domingo, 26 de julho de 2015

CPLP FINGE NÃO SER O QUE FOI, É E SERÁ: UM BELO ELEFANTE BRANCO




A CPLP deve criar um banco ou agência multilateral de investimento para dar maior apoio às empresas dos Estados-membros, consolidando assim o papel de “intervenção económica” da organização, defendeu hoje o seu secretário Executivo.

“A CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) deve ser não um bloco económico mas um bloco com intervenção económica. É um bloco essencialmente político e diplomático mas com intervenção económica”, disse em Díli, Timor-Leste, o embaixador Murade Isaac Murargy.

“O papel da CPLP, do secretariado, dos Estados-membros, é apoiar o empresariado, criar condições, criar um ambiente de negócios propício para que eles livremente possam actuar, fomentando e promovendo os investimentos”, afirmou.

Murade Isaac Murargy falava depois da XX reunião do Conselho de Ministros que analisou estes e outros temas no âmbito do debate sobre a nova visão estratégica da CPLP, com muitos sectores a defenderem que a organização deve procurar ser mais prática e eficaz, com acções que beneficiem os seus cidadãos.

Os responsáveis destacaram o desenvolvimento de maiores laços económicos, capitalizando na marca CPLP e na sua posição geográfica em quatro continentes.

Como exemplo das medidas que podem ser postas em prática, e já apresentada a Timor-Leste, Murade Isaac Murargy referiu a “criação de um banco de investimento, uma agência multilateral de investimentos, que possa permitir um apoio as empresas”.

“Criar uma instituição dessa natureza ao nível da CPLP em que todos os Estados-membros, os países, os bancos, sejam accionistas desse banco, e onde podem entrar o Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD) ou outros. Algo que permita colaborar com as empresas que queiram intervir nas nossas áreas”, destacou.

O objectivo principal da presença da CPLP na Ásia, por exemplo, é exactamente, destacou, “atrair os empresários da ASEAN para que colaborem também com as empresas” lusófonas.

No que toca à visão estratégica, Murade Isaac Murargy disse que deve ter “uma componente mais política, mais económica e empresarial”, procurando ouvir não apenas as opiniões dos Estados-membros mas também a sociedade civil, o mundo empresarial e os académicos.

“Uma visão abrangente em que o cidadão da CPLP se sinta também envolvido no futuro da CPLP”, disse.

Igualmente importante, destacou, é fomentar a aproximação com o crescente número de Estados que querem ser observadores associados. Já na mesa estão propostas do Uruguai, Peru e Israel, juntando-se à mais antiga de Marrocos.

E a Guiné-Equatorial goza com tudo

Os chefes da diplomacia da CPLP avaliam positivamente o primeiro ano da adesão da Guiné-Equatorial, considerando que tem havido progressos, inclusive no complexo dossier do ensino do português, apesar de pretenderem mais envolvimento daquele país na organização.

Estas foram as opiniões expressas pelos representantes das diplomacias dos Estados-membros da CPLP que participaram em Díli na XX reunião do Conselho de Ministros.

Todos consideram que o aspecto mais importante na agenda é a questão do ensino do português, destacando os progressos que já ocorreram.

O ministro das Relações Exteriores angolano, Georges Chikoti, faz uma avaliação positiva da adesão e lamenta que a Guiné-Equatorial não tenha participado muito activamente nas reuniões ministeriais – o seu ministro esteve ausente em Díli.

“É bom que a Guiné-Equatorial tire proveito e possa mostrar o que a traz à organização”, disse, considerando que “a questão do ensino do português é muito mais importante” do que o debate sobre transformar a moratória sobre a pena de morte numa legislação definitiva.

Georges Chikoti recorda que a Guiné-Equatorial tem o espanhol como primeira língua e que cabe à CPLP “mostrar disponibilidade para apoiar”.

“Eles pretendem aumentar o ensino do português. Se nos mobilizarmos neste sentido para que incluam isso no seu currículo escolar acho que já é uma boa contribuição”, disse.

Para o chefe da diplomacia moçambicana, Oldemiro Baloi, o encontro de Díli permitiu ultrapassar alguma preocupação sobre o ritmo da adesão, sendo evidente um “défice de comunicação sobre o que está a acontecer” na Guiné-Equatorial.

“Mas tivemos uma informação positiva que terminou com um apelo da Guiné-Equatorial, no sentido da CPLP destacar uma equipa que será financiada pela própria Guiné-Equatorial para tornar o processo de adesão ou de consolidação de adesão mais expedito”, disse.

Sobre o ensino do português afirmou que o trabalho que tem sido feito “é notável” e que as lacunas são “naturais”.

“Há lacunas obviamente, porque não se vai fazer num ano aquilo que, como dizia um colega meu, nós demoramos 20 anos a fazer. Estamos no bom caminho. A questão é haver uma boa comunicação e nos continuarmos com a atitude que tivemos e que viabilizou a adesão”, disse.

