sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Angola. OS “INIMIGOS” EUROPEUS




DESNORTE TOTAL DO REGIME COM A IMAGEM CADA VEZ MAIS SUJA A NÍVEL INTERNACIONAL

Folha 8 digital, 19 setembro 2015

O governo de José Eduar­do dos San­tos, também líder do partido que está no poder há quase 40 anos, o MPLA, e também Presidente da República – sem nunca ter sido nominalmente eleito – há 36 anos, reagiu, às críticas do Parlamento Europeu.

Críticas às repetidas viola­ções dos direitos humanos, bem como à corrupção. Críticas feitas por quem, é claro, ainda não percebeu a adiantada fase de uma democracia e de um Esta­do de Direito que, a nível mundial, só é ultrapassada pela Coreia do Norte.

Em comunicado, o go­verno do “querido líder” contesta “a gravidade” do conteúdo da resolução do Parlamento Europeu que, segundo a análise do MPLA, do Governo e do Presidente da República – ou seja, de Eduardo dos Santos – retrata um país que “não é seguramente a República de Angola”.

E não é com certeza. O Parlamento Europeu deve­ria saber que Angola é um paradigma democrático, bem como um exemplo mundial da luta contra a corrupção e do respeito dos direitos humanos. Isto é tão certo como as zebras terem penas. Vejam se en­tendem isso de uma vez por todas.

Na apreciação do “escolhi­do de Deus”, a resolução, que teve por base um re­latório da eurodeputada portuguesa Ana Gomes, do Partido Socialista (a cuja família, a Internacional Socialista, também pertence o MPLA), que visitou o país em Julho, mantendo encontros com membros do governo e da sociedade civil, contém “inverdades, especulações e factos gros­seiramente manipulados pela autora, cujas conota­ções com certa oposição angolana são por demais conhecidas.”

Mais uma vez o líder di­vino tem razão. Soubesse Ana Gomes quem é o dono da verdade, soubesse que o MPLA é Angola e Angola o MPLA, soubesse que essa “certa oposição” é consti­tuída por uma subespécie de angolanos, então não te­ria escrito as asneiras que escreveu e que – é claro – constituem um crime con­tra a segurança do Estado e indiciam uma tentativa de golpe de Estado.

“Os direitos à liberdade de associação, à liberdade de reunião, o acesso à justiça e ao julgamento justo, à liberdade de expressão e de informação, à liberdade de Imprensa, à liberdade de consciência, religião e culto, à liberdade física e à segurança pessoal, ao ambiente e à livre inicia­tiva económica, foram questionados pelos parla­mentares europeus, tendo como único fundamento opiniões insultuosas mo­tivadas por convicções e objectivos políticos desse membro do seu parlamen­to que desprezou o traba­lho que vem sendo reali­zado nos últimos 40 anos de independência nacional por todos os angolanos em condições por vezes mui­to adversas na construção de uma Nação livre, justa e soberana”, lê-se no co­municado de Eduardo dos Santos.

A clamorosa falha de Ana Gomes, dir-se-ia mesmo o clamoroso crime, deveu-se igualmente ao facto de se ter esquecido de dizer qual é o seu preço. Aliás, nem precisava de dizer o preço, bastava dizer que estava à venda. Se o tivesse feito teria recebido um cheque presidencial, assinado e autenticado, em branco. Só teria de colocar o valor que entendesse mais justo. É claro que também poderia optar por receber uns cai­xotes diplomáticos abarro­tados de dólares.

“De facto, consideramos ir­responsável que se aborde de forma leviana os proce­dimentos e acções das ins­tituições angolanas, pondo em causa o exercício de di­reitos, a sua independência e questionando processos que se encontram em cur­so de acordo com a lei”, diz a nota que mereceu a con­cordância do Presidente do MPLA (José Eduardo dos Santos), do chefe do Go­verno (José Eduardo dos Santos) e do Presidente da República (José Eduardo dos Santos).

O “Estado angolano prima pelo respeito dos direitos dos cidadãos consagrados pela Constituição e tem como instrumentos funda­mentais os órgãos de justi­ça que realizam um traba­lho árduo e transparente com vista à protecção des­ses direitos”, afirma o go­verno/MPLA/Eduardo dos Santos. Não diz, nem pre­cisa, que a Constituição é um documento que só tem validade no que interessa ao regime, e que os ditos órgãos de justiça são me­ras correias de transmissão dos interesses do MPLA, onde pontificam sipaios que se limitam a cumprir as ordens do chefe.

A finalizar, o comunicado afirma que o governo de Angola “rejeita categori­camente o conteúdo da Resolução e lamenta que uma instituição credível se tenha deixado enredar por informações caluniosas, não considerando, por isso, as suas recomendações que em nada beneficiam a cooperação entre Angola e a União Europeia”.

Perante este aviso, esta chantagem, a União Euro­peia tremeu e há quem diga que pode desmoronar-se quando o regime de Eduar­do dos Santos entender. São já muitos os europeus que temem o espectro do fim da Europa e, por isso, pedem a bênção a… José Eduardo dos Santos.

DECLARAÇÃO DA UNITA À LUZ DA RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU SOBRE ANGOLA

1. O Comité Permanente da Comissão Política da UNITA tomou boa nota da Resolução do Parlamento Europeu Número 2839 Sobre Angola e acha que ela reflecte a real situação que se vive em Angola pelo que manifesta o seu reconhecimento pelos esforços desenvolvidos pelos seus proponen­tes em particular a eurodeputada Ana Gomes.

2. A UNITA saúda em particular o fac­to de os povos da Europa terem jun­tado a sua voz às exigências do povo angolano pela liberdade imediata e incondicional de “todos os defensores dos direitos humanos, incluindo Mar­cos Mavungo, os 16 jovens ativistas detidos desde Junho de 2015 sem cul­pa formada e de “quaisquer outros ati­vistas, prisioneiros de consciência ou opositores políticos arbitrariamente presos e detidos exclusivamente de­vido às suas opiniões políticas, ao seu trabalho jornalístico ou à sua partici­pação em ações pacíficas”.

