel – Voz da América

Os advogados do presidente do conselho provincial da Ordem dos Advogados Arão Bula Tempo, detido pelos órgãos de defesa e segurança a 14 de Março, submeteram ontem, 26 de Março, um requerimento de "habeas corpus" no qual exigem a libertação do advogado detido por alegado crime contra a segurança do estado.

Os advogados alegam que o requerimento é uma expressão jurídica constitucionalmente consagrado para proteger Tempo que viu a sua liberdade infringida.

Eles consideram que a sua detenção foi manifestamente ilegal, porquanto viola de forma flagrante o artigo 63º da Constituição da República de Angola.

No momento da detenção, referem os advogados, não lhe foi exibido qualquer mandado de prisão ou detenção emitido por autoridade competente nos termos da lei, com a agravante de não ter sido efectuada em flagrante delito.

A providência entrou no tribunal de Cabinda que deve, nos termos da lei, notificar imediatamente a Procuradoria da República pelo facto de o advogado estar sob sua guarda numa das prisões em Cabinda.

Catorze dias depois da sua detenção nenhuma coisa mudou. Segundo os advogados de defesa, a instrução que se requereu não trouxe nada de novo, daí a sua indignação pela manutenção da prisão do presidente do conselho provincial da Ordem dos Advogados por se basear em elementos infundados.

Recorde-se que Arão Tempo foi detido no dia 14 de Março na fronteira de Massabi, Município de Cacongo, em Cabinda, quando se dirigia para a vizinha República do Congo para tratamento médico.

Desde a data da sua detenção, nenhuma autoridade pública em Cabinda fez qualquer pronunciamento sobre as razões da detenção do advogado.

Nas mesmas condições encontra-se igualmente o activista dos direitos humanos Marcos Mavungo, detido pelas autoridades por ter organizado uma marcha para protestar contra a alegada violação dos direitos humanos e da má governação em Cabinda.

O seu processo voltou igualmente para a instrução após o tribunal não ter encontrado elementos suficientes para a sua condenação.

As autoridades alegaram supostamente que os organizadores terão contado com apoio de países estrangeiros com fins inconfessos, algo que pode levar a uma pena de prisão  entre 1 e 10 anos.

A polícia nacional que os deteve nunca fez nenhum esclarecimento que justificasse uma suposta colaboração com estrangeiros, tal como alegam no seu auto de notícias.


Angola. Arlete Sangumba: "É inconcebível que ainda haja agressões contra a oposição"




Os assassinos de Alves Kamulingue e Isaías Cassule deveriam ter sido condenados à pena máxima de prisão, disse  Arlete Sangumba do Conselho Deliberativo da Casa-CE, no programa Angola Fala Só, da VOA, hoje, 27 de Março.

Voz da América, em Angola Fala

Sangumba reagia à condenação a pesadas penas de prisão aplicadas pelo Tribunal Provincial de Luanda a vários membros dos serviços de inteligência do Estado considerados culpados do rapto e assassinato daqueles activistas em 2012.

Para Arlete Sangumba, as sentenças não a surpreederam  tanto assim "pois foi “um caso chocante” que abalou todo o país, mas que é apenas “a bolha de água daquilo que são os abusos”  que ocorrem em Angola.

É também um caso que demonstra que “os direitos humanos devem receber mais atenção” por parte das autoridades, disse a militante da Casa-CE.

Arlete Sangumba não quis  comentar o julgamento do jornalista Rafael Marques, mas fez notar que o julgamento está a decorrer à porta fechada.

“Não sabemos o que se passa lá dentro”, disse, acrescentando que deve-se aguardar para saber o que vai passar "para depois tirarmos as nossas conclusões”.

Sangumba considera ser “inconcebível” que, através do país, se continuem a registar actos de intolerância política como os recentes ataques na Luanda Norte contra uma caravana da Unita.

Embora a democracia seja “algo novo para nós”,  os angolanos, disse, devem ter a vontade de lutar “para que Angola seja uma país democrático”.

A dirigente da Casa-CE  negou acusações de um ouvinte segundo o qual o partido está a ser caracterizada por “letargia” enquanto o MPLA e a Unita já estão em campanha para as próximas eleições.

“Não existe letargia na Casa-CE”, defendeu Sangumba, afirmando que a Casa-CE não consegue mostrar o seu trabalho devido á “monopolização” dos órgãos de informação pelo estado controlado pelo MPLA.

Interrogada sobre quais os objectivos da CASA para as próximas eleições, Sangambo disse que “o objectivo de qualquer oposição é ganhar o poder”.

“Nós vamos trabalhar para ganhar”, acrescentou.

Quanto à situação da mulher angolana, Arlete Sangumba disse que melhorou em termos de representação política e direitos, mas há ainda muito a fazer. Para ela, "é um processo que vai levar tempo”.

Arlete Sangumba defendeu ainda a introdução da educação sexual nas escolas a partir da sexta-classe como meio de reduzir a gravidez precoce.


BANCO MUNDIAL ANUNCIA A RETOMA DAS OPERAÇÕES COM A GUINÉ-BISSAU



Voz da América

O Banco Mundial anunciou a retomada das operações com Guiné-Bissau numa comunicação feita durante Conselho de Directores Executivos do Banco, três anos após a instituição ter saído do país na sequência do golpe militar de 2012.

«Esta nota de colaboração com o país assinala um retomar do apoio continuado do Banco Mundial à Guiné-Bissau e contribuirá com um apoio essencial ao país, ao longo dos próximos dois anos. Abrirá também caminho à transição do país da situação crítica subsequente a um conflito, para uma paz sustentada e rápido desenvolvimento», afirmou Vera Songwe, Directora Nacional do Banco Mundial para a Guiné-Bissau.

PR DA GUINÉ-BISSAU ENCONTRA-SE COM COMUNIDADE GUINEENSE EM PORTUGAL



EM LISBOA       

A Embaixada da Guiné-Bissau em Portugal faz saber que “No quadro da sua visita a Portugal, Sua Excelência o Presidente da Republica da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, agendou um encontro com a comunidade guineense, a ter lugar no sábado, 28 de Março de 2015, das 15 às 18 horas no Fórum Lisboa, Av. de Roma, 14 L.”