Para Hernâni Coelho, ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, a Guiné-Equatorial “está a participar activamente nas actividades da organização” estando em curso vários projectos, inclusive na língua portuguesa.

“Mas um ano não é um período suficiente de assuntos tão importantes e estratégicos. Estamos a partilhar com a Guiné-Equatorial as nossas experiências, esforços e a encorajar a que participe mais activamente nestas iniciativas”, adiantou.

Já o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação português, Luís Campos Ferreira, recordou que há um “roteiro” para a adesão da Guiné-Equatorial e que os chefes de Estado e de Governo deliberaram que estava a ser cumprido na cimeira de Díli de 2015.

Desde aí, disse, tem havido algumas “evoluções” tendo o Conselho de Ministros ouvido um relatório nomeadamente sobre o ensino e divulgação da língua portuguesa.

“Foi-nos comunicado que inclusivamente havia um jornal informativo diário na televisão em língua portuguesa, entre outros trabalhos que se estão a desenvolver”, acrescentou.

“O Conselho de Ministros no seu todo entende que continua a haver uma grande margem de progressão para a que Guiné Equatorial, como noutros países, possa e deva aproximar-se daquilo que é o acervo identitário dos países da CPLP”, disse ainda.

Uma avaliação completa, sustentou, cabe aos chefes de Estado e de Governo, que se voltam a reunir em Brasília em 2016 ainda que, opine, a adesão tenha sido positiva.

“Tudo o que é inclusão é melhor do que a exclusão e o conseguirmos trazer até nós (…) é bom para a Guiné-Equatorial e para o povo da Guiné-Equatorial”, disse.

“A inclusão é sempre positiva e neste caso concreto tem permitido uma troca de opiniões, de reflexões, uma abertura do país e por isso continuo a achar que foi a decisão que tinha que ser tomada naquele momento, por estes e muitos outros factores”, sublinhou.

Também o secretário Executivo da CPLP, Murade Isaac Murargy, disse não estar arrependido da adesão, afirmando que em temas como os da língua “não se deve atirar pedras à Guiné-Equatorial quando alguns membros fundadores da CPLP têm telhados de vidro”.

“A Guiné-Equatorial vai levar o seu tempo. É um processo. Eles deram grandes passos, há um noticiário em português, a parte empresarial está a andar com muita velocidade”, considerou.

“O que é importante é que os países da CPLP apoiem. Como temos que nos apoiar uns aos outros. Não me arrependo de terem entrado. Não era por os deixar fora que resolveríamos os problemas da Guiné-equatorial. Temos é que continuar a apoiar a sua evolução”, advogou.

Finalmente, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, considerou que as observações indicam que “o primeiro ano foi muito produtivo”.

“A Guiné-Equatorial tem também uma porta aberta, uma contribuição importante, da mesma forma que membros associados também trazem uma contribuição importante”, defendeu.

Folha 8 (ao)

O ESTERTOR DA FERA




O ministro Georges Chikoti diz não estar preocupado com a campanha internacional para a libertação dos presos políticos em Angola, jura que eles estavam a preparar um golpe de Estado, ofende a inteligência dos seus concidadãos e também ele se julga eterno. Mas, ao fim e ao cabo, apenas mostra que se trata do estertor da fera.

Orlando Castro – Folha 8, opinião

Os 15 activistas presos há mais de um mês em Angola não são presos políticos, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, mantendo – como lhe foi ordenado pelo “querido líder” e por uma questão de sobrevivência – a tese de que os jovens activistas detidos tinham mísseis escondidos nas lapiseiras, Kalashnikovs camufladas nos telemóveis e outro armamento pesado e letal disfarçado nos blocos de apontamentos. Só assim se compreende que estivessem a preparar um golpe de Estado.

Os jovens estavam no seu quartel-general, por sinal uma residência em Luanda, numa reunião dos seus estrategas militares que planeavam o golpe a partir da leitura do livro “Da ditadura à democracia — Uma estrutura conceptual para a libertação”, do norte-americano Gene Sharp.

No quintal, debaixo de uma mangueira, o exército mobilizado por esses jovens (talvez uns milhões de guerrilheiros) afinava os códigos para lançamento dos mísseis e, talvez, até de ogivas nucleares contra a residência de Eduardo dos Santos.

A campanha internacional pela libertação destes activistas mostra, aliás, que todos se esquecem que José Eduardo dos Santos é o único representante de Deus na Terra e que, por isso, tem poderes adivinhação que o levam até a saber com exactidão milimétrica o que as pessoas pensam.