3. A UNITA tomou boa nota do facto de o Parlamento Europeu ter-se asso­ciado aos apelos das Nações Unidas para o Governo angolano levar a cabo um inquérito transparente e credível ao massacre ocorrido no Monte Sumi, Província do Huambo, e prestar apoio aos sobreviventes deslocados. Nesse respeito, a UNITA exorta o Executivo do Presidente José Eduardo dos San­tos a parar com as perseguições de cidadãos ligados à seita Luz do Mundo de José Kalupeteka, que, segundo tes­temunhos, ainda continuam;

4. A UNITA considera uma evolução positiva o facto de o Parlamento Euro­peu ter finalmente reconhecido que o sistema judicial angolano não é inde­pendente e que há de facto um eleva­do nível de corrupção das autoridades angolanas, que prejudica gravemente o respeito pelos direitos humanos e o desenvolvimento do país, e que os princípios «caixa de ferramentas» para os direitos humanos devem ser observados pelos estados membros antes de qualquer negociação com Angola.

5. Tal como o Parlamento Europeu, a UNITA:

a) solicita às autoridades angolanas e às empresas estrangeiras que contri­buam para reforçar a governação no sector extractivo através da adesão à iniciativa para a Transparência das Indústrias Extractivas e do exame da aplicação do Processo Kimberley;

b) exorta o Governo angolano a apre­sentar um plano para aderir à Parceria Governo Aberto e a conceber um pla­no concreto para combater a corrup­ção, aumentar a transparência e refor­çar a responsabilização pública;

c) solicita à Delegação da UE em Luan­da que materialize os compromissos assumidos pelo SEAE no sentido de apoiar e proteger os defensores dos direitos humanos em Angola, através de medidas concretas e palpáveis que contemplem, em especial, a observa­ção de julgamentos, o apoio político e material aos defensores dos direitos humanos, aos respectivos advogados e familiares.

6. A UNITA considera a Resolução do Parlamento Europeu sobre Angola uma forte manifestação de solidarie­dade dos povos da Europa para com a luta dos angolanos por liberdade, paz, justiça e democracia e exorta a todos os cidadãos a dela extraírem cópias no portal http://www.europarl.eu­ropa.eu/sides/get Doc.do?pubRef=// EP//TEXT+MOTION+P8-RC-2015-0846+0+DOC+XML+V0//PT e pro­cederem à sua mais ampla divulgação nas redes sociais, na imprensa escrita e nas rádios.

Luanda, 14 de Setembro de 2015

O Comité Permanente da Comissão Política da UNITA


Angola-Cabinda. UM TRIBUNAL PARTIDÁRIO UMA JUSTIÇA “COLONIAL” MAVUNGO A VÍTIMA



William Tonet – Folha 8 digital, 19 setembro 2015

Em Angola, numa altu­ra em que o regime se pavoneia em apresentar um balanço positivo dos 40 anos de governação, no pós­-independência, na justiça o gráfico é altamente assusta­dor. Negativo. Diabólico.

Em pleno século XXI, o país posiciona-se abaixo do sis­tema implantado por Luís XIV, em França onde a res­trição das liberdades, viola­ção dos direitos humanos e assassinatos de opositores, estava, intrinsecamente, li­gada a mente tacanha e ao discricionarismo do rei, que condenava a seu bel-prazer todos que não o bajulassem e a sua corte.

Nessa petulância, pensava ser bastante o poderio mi­litar, assente na ponta dos fusis e canhões, para a per­petuidade no poder.

LEDO ENGANO

A dor, a revolta que cal­correavam na sociedade, blindaram os cidadãos para formas de luta inteligentes, vitais para corroer as mura­lhas da tirania, desmoronan­do o poder absolutista do rei a favor do liberalismo.

Não recuando no passado francês, as semelhanças com a realidade “jessiana­-angolana” parecem irmãs siamesas, principalmente, no que tange a violação das liberdades e dos direitos hu­manos, onde o actual siste­ma de justiça dependente do Titular do Poder Executivo, desempenhando por via dis­so, um papel aterrorizador e diabólico, face às amarras partidocratas.

Em Angola a justiça deixou de ser escrava do direito é submissa ao poder político, que dita o barómetro do justo e injusto; do inocente e do culpado; do que é preso e condenado; do que vive ou é assassinado. É a magistratu­ra do livre arbítrio, no máxi­mo esplendor.

Nos 40 anos de regime/JES, a presunção é a prova acaba­da para condenação, sendo rejeitada, na maioria das ve­zes, a verdade material. Por esta razão não é inocente a maré de injustiças, pratica­das por muitos juízes, “parti­docratamente” identificados como os principais algozes da sobrelotação das cadeias e condenações inquisito­riais, ombreando com al­guns procuradores cúmpli­ces de muitos assassinatos e lançamentos aos jacarés de inocentes, que, pasme­-se, reivindicam a adopção de preceitos constitucio­nalmente consagrados, como o art.º47.º. Foi assim com Isaías Cassule e Alve Kamulingue e, será assim com José Marcos Mavun­go condenado a seis anos de prisão, para morrer na cadeia e assim intimidarem todo o povo Cabinda, como se lhes tivessem a dar uma clara mensagem de, não se­rem uma província como as demais, mas uma colónia petrolífera, cujos habitantes estão despojados de todos os direitos, apenas ostentam deveres, deveres, deveres, no incumprimento o cárce­re e ou a guilhotina.

Ao escrever estas linhas, não imaginam os ditadores, os algozes, como se agita de ódio o meu coração saben­do, que por querer aprender, aprender mais, o Domingos da Cruz estar preso, na com­panhia do Sedrick de Carva­lho por este querer partilhar o rigor de um melhor jorna­lismo ou ainda imaginar os outros jovens, estarem nas masmorras por portarem 12 lapiseiras, um lápis e três blocos, mandados por ho­mens, travestidos de inves­tigadores e procuradores, que parecem não ter filhos, netos e sobrinhos, numa mesquinhez mental, que lhes ofusca, salvaguardar o futuro dos seus.

O regime aprovou uma lei importante, pois trata-se da Lei Geral do Trabalho ao domingo. Uma lei que retira direito aos trabalhadores e os concede aos deputados/comerciantes e ministros/empresários. Uma lei racis­ta, discriminadora, anti-an­golana e africana, que dizem ter sido coordenada pela jurista Guilhermina Prata. Será?

