Alfredo Júnior – Voz da
América
Mais
da metade da população moçambicana vive no limiar da pobreza, ou seja, gasta
menos de um dólar por dia. O índice de pobreza no país situa-se em 54,7 por
cento, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística de 2003. Porém
analistas consideram que o mesmo tem tendência a subir.
A
população moçambicana tem estado a aumentar, situando-se em mais de 20 milhões
de habitantes.
Deste
grupo, mais de metade vive no limiar da pobreza, ou seja com menos de um dólar
por dia.
O
governo diz que o índice de pobreza tem estado a reduzir-se e situa-se em 54,7
por cento, como resultado dos investimentos feitos, segundo referiu Amélia
Nankhare, vice-Ministra da Economia e Finanças.
"Em
1997, a pobreza situava-se em 69.4 por cento, tendo como resultado das
políticas públicas implementadas pelo Governo desde os anos 80, altura em que o
índice se situava em 80 por cento. Lembro que sendo uma economia dilacerada e
pela desestabilização a que ela foi vítima as políticas eram baseadas em transferências
em espécie com apoio de diferentes organizações humanitárias o que permitiu a
reeducação continua dos índices de indigência de tal modo que em 2003 o
indicador de pobreza de consumo de bens se situava a volta de 54 por
cento", referiu a vice-ministra.
Dados
do Instituto Nacional de Estatística indicam que o índice de pobreza de 2003
até ao censo realizado em 2008/2009 tem demonstrado uma estabilidade.
Porém,
para o economista Vasco Nhabinde, a pobreza não pode ser vista apenas na
dimensão económica, devendo-se incluir as características inerentes a aspectos
culturais, políticos e tecnológicos que no seu conjunto influenciam a qualidade
da vida humana.
"As
medidas unidimensionais não têm em consideração os outros aspectos que sejam
multidimensionais, como acesso à saúde, acesso à educação e outros aspectos,
incluindo a satisfação emocional dos indivíduos", disse o economista.
Para
que se possa ter números que retratem a pobreza multidimensional está a
decorrer, desde Junho de 2014, o Inquérito ao Orçamento Familiar, cujos dados
serão conhecidos em Agosto próximo.
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