Foram, aliás, esses poderes que permitiram a prisão dos jovens em flagrante delito: estavam nesse momento a pensar numa solução para o derrubar. E isso constitui só por si matéria de facto para os mandar matar. Tal não aconteceu, ainda, porque Eduardo dos Santos é misericordioso.

Além disso, não são necessárias outras provas. Para que serviriam ao regime as armas (as tais que estavam camufladas), ou os milhões de guerrilheiros (os tais que estavam no quintal debaixo da mangueira)? Saber o que os jovens pensam é condição sine qua non.

Vejamos a explicação de Georges Chikoti: “Angola é um país democrático, tem partidos políticos que participam no Parlamento. O que não se pode aceitar é que as pessoas queiram utilizar a violência como via de atingir ou alcançar o poder político”.

Quando Georges Chikoti fala, com todo o conhecimento de causa, de violência estava, obviamente, a referir-se à revolta militar que o tal exército dos jovens tinha em mente, caso não estivesse tanto calor debaixo da mangueira.

Vir agora dizer-se que o regime não sabe conviver com o contraditório e revela uma das suas facetas mais marcantes, a intolerância, é não compreender o ADN do MPLA, em que o ponto mais alto foi o massacre de milhares e milhares (talvez 80 mil) de angolanos no dia 27 de Maio de 1977.

É, aliás, não compreender que o regime está de tal maneira moribundo que até manda prender e matar a sua própria sombra. É não compreender que o regime está morto, só ainda não sabe.

É não compreender que tudo não passa do estertor da fera.

Angola. QUATRO PRESOS POLÍTICOS ESTÃO EM GREVE DE FOME




Os activistas detidos em Caquila protestam deste terça-feira contra limitações nas visitas e isolamento durante o banho de sol.

Os quatro presos políticos acusados de tentativa de golpe de estado que estão na cadeia da Caquila iniciaram na última terça-feira uma greve de fome.

Mbanza Hamza, Nuno Dala, Osvaldo Caholo e Nicola Radical iniciaram o protesto em reacção a restrições impostas pela direcção da cadeia, que limitou as visitas apenas aos pais, cônjuges e filhos dos detidos.

Os quatro activistas protestam ainda contra a decisão da direcção da cadeia de deixá-los isolados uns dos outros durante o banho de sol, o que impede o contacto que eles estavam a manter entre si.

Eles são os únicos quatro presos em Caquila. Dentre os 15 activistas detidos no último dia 20 de Junho, outros sete estão em Calomboloca, no Icolo e Bengo, e mais quatro estão na cadeia de Viana.

Segundo a Procuradoria Geral da República, os detidos em prisão preventiva são Henrique Luati Beirão, Manuel “Nito Alves”, Afonso Matias “Mbanza-Hamza”, José Gomes Hata, Hitler Jessy Chivonde, Inocêncio António de Brito, Sedrick Domingos de Carvalho, Albano Evaristo Bingocabingo, Fernando António Tomás “Nicola”, Nélson Dibango Mendes dos Santos, Arante Kivuvu Lopes, Nuno Álvaro Dala, Benedito Jeremias, Domingos José da Cruz e Osvaldo Caholo (tenente das Forças Armadas Angolanas).

Rede Angola

Angola. TRABALHO INFANTIL É PROIBIDO



Jornal de Angola, editorial

O trabalho infantil é condenável na maioria dos países do mundo e Angola não podia ser excepção.

Em Angola, a criança tem direito à atenção especial da família, da sociedade, do Estado e, em estreita colaboração, devem assegurar a sua ampla protecção contra todas as formas que atentam contra os seus direitos. 

De acordo com o número cinco do artigo 80.º da Constituição da República, “é proibido, nos termos da lei, o trabalho de menores em idade escolar”, uma realidade que continua a ser um desafio de toda a sociedade. 

Atendendo à vulnerabilidade e necessidades especiais no seu tratamento, o cuidado e atenção para com as crianças deve começar a partir do lar e das comunidades. As instituições do Estado não podem sozinhas desempenhar um papel complexo, o de garantir uma ampla protecção contra todas as formas que atentam contra os direitos das crianças sem o empenho de outros sectores. As famílias são insubstituíveis no papel que a elas cabe por direito e dever de zelar pelo bem-estar das crianças e colaborar com as instituições para efectivar este desiderato. 

Angola possui uma população maioritariamente jovem e os menores perfazem um grupo numeroso, razão pela qual é grande a tentação por parte de determinados sectores para usar mão-de-obra infantil. E não raras vezes, o exercício , de pôr as crianças a trabalhar em detrimento dos adultos,  que é proibido por lei e injustificável, começa lamentavelmente no seio familiar. Temos ainda muito trabalho a fazer para que as crianças estejam livres das situações de vulnerabilidade e carência que propiciam o aliciamento por parte dos angariadores de mão-de-obra infantil. A sociedade precisa de mobilizar-se para que, volta e meia, não continuemos a ser confrontados  com informações segundo as quais crianças continuam a ser utilizadas como mão de obra em campos agrícolas em determinadas localidades do país. 