*MAIS DESENVOLVIMENTO NO INTERIOR DO FOLHA 8 digital

"Governo envia forte recado aos activistas em Angola", diz Orlando Castro – com áudio




Jornalista e chefe de Redacção do jornal Folha 8 analisa situação em Angola

Alvaro Ludgero Andrade - Voz da América

A condenação do activista José Marcos Mavungo a seis anos de prisão lança um alerta ao activismo em Angola quando vários outros aguardam julgamento.

Para alguns analistas, Angola conhece alguma tensão política que pode aumentar com a aproximação das eleições de 2017.

Ao mesmo tempo, há sinais de que no seio do MPLA existem divergências sobre a forma como o partido no poder está a enfrentar essa situação, a dois anos das eleições de 2017.

O Parlamento Europeu aprovou uma resolução que critica o aumento das violações dos direitos humanos da corrupção em Angola, cujo Governo repudiou o  texto e disse que a resolução poderia dificultar a cooperação entre Luanda e Bruxelas.

O jornalista Orlando Castro, chefe de redacção do jornal Folha Oito, analisa a situação actual em Angola como convidado da rubrica Agenda Africana.

ÁUDIO DO PROGRAMA

GOVERNO DE CABO VERDE PROMETE MAIS MEDIDAS CONTRA O TRÁFICO HUMANO




Nações Unidas exigem medidas para combater o fenómeno

Eugénio Teixeira – Voz da América

Um relatório divulgado na passada segunda-feira pela ONU sobre Cabo Verde chamou a atenção do Governo para a necessidade da criação de leis que penalizem os traficantes de seres humanos.

Em declarações à VOA, o ministro da Justiça disse que o Executivo está a trabalhar para resolver essas questões.

Segundo José Carlos Correia, já se encontra em elaboração um projecto de decreto que deverá entrar em vigor ainda no decorrer deste ano, visando a punição de praticantes dos referidos crimes.

A exploração sexual, de acordo com o ministro, em princípio, não entra no plano da igualdade do género, porquanto tem a ver com a questão mais genérica da redução da pobreza e da promoção da dignidade das pessoas e dos direitos.

José Carlos Correia afirma que muitas vezes torna-se difícil distinguir a prática da prostituição e a exploração sexual, tendo em conta que há pessoas que optam por esta via de forma livre.

No entanto, o ministro afirma que, no quadro da lei sobre o tráfico humano, estão consagradas medidas para a punição dos exploradores sexuais.

No que se refere à prática do transporte de drogas “correio de drogas ou mulas”, é uma questão foge ao controlo do Governo, mas da consciência de cada cidadão.

Cabo Verde. Trabalhadores da rádio e televisão manifestam-se por questões laborais




Os trabalhadores da Rádio e da Televisão Cabo-verdiana (RTC) manifestaram-se hoje para exigir a resolução de questões laborais antes da fusão entre os órgãos públicos de comunicação social do país numa única empresa.

A manifestação, organizada pela Comissão de Trabalhadores da RTC, a Associação Sindical dos Jornalistas cabo-verdianos (AJOC) e o Sindicato de Transportes, Telecomunicações, Hotelaria e Turismo (SITHUR), aconteceu na Cidade da Praia, com destino ao Palácio do Governo, e na Cidade do Mindelo, em São Vicente.

Os trabalhadores querem que questões relativas a reclassificações, promoções e progressões na carreira sejam resolvidas antes da entrada em vigor da fusão entre a Rádio e Televisão Cabo-verdiana, que congrega a Televisão de Cabo Verde (TCV) e a Rádio de Cabo Verde (RCV), com a agência de notícias Inforpress.

O diploma, aprovado em Conselho de Ministros, já foi enviado ao Presidente da República para promulgação ou veto. A nova empresa, que deverá começar a funcionar ainda este ano, se chamará Rádio Televisão Cabo-verdiana & Inforpress, Sociedade Anónima (RTCI).

Segundo a presidente da AJOC, Carla Lima, quadro da RTC, a empresa tem um Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) aprovado em 2010 que determina que as promoções e progressões deveriam acontecer em 2014, mas até agora isso não aconteceu.

"Do PCCS anterior, herdamos vários problemas, nomeadamente de enquadramentos mal feitos, tempo de serviço que não foi contado como deve ser e estas questões têm estado a arrastar-se há muito tempo", lamentou a jornalista.

Por sua vez, Carlos Santos, jornalista da comissão de trabalhadores, criticou a falta de diálogo e o "silêncio total" do Conselho de Administração relativamente às reclamações dos trabalhadores desde que o plano que regula os cargos, carreiras e salários entrou em vigor.

Carlos Santos, também quadro da RTC, pediu mais respeito pelos direitos dos trabalhadores e garantiu que a luta será levada "até ao fim", admitindo a possibilidade de recurso à greve.

Em declarações aos jornalistas, o presidente do Conselho de Administração da RTC, Emanuel Moreira, recordou que o PCCS foi aprovado em 2010, mas com a fusão dos órgãos públicos numa única empresa, que terá novas valências, será necessário a aprovação de um novo PCCS.

Afirmando que será um assunto a ser discutido em plenário com os trabalhadores da RTC, Emanuel Moreia lembrou as condições económicas e financeiras da empresa, dizendo que se deve debater a sua sustentabilidade, por causa das dívidas existentes com outras empresas.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Guiné-Bissau. Mediador internacional propõe aos guineenses pacto de estabilidade




O antigo presidente da Nigéria, Olesegun Obasanjo, mediador da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) para a crise política na Guiné-Bissau, propôs aos guineenses a assinatura de um pacto de estabilidade a ser assinado "por toda gente".

Para Obasanjo um pacto de estabilidade poderia servir para se "evitar crises como a que teve lugar agora" e que o próprio ajudou a mediar entre o Presidente guineense, José Mário Vaz e o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das últimas eleições legislativas.

O pacto de estabilidade seria assinado por partidos políticos, Presidente da República, líder do Parlamento, primeiro-ministro e a sociedade civil, tendo como premissas essenciais a cooperação, a colaboração e a concertação, defende Obasanjo.

"Espero estar aqui para testemunhar a assinatura desse pacto que poderá servir para evitar crises como a que tivemos agora", acrescentou o ex-líder nigeriano enviado especial da CEDEAO para ajudar a resolver o impasse politico que se registava na Guiné-Bissau.