A organização do encontro ficou a cargo do “Encarregado de Negócios da Embaixada da Guiné-Bissau em Portugal, Mbala Fernandes, com os dirigentes associativos e a comunidade na diáspora, onde depois de uma extensa exposição de todas as partes, chegou-se a um consenso, no qual se exorta a todos os guineenses e amigos da Guiné-Bissau, o máximo civismo, assiduidade e cidadania na receção do mais alto Magistrado da nação.”

Guiné-Bissau. TRÊS AGENTES DAS FORÇAS DA ORDEM PÚBLICA FORAM DETIDOS



Por roubo de cabos eléctricos

Bissau – Três agentes da Força da Ordem Pública encontram-se detidos junto das instalações da 2.ª Esquadra da Polícia de Ordem Pública, em Bissau, desde 25 de Março.

O motivo da detenção prende-se com o seu envolvimento em cortes e roubo de cabos de luz eléctrica no Estádio Nacional 24 de Setembro, a 24 de Março, deixando o lugar sem qualquer tipo de iluminação, afectando igualmente a placa electrónica deste maior centro desportivo da Guiné-Bissau.

Em declarações à PNN, o ministro da Administração Interna advertiu que não vai haver qualquer tipo de protecção aos agentes da força da ordem que estejam envolvidos em actos de natureza criminal.

O responsável máximo da Administração Interna informou que o caso já se encontra nas mãos das estruturas competentes do Ministério, tendo adiantado que os suspeitos desta prática estão detidos e vão ser levados à justiça.

«O assunto já se encontra nas mãos das autoridades do Ministério, onde podemos confirmar que se trata de um agente da Polícia e de outra pessoa da Guarda Nacional, que vão ser trazidos à justiça, mas pode ter como certo que não vai haver nenhuma protecção para qualquer agente que esteja envolvido em actos de natureza criminal», garantiu.

Sobre a audiência, Octávio Alves disse que é fundamental que haja colaboração entre o Ministério da Administração Interna e o Ministério Público no aspecto de investigação criminal.

«Para que a investigação criminal, que é coordenada pelo Ministério Público, seja efectivada da melhor forma e que haja a coordenação entre os responsáveis máximos das duas instituições, onde os agentes devem estar permanentemente à disposição da justiça para que esta possa exercer as suas actividades de justiça de uma forma eficiente», referiu.

Para Hermenegildo Pereira, Procurador-geral da República, trata-se de um encontro de concertação entre a sua instituição e o Ministério da Administração Interna, tendo em conta que se trata de um campo de trabalho que envolve todas as partes.

«Hoje em dia as investigações também se fazem por parte das forças da ordem, podendo neste sentido dar apoio ao Ministério Público», explicou.

A terminar, o responsável máximo do Ministério Público guineense garantiu que serão efectuados mais contactos e relacionamentos entre a sua instituição e o Ministério da Administração Interna.

(c) PNN Portuguese News Network – Bissau Digital

Cabo Verde. Governo reduz limites dos subsídios de alimentação e transporte sujeitos a isenção




Novas regras de taxação dos subsídios mensais entraram hoje em vigor. Despesas de representação, subsídios de refeição e restantes subsídios passam a ser taxados se excederem os limites estabelecidos pelo governo.

Consegue almoçar por 250 escudos? Gasta menos de 454 escudos por dia em transporte? Então aproveite porque se gastar um pouco mais vai ter de pagar impostos.

O Governo anunciou no Boletim Oficial as novas regras para a taxação dos subsídios mensais. A partir de agora ficam reduzidos os limites dos subsídios de alimentação e de transporte. Ou seja, com a entrada, hoje, em vigor deste diploma os trabalhadores ficam isentos de impostos se o seu subsídio de alimentação for igual ou inferior a 5.500 escudos mensais, a partir desse valor passa a ser taxado em sede de IUR. O mesmo acontece com o subsídio de transporte que passa a não poder ser superior a 10 mil escudos por mês.

Segundo explica o Governo no Boletim Oficial, ontem publicado, o “novo Código do Imposto sobre Rendimentos de Pessoas Singulares (Código do IRPS), consagra na Categoria A os rendimentos do trabalho dependente e pensões. Esta categoria abrange os trabalhadores por conta de outrem, incidindo não apenas sobre as suas remunerações de base mas também sobre um conjunto largo de remunerações acessórias, que cada vez mais fazem parte das práticas remuneratórias das empresas”.

O diploma prossegue de seguida dizendo que “sempre que sejam pagas em dinheiro, essas remunerações acessórias passam a ser tributadas na esfera do trabalhador, em sede de imposto sobre rendimentos de pessoas singulares; quando pagas em espécie, passam a ser tributadas na esfera da entidade patronal, em sede de imposto sobre rendimentos de pessoas colectivas, por meio de taxas de tributação autónoma”.

As novas regras não se aplicam apenas aos trabalhadores. Também as empresas vão ser afectadas uma vez que o “pagamento de despesas de representação não está sujeito a tributação em sede de Imposto sobre Rendimentos de Pessoas Singulares desde que sejam devidamente documentadas e sujeitas a tributação autónoma na esfera da entidade pagadora”.

Expresso das Ilhas (cv)

PR de Cabo Verde em Portugal para visitar comunidades cabo-verdianas




O presidente de Cabo Verde parte sábado para Portugal numa visita de trabalho em que vai privilegiar os contactos com as comunidades cabo-verdianas e assistir, terça-feira, ao jogo de futebol amigável entre as seleções dos dois países.

Em declarações aos jornalistas à margem de uma iniciativa da ONU Mulheres em Cabo Verde, que decorreu no Palácio Presidencial, na Cidade da Praia, Jorge Carlos Fonseca indicou que irá privilegiar sobretudo as comunidades que ainda não visitou desde que assumiu a chefia do Estado cabo-verdiano (2011).

Nesse sentido, adiantou que irá ter contactos com responsáveis e líderes comunitários cabo-verdianos em Setúbal, Sines, Vila Franca de Xira, Coimbra e Porto, além de encontros com estudantes e uma conferência na Faculdade de Direito da Universidade do Porto, destinada a estudantes de Cabo Verde, Portugal e de África.

"Este fim de semana estarei três dias numa ampla visita às comunidades cabo-verdianas residentes em Portugal. Estou a privilegiar as comunidades que não pude visitar na altura em que fiz a visita de Estado e noutras deslocações a Portugal", afirmou, destacando também o encontro com estudantes na Universidade Portucalense.

