Bocas
do Inferno
António
Veríssimo, Lisboa
Tanto
quanto dá para perceber, e as declarações dos visados (juízes) nos ajudam a vislumbrar, Xanana Gusmão, então primeiro-ministro de Timor-Leste, a ser investigado pelo
suspeitoso envolvimento em ilícitos de corrupção, junto com alguns dos seus
colaborantes ministros e outros, tomou a decisão de expulsar juízes portugueses
que o investigavam para assim fazer cair e anular os processos em que estava
indiciado. Os juízes vieram embora, cumprindo a expulsão. O governo português
suspendeu parcialmente a colaboração com o Estado timorense como forma de brando
protesto, e agora volta tudo a ser como antes. A cooperação está trabalhada
para ser restabelecida. Assim. Sem mais nem menos. Sem exigências nem consequências para supostos criminosos.
O
Corrupto e Herói Arrependido Xanana está safo, os corruptos do então governo de
Xanana Gusmão também parece estarem a bom recato e impunes e… Portugal já pode
voltar a enviar juízes e outros para Timor-Leste. O que importa é salvar os
criminosos que se pavoneiam como estadistas. Quer em Timor-Leste quer em Portugal. Valem as
manhas que considerarem por melhor usar. Na Pátria Lusa ou na Timorense, como quase
em qualquer outra, menos na China (lá pode ir até à pena de morte).
Para
além de valores invertidos numa sociedade que se pretende democrática a notícia
que se segue peca por feitio e incorreta informação por parte de quem fez as
respetivas declarações à Agência Lusa. Portugal e Timor-Leste não estão a
trabalhar para restabelecer cooperação na justiça mas sim na injustiça, pelo
simples facto de ser muito injusto andarem corruptos à solta, gozando da impunidade
que os seus pares da política se aplicam em lhes proporcionar. O resultado são
sociedades que atingirão a putrefação a velocidade estonteante, como se vê em
Portugal e estamos a ver em Angola, em Moçambique, etc.. Timor-Leste ,
se nada for feito para combate da “epidemia”, poderá vir a atingir níveis
dantescos que não caberão no seu exíguo território. Muito dependerá do exercício
governativo do primeiro-ministro não eleito Rui Araújo e do discernimento e
coragem do presidente da República Taur Matan Ruak.
Certo é que Xanana Gusmão
continua como o Big Brother impune a ministeriar e movimentar-se num governo
que Alkatiri e a Fretilin agarrou com todas as mãos, braços e pernas, salvando Xanana
em troca de ter lugar nos poderes governativos. Está para saber se foi uma boa
decisão e se a paz podre não acabará por se tornar em algo muito indesejável e muito
mais sanguinolento que deixar vir a verdade à tona e Xanana Gusmão ser desmascarado, pagar as
dividas que tiver a pagar aos timorenses que por tantos anos têm vivido e sido
vítimas de um enorme embuste. (AV/PG)
Portugal
e Timor-Leste estão a trabalhar para restabelecer cooperação na Justiça -
MInistra
Lisboa,
18 jun (Lusa) - Portugal e Timor-Leste já estão a trabalhar num projeto de
protocolo na área da Justiça que tem como objetivo restabelecer a cooperação
entre os dois países, disse hoje a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz.
"Há
já um projeto de protocolo sobre o qual ambos vamos trabalhar muito
rapidamente", declarou à Lusa a ministra da Justiça, no final de uma
reunião com o ministro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros
timorense, Agio Pereira, no Ministério da Justiça, em Lisboa.
Em
novembro de 2014, o Governo timorense expulsou do país sete magistrados
internacionais, seis portugueses e um cabo-verdiano, por "motivos de força
maior e de interesse nacional".
O
então primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, justificou a decisão com
erros em processos que envolviam o Estado timorense e as empresas petrolíferas
num valor superior a 300 milhões de dólares. Já os magistrados expulsos
afirmaram que a decisão foi tomada por causa dos processos por alegada corrupção
contra altos funcionários do Estado.
Portugal
anunciou então, através do primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, a
suspensão da cooperação no setor judiciário e várias organizações
internacionais e não-governamentais apelaram ao Governo timorense para
respeitar a separação de poderes.
"Eu
creio que tudo está conjugado para este efeito (restabelecimento da
cooperação). Estamos, neste momento, já a trabalhar um protocolo e, portanto,
demos passos muito significativos no restabelecimento daquilo que é uma
cooperação bilateral que ambos os países desejam", declarou ainda a
ministra.
"São
países que se reveem um no outro, são países irmãos. Esta nossa reunião foi
muito profícua. Foi uma reunião em que tivemos a oportunidades de dar já passos
muito firmes em relação ao restabelecimento da cooperação", acrescentou.
Por
seu lado, Agio Pereira referiu que o acordo está a ser reativado "com os
devidos ajustamentos que todas as situações que evoluem exigem e que são
imprescindíveis para melhorar o processo de cooperação bilateral com vista a
dar frutos a longo prazo", acrescentando que Timor-Leste "precisa
muito desta cooperação".
Na
segunda-feira, em Lisboa, o ministro de Estado e da Presidência do Conselho de
Ministros timorense já havia confirmado a intenção de restabelecer a cooperação
com Portugal na área da Justiça, referindo que "é uma prioridade" do
Governo de Timor-Leste.
CSR
(ASP) // VM