O Presidente guineense nomeou na quinta-feira Carlos Correia, de 81 anos, primeiro-ministro pondo fim a um impasse que durava mais de 30 dias, desde a sua decisão de exonerar o Governo que era liderado por Domingos Simões Pereira, com quem se incompatibilizou.

Pelo meio José Mário Vaz ainda nomeou Baciro Dja primeiro-ministro mas o Supremo Tribunal de Justiça mandou anular a decisão por a considerar inconstitucional, o que levou o país a ficar sem um executivo.

Falando numa conferência de imprensa, o antigo presidente da Nigéria saudou o entendimento alcançado, salientado ter sido encontrado uma solução entre os próprios guineenses e ainda felicitou a "paciência do povo" durante o período do impasse.

Quanto ao futuro disse esperar melhorais no relacionamento entre os titulares dos órgãos de soberania sobretudo a partir das ideias mestras dos discursos do Presidente e do novo primeiro-ministro.

"Tanto o Presidente como o novo primeiro-ministro reconheceram, nos seus discursos, a necessidade de colaboração, cooperação, concertação e dialogo. A constituição da Republica manda que as instituições do Estado funcionem na base de cooperação", observou Olesegun Obasanjo.

Lusa, em Notícias ao Minuto

CABO VERDE APROVOU ACORDO PARA EVITAR DUPLA TRIBUTAÇÃO COM A GUINÉ-BISSAU




O Governo cabo-verdiano aprovou, em Conselho de Ministros, um acordo para evitar a dupla tributação com a Guiné-Bissau com o objetivo de prevenir a evasão fiscal e relançar as relações económicas entre os dois países, foi hoje anunciado.

"A fixação de residência de um estrangeiro num outro país implica que a totalidade dos seus rendimentos possa ficar sujeita a tributação neste último, gerando uma dupla tributação quando o mesmo sujeito é tributado igualmente no seu país de origem", adianta o comunicado do Conselho de Ministros, hoje divulgado.

Face a ausência de uma legislação internacional harmonizada nesta matéria, "esta situação indesejável", explica o comunicado, só pode ser ultrapassada com a celebração entre Estados de convenções para evitar a dupla tributação, acordos que permitem taxas de retenção mais baixas e geram maior competitividade para os contribuintes e empresários.

A convenção, que tinha sido assinada em julho em Bissau e terá agora que ser ratificada pelo parlamento cabo-verdiano, enquadra-se "no esforço bilateral de relançar as relações económicas entre estes dois países irmãos", adianta o texto.

CFF // PJA – Lusa, em Notícias ao Minuto

Guiné-Bissau. CARLOS CORREIA PROMETE CONTRIBUIR PARA CLIMA DE PAZ E ESTABILIDADE




O novo primeiro-ministro, Carlos Correia, prometeu “trabalhar com determinação para um clima de paz e estabilidade necessários para o desenvolvimento do país”. Carlos Correia falava durante a cerimónia da sua investidura para o cargo a que foi empossado.

Carlos Correia, agradeceu na sua intervenção o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que o propôs para chefiar o Governo e ao Chefe de Estado, que aceitou o seu nome.

“Patriota e combatente da liberdade da Pátria, perante este novo desafio e não estando previsto nos meus planos, obrigam-me, as atuais circunstâncias, a aceitar o cargo de primeiro-ministro”, afirmou Carlos Correia que promete guiar-se pelo respeito à Constituição e as leis do país.

Prometeu ainda trabalhar para que haja um relacionamento institucional são e profícuo com o Presidente guineense e “contribuir de forma decisiva para um clima de paz e estabilidade necessários para o desenvolvimento do país”.

Carlos Correia de 81 anos é antigo combatente e dirigente do partido. Este será a quarta vez que vai dirigir Governo na Guiné-Bissau (1991–1994; 1997/1998; e em 2008).

Recorde-se que estiveram presentes na cerimónia de empossamento, o presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, mediador da CEDEAO, ex-presidente da Nigéria, Olesegun Obasanjo; líderes dos partidos políticos com o assento no parlamento e corpos diplomáticos acreditados no país.

Assana Sambú – O Democrata

Guiné-Bissau. DOMINGOS SIMÕES PEREIRA, UM ANIMAL POLÍTICO




Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC e primeiro-ministro demitido pelo Presidente da República, José Mário Vaz, devolveu finalmente aos Guineenses a esperança de que um futuro bastante melhor é possível na Guiné-Bissau.

Com a nobre atitude que demonstrou no partido, manifestando indisponibilidade para voltar a ser indicado para primeiro-ministro, DSP tem a Guiné-Bissau - e a comunidade internacional - a seus pés. E pode desde já começar a pensar noutros voos.

E pode contar comigo.

O discurso de DSP, ontem, no Bureau Político deixou a plateia lavada em lágrimas - literalmente. Um discurso apaziguador, falando em união, da necessidade urgente de pôr os interesses do País, das Guineenses e dos Guineenses acima dos interesses pessoais ou de grupos; não atacou ninguém. Os gestos não deixam dúvidas: estamos na presença de um Senhor. Pediu coragem a todos, e prometeu um futuro melhor.

Guineenses, irmãs e irmãos

Todos nós, juntos, somos poucos para reerguer este País. Vamos deixar as quezílias políticas para os políticos e os tribunais resolverem. Cada um na sua área que se empenhe em dar apenas o seu melhor que a Pátria agradece. Esta crise perfeitamente desnecessária veio apenas mostrar-nos que este País é viável, e que precisamos apenas de homens do nível do Domingos Simões Pereira para avançarmos.

Domingos Simões Pereira saiu desta crise como um gato - sem deixar marcas. Marcou pontos dia sim, dia sim, disso não tenho dúvidas. Três moções no Parlamento, arrasadores. Vitória retumbante no Supremo Tribunal de Justiça em toda a linha. Todo o Povo à sua volta, gente descomprometida com a governação, de todos os quadrantes políticos estiveram de cabeça erguida, ao seu lado, neste combate. Uns traíram-no, mas isso não conta agora para nada. Cada um que fique refém da sua consciência.

Domingos Simões Pereira, podia, hoje, exigir tudo do Presidente da República. JOMAV, pelo contrário, não está em condições de exigir coisa nenhuma, a não ser assinar de cruz. Está isolado, foi politicamente derrotado, humilhado mesmo; é olhado com desconfiança pelos seus homólogos sub-regionais, e os parceiros internacionais não o querem por perto. Por enquanto.