Há dias, a sociedade angolana tomou conhecimento do caso de cerca de duas dezenas de crianças provenientes de Capunda Cavilongo, província da Huíla, alegadamente para trabalharem em fazendas agrícolas.  Graças à acção preventiva da Polícia Nacional foram abortados os propósitos do transporte das crianças, com idades inferiores a 15 anos, para a localidade de Lucira, na província do Namibe. 

Tratando-se de um incidente grave, do qual os órgãos competentes estão já a tratar conforme as leis vigentes em Angola, não há dúvidas de que urge apertar o cerco a situações semelhantes. 

Um acontecimento idêntico sucedeu em 2013 quando um camião com 54 crianças tinha sido interceptado na Huíla pela Polícia Nacional que, como se alegava na altura, se dirigia para a colheita de tomate. 

Na verdade, episódios como estes sucediam com alguma frequência no passado recente, mas ultimamente graças ao empenho dos órgãos policiais e da colaboração das populações tende a reduzir. E mais vai reduzir à medida que Angola cresce social e economicamente porque, como é fácil de apurar, a elevação do bem-estar das famílias reduz consideravelmente os níveis de vulnerabilidade. Os grupos ou redes que exploram o trabalho infantil para adiar o futuro das crianças e lucrar encontram dificuldades quando as crianças estão bem inseridas nos seus lares ou comunidades. 

Acreditamos que a Polícia Nacional está a trabalhar para aferir em que medida é que o caso mais recente constitui apenas um incidente isolado e não a ponta de um “iceberg”. 

É importante reflectir sobre o que disse a directora de projectos da Fundação Lwini, Elda Doutel, a propósito do tema “Causas e Consequências do Trabalho Infantil”: “Já passámos pelo período de guerra, já evoluímos e continuamos com essa prática que é errada, porém a sociedade não deve ficar de braços cruzados e deve criar mecanismos para o seu combate”. 

Toda a sociedade precisa de juntar forças para inverter uma prática que nalgumas regiões do país não é encarada com a mesma seriedade e gravidade como dispõe a lei. A Constituição da República, os Tratados e Convenções de que Angola é signatária, bem como as leis ordinárias são claras e de cumprimento obrigatório por todos.   Temos leis sólidas que garantem protecção e atenção especial das crianças e há instituições que fazem um trabalho importante, tais como Instituto Nacional da Criança (INAC). As crianças em Angola não estão desprotegidas, como aparentemente tende a parecer, pelo , as famílias, as empresas e organizações da sociedade devem aprender de uma vez por todas que  abaixo da idade mínima legal permitida é proibido empregar  crianças. 

As dificuldades económicas por que passam as famílias não podem servir como desculpa para   os menores serem entregues a pessoas ou grupos de pessoas que as utilizam como mão-de-obra em fazendas, fábricas ou quaisquer outros serviços. A educação e o futuro da criança não podem, sob nenhum  pretexto, ficar condicionados por causa do trabalho infantil que é proibido pela Constituição, razão pela qual repudiamos todos o trabalho infantil.

PM timorense dá instrução a Ministério da Educação para pagar salários em atraso




Díli, 26 jul (Lusa) - O primeiro-ministro timorense deu hoje instruções aos Ministérios da Educação e das Finanças para que seja regularizado, de imediato, o pagamento de salários e componentes salariais de professores, estagiários e funcionários das escolas de referência.

O gabinete de Rui Maria de Araújo explica em comunicado que a decisão foi tomada numa reunião de urgência convocada por si no sábado em que participaram, entre outros, o vice-ministro da Educação, Abel Ximenes, e outros responsáveis educativos.

"O primeiro-ministro deu instruções ao Ministério da Educação para processar os pagamentos pendentes", refere a nota acrescentando que as instruções visam "canalizar fundos do Orçamento do Ministério da Educação para cobrir o défice e, em 2016, para incluir o orçamento dos Centros de Aprendizagem e Formação Escolar (CAFÉ) na rubrica de transferências públicas para facilitar a sua implementação".

Segundo informação do Ministério das Finanças será feita, na segunda-feira, "uma transferência do fundo de contrapartida para as contas" dos professores.

A reunião, explica o mesmo comunicado, "pretendeu resolver o assunto de atraso nos pagamentos de professores e trabalhadores dos CAFE".

Nessa reunião, o chefe do Governo foi informado de detalhes sobre o "financiamento dos CAFE" (projeto apoiado por Portugal e Timor-Leste) feito através de um "fundo de contrapartida transferido para a conta da embaixada de Portugal em Díli" ou "através do pagamento direto à conta dos professores".