"O importante desta visita é que terei um encontro com os dirigentes da Associação Moinho da Juventude e com os líderes comunitários da zona da Cova da Moura para me inteirar e discutir com eles os problemas que decorrem e decorreram dos incidentes de há pouco tempo", salientou.

Na ocasião, acrescentou, haverá oportunidade para discutir e trocar impressões com um conjunto de personalidades portuguesas e cabo-verdianas, entre elas Valdemir Brito (um dos principais constitucionalistas cabo-verdianos) que estão a analisar a criação de uma "Comissão de Prevenção de Conflitos".

"A comissão integrará personalidades ligadas ao Governo português, líderes comunitários cabo-verdianos, responsáveis das Polícias e das Fronteiras, para que se possa prevenir a existência desses conflitos sociais que podem surgir na Cova da Moura, noutras zonas de Lisboa ou de Portugal. É muito interessante", sublinhou.

Terça-feira, último dia da visita, e a convite da Federação Cabo-Verdiana de Futebol (FCF), Jorge Carlos Fonseca estará presente no Estoril para assistir ao jogo de futebol, de cariz solidário, entre as seleções de Portugal e de Cabo Verde, encontro enquadrado na campanha de solidariedade e de mobilização de meios para as vítimas do vulcão do Fogo.

Jorge Carlos Fonseca, que regressará quarta-feira à Cidade da Praia, adiantou que, em Portugal, há a possibilidade de encontros com o homólogo Aníbal Cavaco Silva e com o Governo, não sendo esse, porém, o principal objetivo.

"O meu objetivo é como chefe de Estado, como primeiro representante da Nação cabo-verdiana, é o contacto com as comunidades cabo-verdianas, para dar um abraço solidário à nossa gente, aos nossos trabalhadores, empresários, quadros e estudantes.

Além de Setúbal, Sines, Vila Franca de Xira, Coimbra e Porto, o presidente cabo-verdiano terá parte ativa numa "conversa aberta" com estudantes cabo-verdianos na Universidade Lusófona em Lisboa, onde se reunirá também com representantes da comunidade cabo-verdiana da capital portuguesa.

JSD // APN - Lusa

OBAMA SOLTA O REAGAN QUE VIVE NELE




Obama solta o Reagan que vive nele - Como inventar uma “Extraordinária Ameaça à Segurança Nacional”

Mark Weisbrot*

2ª-feira (9/3/2015), a Casa Branca deu mais um passo rumo ao teatro do absurdo, ao declarar “emergência nacional com respeito à inusual e extraordinária ameaça à segurança nacional e à política exterior dos EUA que se manifesta na situação na Venezuela” – como o presidente Obama escreveu em carta que enviou ao presidente do Congresso, John Boehner.

Falta ver se alguém, do valente corpo de jornalistas que cobre a Casa Branca, terá coragem de perguntar o quê, afinal, diabos, o chefe do executivo da nação mais poderosa do universo pensou que estivesse dizendo na tal carta. O quê?! Estará a Venezuela financiando iminente ataque de terroristas contra o território dos EUA? Planeja invadir território norte-americano? Está construindo bomba atômica?

A quem essa gente pensa que engana? Alguns alegaram que o linguajar tinha de ser esse, porque é o que a lei dos EUA exige, para impor a mais recente rodada de sanções contra a Venezuela. Mas não melhora coisa alguma alegar, como se fosse defesa, que a lei norte-americana é negócio em cujo processo de manipular e fraudar o presidente pode dizer mentiras à vontade, para contornar o que não queira confessar.

Foi precisamente o que fez o presidente Ronald Reagan em 1985, quando fez declaração semelhante para impor sanções – inclusive um embargo econômico – contra a Nicarágua.

Como Obama em 2015, Reagan também tentava derrubar governo eleito que não agradava a Washington. Conseguiu usar violência paramilitar e terrorista, além de um embargo, no esforço bem-sucedido para destruir a economia da Nicarágua e, afinal, derrubar o governo do país. (Em 2007, os sandinistas voltaram ao poder e são hoje o partido governante.) O mundo andou adiante. Washington, não.

A Venezuela hoje conta com o forte apoio dos países vizinhos contra o que praticamente todos os governos na América Latina veem como tentativa do governo Obama para desestabilizar o país.

“A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribe (CELAC) reitera seu forte repúdio à aplicação de medidas unilaterais coercitivas que violentam a lei internacional” – como se lia na declaração assinada por todos os países do hemisfério, exceto EUA e Canadá, dia 11/2/2015. Respondiam às sanções que os EUA haviam imposto à Venezuela, sancionadas por Obama em dezembro passado (2014).

Alguém leu alguma coisa sobre isso na imprensa-empresa em língua inglesa? Então, você provavelmente não leu tampouco sobre a imediata reação ao golpe da Casa Branca, ontem, do Presidente da União de Nações Sul-Americanas:

A UNASUL rejeita qualquer tentativa externa ou interna de interferência que busque qualquer violência contra o processo democrático na Venezuela.

Washington já esteve envolvida na tentativa de golpe militar, rapidamente derrotada em 2002, na Venezuela; deu “treinamento, construção de instituição e outros apoios a indivíduos e organizações que se sabia que estavam ativamente envolvidos no golpe” contra o presidente Hugo Chávez (golpe que durou apenas algumas horas) – segundo o Departamento de Estado dos EUA. 

Brasil - Golpe MILICANALHA  de 1964

Os EUA não mudaram sua política para a Venezuela depois daquilo e continuaram a financiar grupos de oposição naquele país. Assim sendo, nada mais normal do que todos que conheçam essa história recente e conheçam o conflito entre EUA e América Latina também no golpe militar de 2009 em Honduras, sabendo agora das atuais sanções contra a Venezuela, imediatamente concluam que, sim, Washington está novamente envolvida em golpismos para derrubar governo democraticamente eleito que está na mira dos EUA, para ‘mudança de regime’, já há mais de uma década.

O governo da Venezuela já exibiu provas perfeitamente aceitáveis de que há um golpe em marcha no país: a gravação de um ex-Vice-Ministro do Interior lendo o que obviamente é um comunicado a ser lançado depois que (se) os militares derrubarem o atual governo; confissões de oficiais militares acusados; e uma conversa telefônica gravada  entre chefes da oposição que admitem que há um golpe em preparação.