O capital político conquistado por DSP nesta crise que simplesmente não devia ter acontecido, devia tornar-se num Case Study. Pela primeira vez na nossa história, uma crise política gravíssima não nos levou a um golpe de Estado e ao derramamento de sangue. Aplauda-se a atitude republicana das nossas forças armadas desarmadas.

O Povo da Guiné-Bissau pode nem sequer ter pensado nisto, mas o Domingos Simões Pereira evitou que males bem maiores assolassem o País de novo. Recusou sempre a confrontação, nunca deu ouvidos a insultos e proibiu mesmo que se respondesse aos mesmos. Estamos-lhe bastante agradecidos.

Enfim, DSP deu-nos uma verdadeira lição de política, de razoabilidade, de compromisso com a Guiné-Bissau e com o seu Povo. Elogio a elevação e o sentido de Estado demonstrados.

DSP é jovem, inteligentíssimo e simpático; tem carisma, é um líder perfeito, como poucos hoje em dia nesta nossa tresloucada África. É trabalhador, é pragmático qb e adepto do franc parler. Auguro-lhe um futuro político brilhante e prometo fazer a minha parte para ajudá-lo nessa missão. Domingos Simões Pereira, tolerou várias atitudes menos dignas da parte do Chefe de Estado, por ser uma pessoa educada, um diplomata.

Obrigado, Engº Domingos Simões Pereira. A Guiné-Bissau conta contigo! AAS"

António Aly Silva – Ditadura do Consenso

Portugal. Heloísa Apolónia. “Nem PS nem PSD representam uma verdadeira alternativa”



Ana Petronilho - Económico

As maiorias absolutas “não significam a estabilidade no país” e geram “muito autoritarismo e até uma submissão das maiorias parlamentares”, alerta Heloísa Apolónia.

É necessário "trabalhar mais a dinâmica parlamentar" e as maiorias absolutas "geram muito autoritarismo e até uma submissão das maiorias parlamentares", alerta Heloísa Apolónia. Essa é, aliás, a razão apontada pela líder parlamentar dos Verdes para defender que, "no período em que estamos, uma maioria absoluta não é uma solução viável e desejável para o país". Até porque, uma maioria absoluta não traduz estabilidade para o país, remata Heloísa Apolónia em entrevista ao Económico.

Têm a expectativa de subir o número de deputados?

Estamos em crer que há grandes condições para haver um reforço da Coligação Democrática Unitária (CDU) nas próximas eleições, em número de votos e de mandatos. É fundamental que as pessoas não esqueçam o passado e o tomem como um aviso para aquilo que pode vir a ser o futuro. Tivemos um Governo a mentir aos portugueses e isto não é forma de estar na política, quem tem um passado destes não conseguirá fazer diferente. Os partidos que se têm alternado no poder não têm como eixo central das suas políticas as pessoas e a promoção da sua qualidade de vida e a CDU representa essa alternativa.

Os Verdes perdem eleitorado por estar na sombra do PCP?

A CDU traz gente à participação que nem é militante do PCP nem dos Verdes. Esta CDU é muito positiva quer para aqueles que integram a coligação quer para o país. É uma força de dinâmica e é por isso que outros partidos como o PS, o PSD e o CDS têm tanto receio desta força da CDU.

Receia o voto útil no PS?

O fundamental é as pessoas perceberem que o voto útil será aquele que será útil para si. Ou seja, o voto que se poderá traduzir numa política e em propostas que sejam úteis para quem deu o voto. E não dar o voto a uma determinada componente ou uma determinada força política que depois imediatamente trai o seu voto. A utilidade do voto não vai para a construção de maiorias absolutas. As maiorias absolutas não significam a estabilidade no país, muito pelo contrário, as maiorias absolutas têm sido o instrumento mais eficaz para retirar direitos às pessoas e para promover determinadas políticas extraordinariamente desagradáveis.

Estão abertos a consensos?

Nunca chegou nenhuma proposta à Assembleia da República, seja do PS, PSD, CDS ou do BE, que consideremos benéfica para o país e que tivesse levado o nosso voto contra. Nunca. Agora também não houve nenhuma proposta que considerássemos maléfica para o país que tivesse o nosso voto a favor. Se nos vierem pedir privatizações, terão o nosso voto contra, se nos vierem pedir a descapitalização da Segurança Social, têm o nosso voto contra e se nos vierem propor desvalorização do factor trabalho e despedimentos fáceis têm o nosso voto contra.

São essas as vossas linhas vermelhas?

Não lhe chamaria, exactamente, linhas vermelhas. São princípios e valores dos quais não podemos abdicar. Agora, para uma política de valorização do salário, das pensões, da produção nacional, para uma visão fiscal de justa repartição da riqueza, nunca terão o voto contra dos Verdes. Nunca, absolutamente, nunca.

O que acha do programa do PS?

O PS tem uma história. Não nos podemos esquecer daquilo que representaram os PEC que carregavam consigo uma dose brutal de austeridade e uma lógica de empobrecimento continuada. Temos de fazer com que as pessoas não se esqueçam disso. Porque essa história, dos PEC, por exemplo, não está renegada por António Costa e por este PS. Aquilo que se tem verificado é o que podemos chamar de alternância entre o PS e o PSD/CDS. É uma mesma lógica política, com uma diferença aqui e outra acolá, temos o mesmo trilho, o mesmo caminho preparado. Nenhum deles representa uma verdadeira alternativa para o país.

Nesse cenário estarão mais abertos a acordos com a direita ou com o PS?

O PS quando esteve no Governo, fosse com maioria absoluta ou com maioria relativa, procurou sempre os seus consensos à direita. Fez opções por alguma razão. É porque o caminho trilhado é de facto no mesmo sentido. Aquilo que dizemos é que dar mais força à CDU é potenciar o país para nos desviarmos e descolarmos desse caminho. A CDU é a única força que está em condições de empurrar o país para um outro caminho.

Seria desejável um consenso mais alargado à esquerda?