Os atrasos devem-se, em parte, explica, a insuficientes fundos orçamentados para o projeto.

A reunião ocorreu menos de 24 horas depois de a agência Lusa ter noticiado que havia atrasos de vários meses nos pagamentos de salários e complementos de professores e funcionários, situação que se arrasta desde o inicio do ano.

O ex-presidente da República timorense José Ramos-Horta considerou então inaceitável e incompreensível que se mantenha o que disse ser uma situação "degradante" para os funcionários das escolas de referência.

"É uma situação inaceitável, totalmente incompreensível. Sabendo que o senhor primeiro-ministro está totalmente a par do assunto e é alguém dinâmico, com experiência e que conhece a engrenagem do Ministério das Finanças", disse à Lusa em Díli.

"Pessoalmente vou voltar a alertá-lo para esta situação degradante e totalmente inaceitável, a forma como todo este processo tem sido tratado, desde vencimentos atrasadíssimos dos professores das escolas de referência, da UNTL e de outros funcionários no setor do ensino", afirmou ainda.

Nas últimas semanas, docentes das escolas de referência têm, por várias vezes, denunciado repetidos e prolongados atrasos nos pagamentos de salários e suplementos salariais e a situação de "atrofiamento financeiro" de várias das escolas.

Uma situação inicialmente atribuída à mudança de Governo - que tomou posse em fevereiro - mas que permanece e até se agudizou em alguns casos meses depois.

"As explicações, as desculpas esgotaram-se. Pode acontecer nos primeiros meses de um novo Governo. Mas há uma máquina supostamente montada, uma administração pública e o projeto das escolas de referência já tem cinco anos. Não é uma coisa nova", criticou.

"Não acredito que seja motivação política, mas sim incompetência de quem de direito no Ministério da Educação e das Finanças. Esses ministérios é que têm que dar explicações", afirmou Ramos-Horta.

No caso dos docentes portugueses, estiveram até três meses sem receber o complemento salarial, ficando semanas sem saber exatamente quando terminava ou não o seu período de permanência em Díli e quando sairiam do país.

Funcionários e docentes e estagiários timorenses ficaram o mesmo período sem receber salários, vivendo situações ainda "mais dramáticas", contaram as docentes, que explicaram que muitos foram "humilhados" e "ameaçados com represálias" se denunciassem a sua situação.

ASP // ZO

Oposição trabalhista australiana a favor do início de negociações sobre fronteiras com Timor-Leste




Díli, 26 jul (Lusa) - O Partido Trabalhista australiano, na oposição, aprovou hoje na sua Conferência Nacional uma moção em que se compromete, quando chegar ao Governo, a iniciar negociações sobre fronteiras marítimas permanentes com Timor-Leste.

A moção foi apresentada pela ex-deputada trabalhista Janelle Saffin e apoiada por Mark Dreyfus, procurador-geral 'sombra' (porta-voz do partido para este tema), e compromete um futuro Governo trabalhista quer a negociar com Timor-Leste quer a rever a posição australiana de se excluir de partes da Lei do Mar (UNCLOS).

Estas exclusões implicam, por exemplo, que a Austrália não reconhece nem o Tribunal Internacional de Justiça nem o Tribunal Internacional da ONU (Organização das Nações Unidas) para a Lei do Mar como mediadores em disputas sobre fronteiras.

Para Agio Pereira, ministro de Estado e do Conselho de Ministros timorense, a decisão do Partido Trabalhista é "particularmente apreciada" e mostra que os trabalhistas continuam a liderar a reversão de políticas sobre Timor-Leste.

"Apreciamos imenso esta nova atitude australiana. Se os Trabalhistas conseguirem o Governo vão recuar na decisão de 2002 quando se retiraram da jurisdição dos tribunais internacionais", afirmou em Díli.

"Na Austrália, quando o maior partido da oposição muda de política acaba por influenciar o partido do Governo. Estou otimista em mudanças", disse à Lusa.

A definição permanente das fronteiras marítimas entre os dois países é o assunto mais complexo da relação bilateral, em especial depois de Timor-Leste acusar a Austrália de espionagem durante as negociações para o desenho dos tratados que atualmente regem o Mar de Timor.

Timor-Leste mantém a posição da Lei do Mar - uma linha mediana entre os dois países - o que deixaria a maior parte dos recursos de petróleo e gás natural já conhecidos em águas timorenses.

Camberra defende a posição da bacia continental mas rejeita neste caso a jurisdição do Tribunal Internacional sobre a Lei do Mar.

Em junho, o Governo timorense anunciou que quer que o Tribunal Permanente de Arbitragem, com sede em Haia (Holanda), reabra o processo em que a Austrália é acusada de ter realizado atividades de espionagem durante a negociação dos acordos do Mar de Timor.