Independente de que se considerem suficientes essas provas (a imprensa-empresa norte-americana não noticiou praticamente coisa alguma), não surpreende que os governos regionais tenham-se dado por convencidos.  Praticamente há 15 anos, sem interrupção, veem-se esforços para derrubar o governo democraticamente eleito da Venezuela. Por que seria diferente agora, quando a economia está em recessão e houve tentativa para derrubar o governo venezuelano ainda no ano passado?

Aliás... alguém alguma vez ouviu falar de tentativa de golpe para derrubar governo democrático, independente e progressista na América Latina, na qual Washington não estivesse metida? Pergunto, porque eu, nunca.

A grande imprensa-empresa norte-americana e internacional fez grande alarde em torno do começo da normalização de relações entre EUA e Cuba. Mas entre os governos latino-americanos, qualquer traço de credibilidade que aquele movimento do governo de Obama talvez tivesse, acaba de ser radicalmente desmentido pela violenta agressão contra a Venezuela.

Duvido que alguém encontre um presidente, presidenta, Ministro ou Ministra de Relações Exteriores na região, que acredite que as sanções impostas à Venezuela teriam algo a ver com direitos humanos ou democracia. Absolutamente não têm.

Considerem por exemplo o México, onde trabalhadores de direitos humanos e jornalistas são regularmente assassinados ; ou a Colômbia, estado líder há anos no número de sindicalistas assassinados. Nada sequer comparável a esses pesadelos de violação a direitos humanos jamais aconteceu na Venezuela em 16 anos de governos do presidente Chávez e do presidente Nicolás Maduro. E apesar disso México e Colômbia são os principais recebedores de ajuda dos EUA na região, incluindo financiamento para militares e policiais e para comprar armas.

Obama deportou 2.000.000 de latino-americanos

O governo Obama está mais isolado hoje, na América Latina que, até, o governo de George W. Bush. Por causa da ravina profunda que separa a grande imprensa-empresa internacional e o pensamento de governos regionais, nada disso é óbvio para os que não sejam dedicados estudiosos das relações hemisféricas.

Veja-se, por exemplo, quem são os autores da legislação que impôs sanções contra a Venezuela, em dezembro: os Senadores Robert Menendez (que está prestes a ser indiciado criminalmente por corrupção ativa de funcionário público) e o Republicano da Flórida, Marco Rubio, ambos ardentes defensores do embargo contra Cuba. Pois e o governo Obama anunciou, com orgulho – e sem vergonha – que as novas sanções “vão além do que essa legislação exige”.

Washington mostra, frente à América Latina, a face do extremismo. Apesar de algumas mudanças em algumas áreas da política exterior (por exemplo, a abertura de Obama em relação ao Irã), a face do extremismo norte-americano não mudou em nada, desde os dias em que Reagan “alertava” o país de que os sandinistas nicaraguenses estavam “a apenas dois dias de viagem, de carro, de Harlingen, Texas”. Foi ridicularizado por Garry Trudeau em “Doonesbury” e por outros chargistas.

A Casa Branca de Obama, Regan redux, merece o mesmo tratamento.

[*] Mark Weisbrot, Counterpunch

How to Create an “Extraordinary National Security Threat” – Obama Channels His Inner Reagan on Venezuela

Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu[*] Mark Weisbrot é um economista americano, colunista e co-diretor, com Dean Baker, do Centro para Pesquisas Econômicas e de Políticas Públicas (Center for Economic and Policy Research - CEPR) em Washington. Como comentarista, ele contribui em publicações como The New York Times, The Guardian e a Folha de S. Paulo.

Como economista, Weisbrot criticou a privatização do sistema norte-americano de seguridade social e foi um grande crítico da globalização e do FMI. Os trabalhos de Weisbrot a respeito dos países latino-americanos (incluindo Argentina, Bolívia, Brasil, Equador e Venezuela) atraíram interesse nacional e internacional, e em 2008 ele foi mencionado pelo ex-Ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2015/03/venezuela-obama-solta-o-reagan-que-vive.html

http://goo.gl/ziIIyI

[A rede castorphoto é uma rede independente tem perto de 41.000 correspondentes no Brasil e no exterior. Estão  divididos em 28 operadores/repetidores e 232 distribuidores; não está vinculada a nenhum portal nem a nenhum blog ou sítio. Os operadores recolhem ou recebem material de diversos blogs, sítios, agências, jornais e revistas eletrônicos, articulistas e outras fontes no Brasil e no exterior para distribuição na rede]

Pravda.ru 

LONDRES, A MECA DOS CORRUPTOS




À frente, a famosa  Torre de Londres. Ao fundo, a reluzente porém obscura “City”, núcléo da rede internacional de “centros financeiros offshore”

Como o sistema financeiro internacional converteu capital britânica no centro global de reciclagem para riqueza de políticos inescrupulosos, ditadores e crime organizado

George Monbiot - Outras Palavras - Tradução: Vila Vudu

A conta não fecha. Quase todos os dias, jornais e televisões inglesas estão repletos de histórias que cheiram a corrupção. Contudo, no ranking de corrupção da ONG “Transparência Internacional”, a Grã-Bretanha ocupa o 14º lugar entre 177 nações (1) – significando que estaria entre as nações mais bem geridas da Terra. Ou os 13 países que vêm antes da Grã-Bretanha são espetacularmente corruptos, ou há algo errado com esse ranking da “Transparência Internacional”.

Sim, o problema é o índice. As definições de “corrupção” de que se serve são as mais estreitas e seletivas. Nos países ricos, práticas comuns que sem dúvida poderiam ser consideradas corruptas são simplesmente excluídas; já práticas comuns em países pobres são enfatizadas.

Esta semana foi publicado um livro bastante inovador, editado por David Whyte: How Corrupt Is Britain? [Quão Corrupta é a Grã-Bretanha?] (2). Deveria ser lida por todos aqueles que acham que Grã-Bretanha merece a posição em que aparece no ranking da “Transparência Internacional”.

Existiria ainda um setor bancário comercial na Grã-Bretanha, não fosse a corrupção? Pense na lista dos escândalos: pensões subfaturadas, fraudes hipotecárias, o embuste do seguro de proteção de pagamentos, a manipulação da taxa interbancária Libor, as operações com informações privilegiadas e tantos outros. Depois, pergunte-se se espoliar as pessoas é uma aberração – ou o próprio modelo de negócio.