Depende do que entende por consenso. Porque uma convergência à esquerda está provada que é possível através da CDU. Uma convergência à esquerda não tem depois de se alargar a uma coligação de toda a esquerda. Agora, no Parlamento, quando as propostas aparecem os partidos tomam as suas posições e convergem ou deixam de convergir em função dos seus objectivos. Temos de trabalhar mais essa dinâmica parlamentar e as maiorias absolutas geram muito autoritarismo e até uma submissão das maiorias parlamentares. No período em que estamos, uma maioria absoluta não é uma solução viável e desejável para o país.

Uma maioria não traria estabilidade?


Não. Não tem trazido estabilidade nenhuma. Houve uma maioria absoluta nos últimos quatro anos e pergunto: houve estabilidade no país? Nunca vi tantos protestos, nem pessoas tão desesperadas como durante esta legislatura. Chamar a isto estabilidade... O que é que entendemos por estabilidade? É os políticos estarem confortavelmente sentados na sua cadeira porque não têm que fazer negociações com ninguém? Isso não é estabilidade nenhuma. A política tem de ser centrada nas pessoas e as pessoas não tiveram estabilidade na sua vida. Muito pelo contrário. Esta maioria absoluta foi profundamente instável para o país.

Portugal. NOVA SONDAGEM. PS GANHA EM VOTOS, COLIGAÇÃO EM DEPUTADOS



Marta Moitinho Oliveira - Económico

Sondagem aponta para empate entre PS e coligação, mas põe em cima da mesa cenário complicado. Ganha quem tem mais votos ou quem elege mais deputados?

Se as eleições fossem hoje o PS conseguia mais votos (35,5%) e a coligação ficava em segundo lugar, com 34% dos votos, revela a sondagem feita pela Eurosondagem para o Expresso e SIC, divulgada hoje.

No entanto, a distribuição de mandatos dá à coligação de Passos e Portas mais deputados no Parlamento. A coligação Portugal à Frente consegue eleger entre 99 a 102 deputados, enquanto o PS garante entre 95 e 101 deputados.

O que significa este resultado? Que houve mais eleitores a pôr a cruz em António Costa, mas que, da distribuição de lugares pelos vários círculos eleitorais resultou mais deputados para a bancada da coligação. Ainda assim, a coligação não consegue assegurar o número de deputados suficientes para aprovar leis. O Parlamento tem 230 lugares, sendo preciso 116 votos para garantir uma maioria.

O resultado da sondagem coloca em cima da mesa um cenário complicado, como antecipou ontem o ex-líder do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa, numa entrevista à TSF.

E como se resolve? Não se sabe. "O primeiro-ministro é nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais". Uma formulação que dá uma resposta fechada à pergunta - Quem ganha as eleições?    

Portugal. A CAÇA AO CENTRO




Passos Coelho acha “egoístas” os que associam as dificuldades que vivem ao “governo que lidera”. Costa desunha-se em “cartas aos indecisos”. Enquanto prossegue a escandalosa engrenagem mediática da fabricação da “bipolarização”, vão surgindo indícios de que há muito quem perceba que, se a única opção eleitoral fosse entre PS, PSD ou CDS, isso não constituiria opção nenhuma.

Comentando os apelos de Passos aos eleitores que “não são do PSD e do CDS” e os apelos de Costa aos “indecisos”, o “Publico” (editorial de 30.08.2015) concluía afirmando que “abriu a caça ao centro”. Que essa campanha “ao centro” traduziria o reconhecimento de que “os dois partidos estão condenados a entenderem-se na próxima legislatura se não quiserem voltar às urnas no curto prazo”. Muito sabe o jornal da SONAE.

Entretanto a lógica da coisa suscita interrogações. Por que carga de água é que os eleitores indecisos e que não são do PSD e do CDS se situam “ao centro”?

É evidente que o PS e o PSD/CDS andam alarmados com a pouca confiança que suscitam. Passos, tosco como de costume, até trata de “egoístas” esses eleitores que quer “caçar”. 
A frase merece ser citada, verdadeiro modelo que é de inteligência e habilidade política: “Tenho apelado a muitos que, não sendo do PSD e CDS, que acham, num cálculo egoísta, que passaram dificuldades muito grandes que associam ao Governo que lidero, que pensem não apenas no período por que passámos mas no futuro que estamos a construir (sic).”

Por seu lado, os assessores de Costa não têm descanso. Já lhe proporcionaram seis “cartas aos indecisos”. Os temas, genéricos, são algo requentados. Mas nem a sua generalidade deixará de colocar a questão fundamental: como é que Costa e o PS limpam do seu currículo (e da memória dos “indecisos”) o lamentável contributo que os seus governos deram nas áreas com que agora dizem preocupar-se? Nada do que defendem tanto no que diz respeito a Portugal, como à UE, como à injusta sociedade assente na exploração e na desigualdade em que estão instalados é diferente ou rompe com o que conduziu à situação actual.

Bem podem correr atrás dos “indecisos” e escrever-lhes cartas. Aqueles que passaram e passam “dificuldades muito grandes” alguma coisa hão-de ter aprendido com isso. E, se aprenderam, estão longe de se situar “ao centro” ou de hesitar entre PS, PSD e CDS. Para romper de com as “dificuldades muito grandes” que tantos têm passado, o caminho não é “ao centro” mas à esquerda.

Para já, com o voto CDU.

*Este artigo foi publicado no “Avante!” nº 2179, 3.09.2015

O PÁGINA GLOBAL VAI MUDAR DE "CARA". REMODELAÇÃO OUTONO-INVERNO




O Página Global vai estar em remodelação durante este fim-de-semana. Para além de lhe parecer muito "desarrumado" quando nos visitar é provável que por vezes tenha dificuldade em aceder à página. 

Não seremos breves mas queremos ser o mais discretos possível e não causar constrangimentos aos leitores. 

As "roupagens" que queremos para a nova "cara" do PG são de Outono-Inverno. Tentaremos agradar e possibilitar maior e melhor funcionalidade nas suas visitas.

Desculpem eventuais incómodos.

Redação PG

Portugal. FESTIVAL CONEXÃO LUSÓFONA ANIMA COLISEU DE LISBOA ESTA SEXTA-FEIRA




Música dos países que falam português junta os mais diversos artistas logo à noite em Lisboa. Pelo festival Conexão Lusófona passarão o grupo português Deolinda, o cantor angolano Don Kikas e a brasileira Márcia Castro.