Esta questão da espionagem tinha ficado suspensa depois de uma segunda queixa em Haia, apresentada por Timor-Leste contra a Austrália, sobre a "apreensão e detenção de certos documentos e dados".

Este processo dos "documentos" - como ficou conhecido - refere-se a um conjunto de documentos pertencentes a Timor-Leste e que foram apreendidos no escritório do advogado Bernard Colleary, em Camberra (capital australiana), a 03 de dezembro de 2013, por uma equipa de agentes da ASIO (Organização Australiana de Serviços Secretos).

Esse material incluía "detalhes sobre atividades de espionagem por parte da Austrália em relação a Timor-Leste, durante a negociação do Tratado sobre Determinados Ajustes Marítimos no Mar de Timor (DAMMT)".

"A Austrália devolveu os documentos e Timor-Leste pode agora avançar para retirar a suspensão e avançar com o processo de arbitragem, para que o Tribunal decida se o que o Timor-Leste está a reclamar sobre o tratado é verdade", afirmou na ocasião Rui Araújo, primeiro-ministro, mostrando-se confiante num resultado favorável ao seu país devido à "má-fé" da Austrália.

Já a Austrália mostrou-se "desapontada" por Díli retomar esse caso no Tribunal Permanente de Arbitragem em Haia.

O procurador-geral da Austrália, George Brandis, recordou que ambos concordaram não renegociar fronteiras marítimas enquanto o tratado ainda estivesse em vigor, realçando que "a Austrália continua comprometida com esse acordo e está dececionada com o facto de Timor-Leste estar a tentar reabrir" o processo.

ASP // ZO

Moçambique: QUEM VAI PESCAR O ATUM?



Verdade (mz) - Editorial

Nos últimos 10 anos, acreditávamos que se tratava de um tubarão. Não era um tubarão qualquer. Era um tubarão branco, um assassino silencioso, extremamente perigoso e com os dentes bastante afiados para morder, sem dó nem piedade, o povo que, com muito suor e sangue, paga os inúmeros impostos, mesmo sobrevivendo à intempérie. Foram 10 anos a assistir ao que acreditávamos ser um tubarão a emitir esgares por onde passava, ao mesmo tempo que ampliava a sua fortuna para lá do intolerável.

Espoliando os moçambicanos, o que acreditávamos ser tubarão habilmente levava água ao seu moinho, tendo edificado um património económico pessoal que roça à pornografia num país em que o imaculado povo é forçado a viver a pão e água, para além de morrer de doenças curáveis nas infindáveis filas de que são características as unidades sanitárias. Foram 10 anos de saque ao cadavérico cofre do Estado. 10 anos de violentos e permanentes ataques ao bolso do paupérrimo contribuinte. Foram 10 anos de discursos cheios de banalidades. Discursos que não passavam de projecções e alucinações humanas proferidos por um tubarão animado com o sangue na água (leia-se riquezas do povo).

Porém, hoje parece que ninguém tem dúvidas de que o tubarão não é um tubarão. É, na verdade, um atum. Um atum de cabelos brancos – não confundir com o atum branco. Ao contrário dos atuns usados pelos traficantes para esconder toneladas de droga, o nosso atum esconde não menos do que 850 milhões de dólares norte-americanos. Ou seja, o nosso atum é sinónimo de roubo, corrupção e promiscuidade. Dito sem metáfora, o atum deixou o país vulnerável: à fome, à miséria e, enfim, a choques externos.

Sem nenhuma réstia de sentimento e refastelado numa praia ao longo dos dois mil quilómetros de costa moçambicana, o atum assiste ao país indo a pique, à semelhança do titanic. Mesmo não estando em alto-mar, o que faz o famigerado pescador identificado pelo nome de Procuradoria da República? Nada. Excessivamente nada. Pelo contrário, o pescador finge que o problema não lhe diz respeito. Até porque não é sua tarefa capturar um majestoso atum que chama a atenção do público. Na verdade, ele está demasiado ocupado pescando magumba.

E quem vai pescar o atum?

Moçambique. PM REAFIRMA VONTADE DO PRESIDENTE NYUSI EM SE ENCONTRA


Filipe Madinga da AIM

Chigubo (Moçambique), 25 Jul (AIM)
O Primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, reafirmou hoje que o Chefe do Estado moçambicano, Filipe Nyusi, está disponível para se avistar a qualquer momento com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, para discutirem o restabelecimento de uma paz efectiva em Moçambique.

Falando num breve encontro com os residentes de Nhamazane, distrito de Chigubo, no âmbito de uma visita de trabalho a província de Gaza, Do Rosário, explicou que sem paz não é possível produzir, algo que pode conduzir a uma escassez de alimentos.

Chigubo é actualmente um distrito assolado pela fome devido a estiagem que afecta aquela região.