Nenhum dirigente de banco foi indiciado, sequer desqualificado ou demitido por práticas que contribuíram para desencadear a crise financeira: a legislação que os teria coibido ou enquadrado em crimes já havia sido paulatinamente esvaziada, antes, por sucessivos governos.

Um ex-ministro do atual governo britânico dirigia o banco HSBC (2) quando este praticava sistematicamente crimes de evasão fiscal (3) e lavagem de dinheiro do narcotráfico, além de garantir serviços a bancos da Arábia Saudita e Bangladesh ligados ao financiamento do terrorismo (4). Ao invés de processar o banco, o diretor da Controladoria Fiscal do Reino Unido passou a trabalhar para ele, ao se aposentar (5).

A City de Londres, que opera com o apoio dos territórios britânicos de além-mar e postos avançados da Coroa, é líder mundial dos paraísos fiscais, controlando 24% de todos os serviços financeiros (6) oferecidos offshore.

A cidade oferece ao capital global um sofisticado regime de sigilo, dando assistência não apenas a sonegadores de impostos, mas também a contrabandistas, fugitivos de sanções e lavadores de dinheiro. Como disse a juíza de instrução francesa Eva Joly, ao queixar-se que a City “nunca forneceu sequer uma ínfima evidência útil a qualquer magistrado estrangeiro” (7).

Reino Unido, Suíça, Cingapura, Luxemburgo e Alemanha estão todos entre os países menos corruptos na lista da Transparência Internacional. Mas figuram também na lista da Rede de Justiça Fiscal (Tax Justice Network) como administradores dos piores regimes sigilosos de investimento e paraísos fiscais (8). Por alguma estranha razão, nada disso é levado em conta para definir o ranking da ONG Transparência Internacional.

A Iniciativa de Financiamento Privado (Private Finance Initiative) tem sido usada por sucessivos governos britânicos para iludir os cidadãos quanto à extensão dos seus empréstimos, enquanto canalizam dinheiro público para corporações privadas. Envolta em segredo, recheada de propinas ocultas (9), a IFP tem fisgado hospitais e escolas sempre com dívidas impagáveis, enquanto impede que a população controle os serviços públicos.

Espiões do Estado lançam-se à vigilância (10) em massa, ao mesmo tempo em que a polícia trabalha servindo-se de identidades de crianças mortas, mente em tribunais para fornecer provas falsas e incita crianças ao ativismo extremista, além de infiltrar-se em grupos pacíficos, tentando destruí-los (11). As forças policiais já mentiram sobre o desastre de Hillsborough (12); já protegeram pedófilos ativos (13) –inclusive Jimmy Savile e, como hoje se afirma, toda uma gama de dirigentes políticos suspeitos também do assassinato de crianças. Savile foi protegido também pelo Serviço Nacional de Saúde (National Health Service) e pela BBC – que demitiu a maioria dos que tentaram expô-lo (14) e promoveu os que tentaram perpetuar o ocultamento dos fatos.

Há o problema de intocado sistema de financiamento político, que permite a compra dos partidos (15) pelos mais ricos. Há o escândalo das escutas telefônicas e dos jornais que subornam policiais; da privatização dos Correios britânicos, o Royal Mail (16), vendido a preços insignificantes; o esquema da “porta giratória”, que permite a empresários e empregados de grandes empresas, depois de eleitos, ficar em posição de redigir leis que defendem seus próprios interesses ou dos respectivos patrões; o assalto à seguridade social e aos serviços prisionais, por empresas privadas terceirizadas; a fixação, por empresas, do preço da energia; o roubo diário perpetrado pela indústria farmacêutica, e outras tantas dúzias de casos semelhantes. Nada disso é corrupção? Ou são operações ‘sofisticadas’ demais para serem expostas sob o seu verdadeiro nome, “corrupção”?

Entre as fontes usadas pela Transparência Internacional para produzir seu ranking estão o Banco Mundial e o Fórum Econômico Mundial. Confiar no Banco Mundial para aferir corrupção é como confiar em Vlad, o Empalador, para aferir direitos humanos. Orientado pelo princípio um dólar-um voto, controlado pelas nações ricas e atuando nas nações pobres, o Banco Mundial financiou centenas de elefantes brancos que enriqueceram enormemente as elites mais corruptas e beneficiaram capitais estrangeiros (17), ao mesmo tempo em que expulsava pessoas das próprias terras e deixava países afogados em dívidas impagáveis. Para espanto geral, a definição do Banco Mundial para a corrupção é tão limitada que não considera esse tipo de prática.

E o Fórum Econômico Mundial estabelece sua escala de corrupção a partir de uma pesquisa que consulta executivos mundiais (18) — precisamente eles, cujas empresas são beneficiárias diretas do tipo de práticas que estou listando nesse artigo. As perguntas se limitam ao pagamento de propinas e à aquisição corrupta de fundos públicos por interesses privados (19), excluindo o tipo de corrupção que prevalece nas nações ricas. Quando entrevista cidadãos comuns, a Transparência Internacional segue a mesma linha: a maior parte das perguntas específicas concerne ao pagamento de propinas (20).

Quão corrupta é a Grã Bretanha? Tão estreitas concepções de corrupção são parte de uma longa tradição de retratá-la como algo confinado a países fracos, que precisam ser salvos por “reformas” impostas pelos poderes coloniais e, mais recentemente, organismos tais como Banco Mundial e FMI. Essas “reformas” significam austeridade, privatização, terceirização e desregulamentação. Elas tendem a sugar dinheiro das mãos dos pobres para as mãos das oligarquias nacionais e globais.

Para organizações como o Banco Mundial e o Fórum Econômico Mundial, há pouca diferença entre o interesse público e os interesses das corporações globais. O que pode parecer corrupção de qualquer outra perspectiva é visto por eles como fundamentos econômicos. O poder das finanças globais e a imensa riqueza da elite global estão fundadas em corrupção, e os beneficiários têm interesse em enquadrar a questão para desculpar-se. Sim, muitos países pobres sofrem o flagelo do tipo de corrupção que é o pagamento de propinas a servidores públicos. Mas o problemas que atormentam a Inglaterra são mais profundos. Quando o sistema já pertence à elite, propinas são supérfluas.