Lisboa - O Coliseu de Lisboa, no centro da capital portuguesa, acolhe na noite desta sexta-feira um festival de música de língua portuguesa. O Conexão Lusófona fará passar pelo palco do Coliseu vários nomes de diversos estilos musicais provenientes dos países da lusofonia.

Segundo os organizadores "o festival procura promover o diálogo entre gerações e contribuir para um maior envolvimento da sociedade civil no desenvolvimento do espaço lusófono, partindo do princípio que a cultura tem um papel fundamental para o desenvolvimento de uma identidade coletiva".

No palco estarão nomes consagrados e novos talentos da música dos países de língua portuguesa. Um dos grupos presentes será a banda portuguesa Deolinda, que se vem destacando pela sua reinterpretação pop do fado.

O músico angolano Don Kikas, o moçambicano Costa Neto e a cabo-verdiana Elida Almeida também estão entre os convidados, assim como a cantora brasileira Márcia Castro e Kataleya, artista nascida no Brasil e radicada na Suíça. 

O espetáculo tem a direção musical assinada por P.L.I.N.T (Pablo Lapidusas International Trio), formado por Pablo Lapidusas, Marcelo Araújo e Leo Espinoza, e este ano conta ainda com a abertura especial dos bailarinos dos estúdios de dança Jazzy.

Apoiam esta iniciativa o Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, a Secretaria de Estado da Cultura, a Secretaria de Estado da Juventude, a Fundação Portugal-África e o Alto Comissariado para as Migrações.

O Conexão Lusófona começa às 22h no Coliseu de Lisboa e os bilhetes têm o custo único de 10 euros.

Portugal Digital

PASSOS GANHOU? O DEBATE ERA UM CONCURSO DE MENTIRAS E MANIPULAÇÕES?




Que este é o Expresso Curto já se sabe. Também se sabe que nos querem fazer a cabeça com Passos e o PuF, aliás, a PaF. Pfff. Umas vezes vêm de patufas e outras de botas cardadas. O costume. Claro que dizem que Passos ganhou o debate, nem que aquilo fosse um jogo de futebol ou outra qualquer compita. Passos é um mentiroso cumpulsivo, não podemos confiar nele, quase todos sabemos isso. Então ganhou o quê? Um concurso de mentiras, manipulações e trapaças? Pois. Lá nisso ele é muito bom.

Deixemos este “curto” servido por Miguel Cadete para trás e vamos apanhar outros “ares”. Vamos aos dois recentes títulos de O Máximo, de Jorge Heitor, jornalista. Vejamos em O Máximo, um cheirinho: “Israel persegue cristãos - Published on The Occidental Observer by Enza Ferreri Israel’s unfair treatment of Christians continues. At the end of June, Israeli Occupation Forces (IOF) arrested Greek Orthodox Bishop Atallah Hanna during his peaceful participation in a march protesting the illegal seizure and subsequent sale of Beit al-Baraka hospital, which is part of al-Baraka church, north of Hebron.” 

Vá lá ler o resto. E tome lá outro cheirinho noutro título em O Máximo: “Israel apoia Estado Islâmico - I think that there are two prominent phenomena which will soon make people aware of the fundamental importance and extent of the Jewish question in the present world. The first phenomenon is the existence of Israel, a prime signal of Jewish ethnocentrism’s inevitable double standard when compared to the ethnically and culturally pluralist attitudes of Diaspora Jews in the West.”

Pois é. Pois é. A treta do costume. Lá está Israel a mostrar as suas apetências para a prática de que foi vítima, o nazismo. É assim, não merecem crédito com tais ações e tais políticas.

Siga agora para bingo, aliás, para o Expresso Curto. Bom fim-de-semana.

Redação PG

Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Miguel Cadete, diretor-adjunto - Expresso

Passos ganhou o debate mas hoje há sondagem


À semelhança do debate televisivo de há uma semana, desta vez os comentadores também foram unânimes, salvo uma honrosa exceção. Na contenda radiofónica, Passos Coelho terá limado os erros anteriores – isto é, deixou de falar em Sócrates – e terá demonstrado um savoir faire de primeiro-ministro que não assistiu a António Costa. E por isso ganhou.

Muito debatida terá sido a incapacidade do candidato por Lisboa do PS para justificar a poupança de mil milhões de euros devida à introdução das condições de recurso nas prestações não contributivas das prestações sociais. (Psssst, se também não souber o que isto é, veja aquiPassos percebeu a falha e atacou por aí.

A Segurança Social voltou a estar no cerne do debate, desta vez alargado a mais temas, tratados com maior qualidade, apesar do primeiro-ministro também não ter querido explicitar como vai cortar os 600 milhões de euros em pensões prometidos a Bruxelas.

Ricardo Costa gravou um vídeo a explicar que daqui resulta um problema para o PS, que de ora em diante não poderá atirar à cara do governo o corte de 600 milhões. E Pedro Santos Guerreiro demonstrou a razão por que nestas coisas vale a pena falar baixinho. Ainda sobre o tema que desde a manhã de ontem monopolizou o noticiário da nação, vale a pena saber se tudo o que de relevante Costa e Passos disseram passa no detetor de mentiras. Foi o que Ana Sofia Santos e João Silvestre fizeram. Costa viria a explicar mais tarde, via Facebook, os famigerados mil milhões, e Passos, que durante o debate propôs discutir a questão da Segurança Social com o PS sem obter resposta, deu a entender que mesmo perdendo não se demitiria da liderança do PSD. Faltou acrescentar que, nesse cenário, tudo depende da diferença entre as duas maiores listas. O que é uma derrota, para a coligação ou para o PS, poderá muito bem ser um dos temas dos próximos dias.

Seja como for, não deixa de ser curioso perceber que, depois de dois debates transmitidos em uníssono pelas maiores televisões e rádios do país, o tema preferido e privilegiado pelos dois candidatos a chefe do Governo seja aquele em que tenham mais dúvidas.“Medidas, nem vê-las”, disse Manuela Ferreira Leite. Os portugueses, e estes debates foram de longe os que contaram com maior audiência nos últimos anos, também terão ficado cheios de incertezas. A questão está lá e não vai desaparecer, até porque a demografia não a deixa desmentir.