O Primeiro-ministro explicou que neste momento o Chefe do Estado está a fazer uma visita de trabalho a província de Manica, seguindo-se a província de Tete, e leva consigo uma mensagem para a preservação da paz e consolidação da unidade nacional, que são os requisitos necessários para o aumento da produção e da produtividade em prol do bem-estar de todos os moçambicanos.

Não podemos usar passaporte para sairmos de Maputo para Chigubo ou para outra parte do território nacional. Por isso, o Presidente Nyusi está a falar com todos os moçambicanos sobre a necessidade de se preservar a paz. Mesmo com líder da Renamo ele está sempre disposto a falar, explicou.

No comício popular que orientou no posto administrativo de Chigubo, Do Rosário disse que o Governo continua a dialogar com a Renamo para a preservação da paz e para que esta força politica possa entregar a lista dos seus homens e as respectivas armas.

Uns serão integrados na Polícia e outros nas Forças Armadas, mas este trabalho está a ser difícil. Nós queremos paz, paz, paz, porque sem paz não há riqueza, não há desenvolvimento. A guerra não é boa traz destruição e sofrimento. Não queremos ter dificuldade de nos movimentar no nosso país, disse.

Este distrito debate-se com o problema de falta de água, tanto para o consumo humano como para o abeberamento de gado. Por isso, o Primeiro-ministro prometeu discutir o assunto com o Governo distrital, provincial e central na busca de soluções para multiplicar as fontes de água.

Constatamos que a natureza não ajuda muito. Temos que garantir a sobrevivência do gado que é nossa fonte de riqueza para podermos vender e comprar o que não temos, disse Do Rosário.

Por isso, recomendou aos residentes a usarem o gado como moeda de troca para a obtenção de produtos e alimentos que precisam para o seu sustento como forma de garantir a segurança alimentar.

O governante disse ainda que o Governo vai também abordar os operadores privados locais para que possam ter e assumir tarefas de responsabilidade social para poderem ajudar na solução dos problemas que afectam a população.

Os operadores podem ajudar-nos a abrir furos de água e a comprar o nosso gado. Vamos também organizar feiras agro-pecuárias para trazer os produtos que não temos. Temos que evitar receber coisas de graça. Só em casos extremos é que o Governo deveria ser chamado a intervir, disse.

Referiu que o Governo também vai trabalhar na promoção do Parque Nacional de Banhine, para que esta reserva possa atrair turistas e produzir receita para desenvolver o distrito e aumentar os postos de emprego.


(AIM) MAD/sg

Busca Demencial. Eurocratas Merkel-Schäuble Arriscam Pânico do Sistema Bancário Mundial




Em Busca Demencial por Mudança de Regime

Webster G. Tarpley*

Estados Unidos, França e Itália procuram evitar o Caos Induzido-por-Berlim ; Necessário ultimato de Obama exigindo 50% do perdão da dívida para Atenas agora, preferível a Tomada de Contrôlo Financeiro Chinês; Ultra-esquerdistas Gregos Sabotam Unidade, Ignoram Lições de Brest-Litovsk; S & P 500 fecha Ameaçadoramente Abaixo de “ Top Head and Shoulders” Depois de Mais de US $ 5 Triliões (trilhões-br) de Perdas a nível Mundial provocadas pelas bolsas da Grécia Terminar; Tribunal de Recurso (Apelação-br) do Michigan, em Grand Rapids, Deve Dar provimento ao Recurso pendente do Preso Político Rev. Pinkney;

O Ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble propôs, esta semana, seriamente, ao secretário do Tesouro dos E. U, J. Lew, que os EUA e a U.E. deviam trocar a (crise da-ndT) Grécia por Puerto Rico, e ficou desapontado quando Lew tratou a sua oferta como uma piada de mau gosto. Schäuble há muito que se tornou famoso pelo seu niilismo cínico, mas ao longo das últimas semanas ele tem exibido os sintomas de uma debilitante doença mental. Schäuble deverá ser removido do cargo e colocado numa clínica psiquiátrica. A Srª Merkel também deveria também ser afastada do cargo, quanto mais não seja por manter um óbvio louco como ministro das Finanças. O Partido para Taxação de Wall Street insta, com urgência, o Bundestag (Parlamento-ndT) alemão a realizar, imediatamente, a votação de uma Moção, construtiva, de Desconfiança ao governo Merkel. Schäuble e Merkel devem ser levados a compreender que as suas falhadas políticas de austeridade são bárbaras e intoleráveis. Os Tratados Europeus de Roma, Maastricht, e de Lisboa, quaisquer que sejam as suas falhas óbvias, não são um pacto de suicídio. Estes tratados devem ser interpretados de acordo com os ditames da “epiqueia”, o termo da Grécia Clássica para equidade, justiça e razoabilidade. A austeridade é cruel, estúpida e irrazoável.