NOTAS
5. http://www.theguardian.com/ - 6. John Christensen, 2015, in David Whyte (ed). How Corrupt is Britain? Pluto Press, London.
7. Nicholas Shaxson, 2011. Treasure Islands: Tax Havens and the Men Who Stole the World. Random House, London. http://
11. http://www.theguardian. - 12. Sheila Coleman, 2015, in David Whyte (ed). How Corrupt is Britain? Pluto Press, London.


EL CONFLICTO ESTADOS UNIDOS/VENEZUELA Y LA VII CUMBRE DE LAS AMÉRICAS




América Latina y el Caribe, principalmente las naciones de la Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América (ALBA), y en particular, Venezuela, son el teatro de operaciones de un sordo juego geopolítico entre Estados Unidos y sus socios de la OTAN, contra China y Rusia, dos potencias emergentes que han venido desarrollando vínculos económicos y de cooperación técnico-militar con naciones situadas en lo que tradicionalmente Washington ha considerado su “espacio vital”.

Pocas veces, como hoy −tras la reciente orden presidencial de Barack Obama que ubicó a Venezuela como una “extraordinaria amenaza a la seguridad nacional y la política exterior de Estados Unidos”−, cobran dimensión los conceptos esgrimidos por Nicholas J. Spykman en 1942, cuando al definir el “Mediterráneo Americano” (que abarcaba el litoral del golfo de México y el mar Caribe, México, América Central, Colombia, Venezuela y el cinturón de islas que se suceden desde Trinidad a la punta de la Florida, Cuba incluida), dijo que esa región debía quedar bajo la “exclusiva e indisputada tutoría” de Washington.

En su obra Estados Unidos frente al mundo, escrita tres años antes de que finalizara la Segunda Guerra Mundial, al exponer la doctrina geopolítica del imperialismo tal y como lo concebía la clase dirigente estadunidense, Spykman dijo con elocuente crudeza: “Eso implica para México, Colombia y Venezuela una situación de absoluta dependencia con respecto a Estados Unidos, de libertad meramente nominal…”

En 1973, el boicot de suministros de hidrocarburos de la Organización de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) a Estados Unidos, exhibió las vulnerabilidades del hegemón del capitalismo mundial. Desde entonces, los estrategas del complejo industrial-militar diseñaron y pusieron en práctica una serie de proyectos geopolíticos −o de conquista del espacio en su zona de influencia−, a expensas de naciones débiles o que ofrecen poca resistencia, que incluyeron la colonización, la anexión o la conquista.

Cuatro decenios después, Estados Unidos ha conformado América del Norte como un espacio geopolítico bajo el dominio económico-financiero de las corporaciones con casa matriz en su territorio y el control militar del Comando Norte del Pentágono. Y aunque en 2005 en Mar del Plata fracasó el Área de Libre Comercio de las Américas (ALCA), la libertad de México y Colombia es hoy meramente nominal, como anunció Spykman en 1942, y sus territorios han sido militarizados por el imperio. Sólo escapan a ese designio Venezuela, Cuba y Nicaragua.

Además de su importancia geopolítica para la defensa del territorio continental de Estados Unidos de cara a un eventual conflicto bélico con otra potencia, Venezuela es el país con la mayor cantidad de reservas probadas de hidrocarburos. Asimismo, bajo el liderazgo indiscutido de Hugo Chávez, Venezuela fue el impulsor del ALBA y potenció la UNASUR (Unión de Naciones Sudamericanas) y la CELAC (Comunidad de Estados Latinoamericanos y Caribeños), obstaculizando los planes para una integración vertical del subcontinente, implementados por la Casa Blanca y el gobierno-sombra de las grandes corporaciones estadunidenses.

Washington y el golpismo continuado

Las consideraciones anteriores explican los sucesivos intentos encubiertos de Washington por llevar a cabo un “cambio de régimen” en Venezuela: desde el golpe de Estado cívico-militar-oligárquico de abril de 2002 (el primer golpe mediático del siglo XXI), y la Operación Septiembre Negro de finales de ese año y comienzos de 2003 –el llamado “golpe petrolero” que siguió los lineamientos del Dossier Confidencial No. 5, estrategia subversiva de los capitanes de industria, grandes latifundistas, ganaderos y la llamada nomenclatura gerencial de petróleos de Venezuela (Pdvsa), bajo la cobertura política e ideológica de las principales corporaciones multimedia de Venezuela y las Américas−, pasando por diversas operaciones clandestinas y diferentes modalidades de la guerra de espectro completo (“golpe suave”, guerra de baja intensidad, guerra asimétrica, de información o cuarta generación, guerra económica y terrorismo mediático), hasta el fracasado golpe del 11 y 12 de febrero de 2015.

Al respecto, cabe recordar que con eje en una estrategia de varios carriles, la escalada política-propagandística había iniciado en diciembre pasado, cuando al tiempo que anunciaba negociaciones para una próxima reanudación de relaciones diplomáticas con Cuba, el presidente Obama puso en vigor la “Ley para la defensa de los derechos humanos y la sociedad civil en Venezuela”, una medida injerencista violatoria del derecho internacional aprobada por el Congreso. La nueva ley extraterritorial, pieza central en la etapa para un cambio de régimen en Venezuela, es una réplica perfeccionada de lo que el propio Obama había dicho, siendo senador, que durante más de 50 años no había funcionado contra Cuba.

A partir de enero de este año, se incrementaron los planes tendientes a generar un nuevo clima de zozobra económica y violencia caótica desestabilizadora que confluyera con el primer aniversario de “las guarimbas” de febrero de 2014. ¿Objetivo? Derrocar a Nicolás Maduro, presidente constitucional de la República Bolivariana de Venezuela, a quien se le había venido fabricando una imagen de gobernante autoritario y violador de los derechos humanos.

Lubricada la oposición venezolana con millonarios fondos extraídos de los contribuyentes de Estados Unidos a través de agencias oficiales de Washington como la Agencia para el Desarrollo Internacional (USAID) y fundaciones afines como la National Endowment for Democracy (NED) y Freedom House; posicionada la guerra económica con base en el desabastecimiento de productos de primera necesidad −en particular alimentos básicos, medicamentos y artículos higiénicos− para provocar ira y malestar en la población, la extensa red de medios corporativos privados del hemisferio occidental hicieron su labor como parte de la guerra psicológica y el terrorismo mediático. En lo interno, su misión principal era generar un clima de miedo y horror paralizante a través de herramientas habituales como el acaparamiento, el desabasto, el mercado negro, la inflación, la usura, campañas de rumores y la violencia callejera, y en lo externo, fomentar una correlación de fuerzas internacionales que avalara tácitamente el accionar golpista y, llegado el caso, una eventual intervención militar del Pentágono.

En rigor, se trataba de una segunda fase de la fracasada operación subversiva puesta en práctica a comienzos de 2014 para tirar a Maduro. “La salida” −como denominó entonces la ultraderecha venezolana al plan sedicioso para sacar al presidente legítimo de Venezuela del Palacio de Miraflores−, culminó con un saldo de 43 personas muertas y llevó a la cárcel a uno de los líderes de la asonada, Leopoldo López, dirigente del Partido Voluntad Popular.

Desde entonces, una de sus cómplices en la aventura conspirativa, la ex congresista desaforada María Corina Machado −firmante del Decreto Carmona durante el golpe de Estado de abril de 2002 −, había tomado las riendas de la nueva intentona con apoyo del embajador de Estados Unidos en Colombia, Kevin Witaker. “Contamos con una chequera más fuerte que la del régimen para romper los anillos de seguridad”, dijo Machado, quien desde hace años cultiva los favores de congresistas cubano-estadunidenses de Miami, como Marco Rubio, Iliana Ros Lethinen y Mario Díaz Balart, y los del alcalde de la ciudad Doral del sur de la Florida, Luigi Boria.

El factor Brownfield

En el caso venezolano, la génesis de la intervención estadunidense actual remite al Comité de los 40 (denominación tomada de la Decisión-Memorándum No. 40 del Consejo de Seguridad Nacional de Estados Unidos), reunido por el secretario de Estado Henry Kissinger en junio de 1970 para diseñar una estrategia de “bajo perfil” destinada a hacer abortar la “vía pacífica al socialismo” de Salvador Allende en Chile. El plan del Pentágono y la Agencia Central de Inteligencia (CIA) de la época de Richard Nixon, incluía: 1) creación del caos económico; 2) acciones paramilitares; 3) ofensiva de propaganda; 4) financiamiento a sectores derechistas, y 5) infiltración y divisionismo dentro de la izquierda chilena.

Con base en esa estrategia −aplicada después con variantes contra Nicaragua sandinista, Granada y Panamá−, en agosto de 2004 Washington había enviado a Caracas al embajador William Brownfield. Adscrito a la Oficina de Iniciativas para la Transición en Venezuela (OIT), la principal misión de Brownfield era elaborar un plan de largo plazo para derrocar a Hugo Chávez. En un cable diplomático del 9 de noviembre de 2006, difundido en el portal de Wikileaks, el diplomático recordaba a sus jefes en el Departamento de Estado las directrices establecidas dos años antes en el denominado “Plan de cinco puntos contra el Gobierno Bolivariano”: 1) Fortalecer las instituciones democráticas; 2) Infiltrarse en la base política de Chávez; 3) Dividir al chavismo; 4) Proteger negocios vitales de Estados Unidos, y 5) Aislar a Chávez internacionalmente. La OIT para Venezuela fue cerrada en 2010, pero sus funciones fueron transferidas a la oficina para América Latina de la USAID, vieja pantalla de las acciones injerencistas y para la guerra psicológica de la CIA y el Pentágono.

Con base en esos antecedentes, la ambientación o “calentamiento” mediático de la nueva ofensiva desestabilizadora contra Venezuela contó, a mediados de enero pasado, con la presencia en Caracas de los ex presidentes de Colombia, Chile y México −Andrés Pastrana, Sebastián Piñera y Felipe Calderón, respectivamente−, invitados a un foro por María Corina Machado y el partido Voluntad Popular. Otro de los objetivos era visitar en la prisión a Leopoldo López, erigido por Washington como nuevo “combatiente de la libertad”, según la expresión acuñada por Ronald Reagan para los contras nicaragüenses y el saudí Osama bin Laden en los años 80.

La trama desestabilizadora se complementó, a finales de enero, con la deserción de Leamsy Salazar, capitán de corbeta de la Fuerza Armada Nacional Bolivariana. En calidad de “testigo protegido”, el desertor Salazar declaró ante un tribunal de Nueva York que el presidente de la Asamblea Nacional de Venezuela, Diosdado Cabello, era el jefe de un presunto cartel de Los Soles. La “primicia” la obtuvo el diario neofranquista español ABC, que se basó en “fuentes cercanas a la investigación”, y fue convenientemente amplificada en México por los periódicos Excélsior y La Razón que, curiosamente, no citaron como fuente a ninguna agencia noticiosa internacional, por lo que puede presumirse que en los tres casos se trató de desinformación sembrada con propósitos subversivos-propagandísticos.

Dentro del plan conspirativo en curso, no es un dato baladí que William Brownfield −el “diplomático” que en 2004 elaboró el Plan de los cinco puntos para derrocar a Chávez y quién se desempeñó luego como embajador en Colombia de 2007 a 2010−, validara la “consistencia” del reportaje de ABC, que involucra a Cuba y las FARC en la insólita trama. Tampoco lo es que Brownfield sea en la actualidad secretario de Estado adjunto de Estados Unidos para Narcóticos y Seguridad Internacional.

Los fondos para la subversión

Otro elemento clave del plan elaborado por Brownfield en 2004, es el financiamiento de ONGs, fundaciones, asociaciones y partidos opositores venezolanos, enmarcado dentro del rubro “defender y fortalecer prácticas democráticas, las instituciones y los valores que promueven los derechos humanos y la participación de la sociedad civil”. El presupuesto actual de Estados Unidos (octubre 2014 a octubre de 2015) incluye cinco millones de dólares, y la asignación prevista para el próximo año fiscal aumenta la cifra en 500 mil dólares más. Asimismo, Washington ha incorporado una nueva modalidad consistente en registrar a las ONGs venezolanas como corporaciones en Estados Unidos, lo que facilita el suministro de fondos y además pueden ser subcontratadas por compañías estadunidenses.