*Historiador e jornalista norte-americano. Último livro publicado:Surviving the Cataclysm: Your Guide Through the Worst Financial Crisis in Human History (Progressive Press, 2011).

EXCLUSÃO SOCIAL: UM MAPA DAS PESSOAS AMEAÇADAS PELA POBREZA NA EUROPA




A estratégia Europa 2020 da União Europeia para o desenvolvimento tem como objetivo, entre outros, salvar da pobreza até 2020 pelo menos 20 milhões de pessoas ameaçadas pela exclusão social. No momento em que a estratégia foi lançada, em 2009, 117 milhões de europeus estavam em risco de pobreza.

Este mapa mostra a percentagem de cidadãos europeus ameaçados em 2013 em diferentes regiões da Europa. As regiões a azul são aquelas em que o número de pessoas ameaçadas pela pobreza está em conformidade com os objetivos previstos pela estratégia Europe 2020. Quanto mais escura for a cor, menos elevado é o risco. As regiões a vermelho são as que ainda estão longe de atingir os objetivos. Quanto mais escura for a cor, mais os habitantes correm o risco de exclusão social. O vermelho escuro indica uma percentagem igual ou superior a 29%. As zonas onde a tendência é positiva são contíguas e cobrem praticamente a Europa central e do norte (à exceção notável das ilhas britânicas). 

A situação é mais difícil na Europa oriental e mediterrânea, ainda que em Itália e em Espanha existam diferenças regionais muito acentuadas.

Este mapa baseia-se nos dados do Eurostat ed e foi publicado no passado mês de maio pelo BBSR, o Bundesinstitut für Bau-, Stadt- und Raumforschung, uma instituição alemã que realiza estudos geográficos e urbanísticos.

VOX europ – clicar na imagem para ampliar

SONDAGEM: SYRIZA ACIMA DOS 40 POR CENTO FAZ INTENÇÕES DE VOTO




A projeção da sondagem Metron para o diário Parapolitika mantém a larga distância que separa o Syriza, com 41.2% e a Nova Democracia, com 21.9% das intenções de voto. 63% acham que Tsipras fez bem em aceitar o acordo em Bruxelas e 61% dão-lhe nota positiva como primeiro-ministro. É na pergunta “Euro ou dracma?” que surge a maior alteração em relação à sondagem de há quinze dias.

Seguem-se o Potami (7.5%), Aurora Dourada (6.6%), KKE (5.1%), PASOK (4,1%), União do Centro (4%), Gregos Independentes (3.4%), o Movimento de Socialistas Democráticos, do ex-primeiro-ministro e presidente da Internacional Socialista George Papandreou (1.6%) e a coligação da esquerda anticapitalista ANTARSYA (1.4%).

Na intenção direta de voto, o Syriza obtém 36.3%, a Nova Democracia 17.8%, seguindo-se o Potami (6.1%), Aurora Dourada (5.3%), KKE (4.2%), PASOK (3.6%), União do Centro (3.3%), MDS (1.3%) e ANTARSYA (1.1%).

Questionados sobre o desempenho de Alexis Tsipras como primeiro-ministro, 61% classificam-no de positivo, enquanto 36% acham que tem sido negativo. Ambas as respostas subiram 1 ponto desde que a mesma pergunta foi feita antes da cimeira de Bruxelas.

Quanto ao acordo em que o primeiro-ministro diz não acreditar e que foi obrigado a assinar para evitar a bancarrota descontrolada do país, 63% concordam que ele teve razão em aceitá-lo, enquanto 32% dizem que fez mal.

Apoio ao dracma aumenta, mas é maioritário apenas entre os eleitores da Aurora Dourada

A maior alteração na opinião dos inquiridos pela Metron em relação aos últimos meses é a questão “Euro ou dracma?”. O apoio à permanência na moeda única continua esmagador com 78% das preferências, mas cai 6 pontos em relação à última sondagem, publicada a 12 de julho. O dracma é a moeda escolhida por 19% dos inquiridos, uma subida de sete pontos em apenas duas semanas, atingindo o nível mais alto desde as eleições.

Olhando para a resposta dos eleitores de cada partido, mais de 90% na Nova Democracia, Potami e PASOK apoiam o euro, enquanto nos Gregos Independente, KKE e Syriza esse apoio está entre os 61% e os 70%. Os apoiantes do dracma no Syriza (26%), KKE (27%) e Gregos Independentes (39%) só são ultrapassados pelos da Aurora Dourada (64%), o único partido onde os eleitores apoiantes do euro estão em minoria. O maior número de indecisos está no KKE e o único partido cujos eleitores não hesitam é a Nova Democracia e os Gregos Independentes.

InfoGrécia – clicar imagens para ampliar

Mais lidas da semana