Entre las organizaciones receptoras de fondos de los contribuyentes de Estados Unidos figuran Nueva Conciencia Nacional; Fundación Futuro Presente; Humano y Libre, de Gustavo Tovar Arroyo, quien organizó en 2010 la denominada Fiesta Mexicana para adiestrar en métodos de desestabilización a dirigentes estudiantiles de la extrema derecha venezolana; Espacio Civil; Operación Libertad; Mujer y Ciudadanía; Ventana por la libertad; Súmate y Consorcio Desarrollo y Justicia, ambas ligadas a la golpista María Corina Machado.

La USAID, que en 2011 destinó más de nueve millones de dólares de los 20 millones aprobados ese año para la desestabilización de los países del ALBA, en 2013 canalizó cinco millones 786 mil dólares para programas subversivos en Venezuela, principalmente para la capacitación de nuevos líderes juveniles que sean capaces de resaltar en el enfrentamiento con el gobierno. El presupuesto destinado a 2014 no ha sido publicado, probablemente en un intento por sortear las dificultades que les ocasionaron las revelaciones y cuestionamientos de que fue objeto luego de las revelaciones de la agencia AP sobre el trabajo de la USAID contra Cuba.

Además, los programas de Estados Unidos para la subversión en Venezuela incluye a la National Endowment for Democracy (NED), que en 2014 destinó más de dos millones 300 mil dólares a organizaciones antibolivarinas, y a Freedom House, ampliamente denunciada por sus vínculos con la CIA, que mantiene su política de asesoramiento y financiamiento de la oposición venezolana, profundizando las estrategias de guerra psicológica y campañas mediáticas como parte de las técnicas de las “revoluciones de colores” y el “golpe suave” de Gene Sharp, Robert Helvey y Peter Ackerman.

En su reporte global anual sobre libertad de expresión, Freedom House ubica a Venezuela como uno de los países donde no existe libertad de prensa ni de expresión y donde se violan los derechos humanos; la agenda de Obama, pues. En contrate, cabe consignar que en ese país existe una hegemonía de los medios de comunicación privados. Según Luis Britto García, en 1998 la empresa privada era propietaria del 80% de las estaciones de televisión y del 97% de las radiodifusoras de FM, y no había medios comunitarios. Esos medios privados se caracterizaban por una alta concentración de la propiedad, tanto horizontal como vertical. En la actualidad operan en Venezuela 2,896 medios; 2,332 son de la empresa privada. El 65.18% sigue siendo privado y el 30.76% son comunitarios; apenas un 3.22% son de servicio público. El principal cambio consiste en la multiplicación de medios comunitarios, los cuales en su mayoría tiene poco alcance y tienden a durar un tiempo limitado.

En radiodifusión funcionan mil 598 emisoras privadas, 654 comunitarias y apenas 80 de servicio público. En televisión de señal abierta 55 canales son privados, 25 son comunitarios y ocho de servicio público. Casi todos los medios privados son opositores, con lo cual, pretender que el Estado esté ejerciendo una “hegemonía comunicacional” con los escasos medios de que dispone, como señala Freedom House, es un infundio que sólo puede ser interpretado como parte de una operación de guerra psicológica y propaganda negra para exacerbar el pánico, desestabilizar el país, generar ingobernabilidad y detonar violencias destinadas a derrocar por la vía del terror al gobierno bolivariano.

La debilidad de Obama y el riesgo intervencionista

En ese contexto, los días 11 y 12 de febrero el gobierno venezolano anunció haber desarticulado un “atentado golpista” que contaba con la participación de oficiales activos y retirados de la aviación militar y otros elementos de la Fuerza Armada Nacional Bolivariana, y cuyo objetivo era bombardear desde un avión Tucano el Palacio de Miraflores y matar al presidente Nicolás Maduro. Otros blancos de la llamada Operación Jericó eran el Ministerio de Defensa y los estudios del canal de televisión Telesur, para sembrar caos y confusión.

Es previsible que ante el nuevo fracaso golpista, y dado el interés geopolítico en la estrategia subversiva de Washington hacia Venezuela, el presidente Obama y sus aliados de la ultraderecha regional intentarán enrarecer el clima de la próxima Cumbre de las Américas, prevista para la segunda semana de abril en Panamá. Con la “declaración de guerra” de Obama, queda claro que a Estados Unidos no le interesa la democracia ni los derechos humanos en Venezuela; lo que le importa es el petróleo y la posición geográfica del país sudamericano. El interés de la Casa Blanca es reafirmar su política de dominación regional, desafiada por China y Rusia; restaurar el tradicional control en su zona de influencia, hoy resistida como nunca antes por los países agrupados en la UNASUR, la CELAC y el ALBA.

En la coyuntura, las palabras de Obama al acusar a Venezuela como una “amenaza” a la seguridad nacional de Estados Unidos, además de ridículas, son una clara expresión de la evolución clásica de las políticas de agresión imperial, que van de la ruptura del orden constitucional, los golpes suaves y las revoluciones de colores a una eventual intervención militar directa del Pentágono. Como denunció el ex vicepresidente venezolano José Vicente Rangel, Washington dispone de mil 600 paramilitares listos en la frontera de Colombia, frente a los estados Zulia y Táchira, 800 en cada zona limítrofe. Ése es el verdadero peligro en la hora.

En ese contexto, la guerra mediática y económica y la imposición de sanciones de Estados Unidos al gobierno venezolano sólo debilitan la imagen de Obama de cara a la VII Cumbre de las Américas organizada por la OEA (Organización de Estados Americanos). Nicolás Maduro llegará a la cita con el apoyo y el respaldo internacional, y queda claro que al defender a Venezuela, los presidentes de los países del área están defendiendo la soberanía y la unidad de Nuestra América martiana y bolivariana. 

Rebelión ha publicado este artículo con el permiso del autor mediante una licencia de Creative Commons, respetando su libertad para publicarlo en otras fuentes.

Nota PG - O Página Global decidiu integrar nos seus conteúdos notícias e opiniões expressas em castelhano, principalmente de publicações da América Latina e Caribe, mas também de Espanha quando considerar oportuno e viável nas nossas edições.    

PARA SELECIONAR DISPÕE NA BARRA LATERAL DO PG A LIGAÇÃO EM NOTICIAS E OPINIONES EN ESPAÑOL

Mais lidas da semana