Servem então os debates para alguma coisa? Serão mesmo decisivos? Aqueles com maior bom senso, como António Vitorino, ou maior atrevimento, caso de Bagão Félix, juraram na SIC Notícias que na noite de 4 de outubro se saberá a resposta para tal pergunta. Mas há uma coisa que ficou clara: este novo modelo de debates, que certamente poderá ser melhorado (maior duração?, moderadores e adversários mais adaptados a esta fórmula?) mostrou ser um enorme avanço relativamente ao praticado em atos eleitorais anteriores. As audiências, que facilmente se estima terem ultrapassado os quatro milhões de espectadores só nestas duas contendas, não enganam. E se essa pode ser considerada uma vitória da democracia (com todos os seus defeitos), ela deve-se à comunicação social (que muitos mais defeitos ainda deve ter) que foi quem mais lutou por esta mudança.

Também por isso não restam dúvidas de que esta pré-campanha eleitoral foi muito mais agitada. O PS vinha fustigado por sondagens pouco animadoras, recuperou com o debate na TV mas deixou que a coligação “repusesse o nulo” ontem nas ondas de rádio. Acontece que hoje há sondagem do Expresso e da SIC. Os nossos leitores devem por isso estar atentos às notificações WhatsApp que ainda nesta manhã irão certamente surgir. Os novos subscritores devem fazer incluir na sua lista de contactos o número 963 291 397 e aguardar pacientemente pelo desenrolar dos acontecimentos. A partir de domingo chega a campanha eleitoral propriamente dita.

OUTRAS NOTÍCIAS

O Sporting volta a perder por 3 – 1 com equipas russas. Desta vez, Jorge Jesus disse na véspera que o objetivo era chegar à final da Liga Europa. Mas, tal como no jogo com o CSKA, não utilizou frente ao Lokomotiv de Moscovo a equipa A. Fez cinco alterações, uma das quais se revelou trágica: Naldo saiu do eixo da defesa e sentou-se no banco para dar o lugar a Tobias Figueiredo. Ora, Tobias esteve nos três golos. Carrillo nem sequer foi convocado. O Belenenses foi empatar à Polónia, onde jogou contra o Lodz. E o Braga venceu, também fora de casa, o Liberec.

Hungria decreta estado de emergência na fronteira com a Croácia. O mesmo já havia sucedido em duas províncias limítrofes com a Sérvia. O estado de emergência dura seis meses e, legalmente, permite um controlo das fronteiras muito mais intenso. A Croácia também já está com problemas a lidar com uma nova rota dos refugiados, desta vez oriunda da Sérvia como testemunha o repórter do Guardian.

Domingo, na Grécia, voltam as eleições. São as terceiras este ano. E as quintas legislativas desde 2009. O Syriza de Alexis Tsipras luta para manter o seu eleitorado, depois de ter sido obrigado a mais um resgate sete meses depois de chegar ao poder. A abstenção e os indecisos, dizem as sondagens, são os seus maiores inimigos. O Syriza segue na frente com uma vantagem mínima sobre a Nova Democracia mas não se vislumbra uma maioria de qualquer partido. Nem mesmo com o bónus de 50 deputados que é oferecido ao vencedor. As sondagens mostram também que os eleitores preferem um governo de coligação.

Um dia depois de ter sido lançado o iOS9, o sistema operativo dos iPhones, a lista das aplicações mais descarregadas começou a contar com apps que bloqueiam publicidade. Purity e Peace são dois exemplos de aplicações que impedem que a publicidade seja vista em smartphones. Mais uma dor de cabeça para as empresas de comunicação social que tinham aí encontrado um modelo de negócio já de si frágil.

Doentes chegam em pior estado aos hospitais. É a manchete do jornal “i”, que cita um estudo da Ordem dos Enfermeiros. Há doentes que vão às urgências de 15 em 15 dias. E uma idosa, em dois anos, recorreu aos serviços de saúde 123 vezes.

Casinos vão vigiar os que apostam mais de dois mil euros. A medida visa evitar o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo, diz o “Diário de Notícias”. Os apostadores passarão a ser identificados à porta dos casinos, caso comprem fichas num valor superior ou mesmo se ganharem, ainda que em várias jogadas, um montante maior que o fixado. A lei resulta de uma diretiva europeia que terá transposta até 2017.

Já o “Público” traz nas gordas que “a dúvida sobre quem manda na TAP pode ser um entrave à privatização”. Apesar de a Autoridade da Concorrência ter dado luz verde à privatização, diz que não é Humberto Pedrosa, da Barraqueiro, quem manda.

FRASES

“Marcelo seria um excelente candidato a Belém”. Luís Montenegro, líder da bancada do PSD

“O Partido Trabalhista irá fazer campanha para que o Reino Unido se mantenha na Europa”. Jeremy Corbyn, recém-eleito líder do Labour

“Olhem para a cara dela! Alguém vai votar naquilo? Imaginam que aquilo pode ser a cara do próximo Presidente?” Donald Trump, durante o debate entre os candidatos a candidatos a Presidente dos EUA pelo Partido Republicano, referindo-se a Carly Fiorina

“Todas as mulheres deste país ouviram muito bem o que o senhor Trump disse”. Carly Fiorina

“As brincadeiras são divertidas. A homofobia não”. Elton Johndepois de ter descoberto que foi enganado por dois cómicos russos que se fizeram passar por Vladimir Putin, numa conversa telefónica transmitida pela rádio

“Carrillo? Foram só decisões de ordem técnica”. Jorge Jesus a tentar explicar porque o jogador peruano não foi convocado para o jogo da Liga Europa

“Fui feita para estar grávida”. Carolina Patrocínio anuncia que vai voltar a ser mãe

O QUE EU ANDO A VER, LER E OUVIR

Ontem vi o novo filme de Woody Allen, “Homem Irracional”. O senhor Allen está de volta aos seus bons velhos tempos. Pelo menos aqueles em que eu seguia de perto a sua carreira, circa “Manhattan”e “Annie Hall”. Porém, o drama agora é dramalhão, até porque desapareceram quase por completo as anedotas e as piadinhas. Mas os tiques, uns velhos e outros novos, mantêm-se. A boa escolha de atores também. “Homem Irracional” começa com um professor (Joaquin Phoenix) que ensina Kant, Kierkegaard e Husserl, lêDostoievski e escreve sobre Heidegger. Pelo meio envolve-se com uma aluna (Emma Stone) e acaba tornando-se um assassino. Só para se salvar. Ele julga ter encontrado a sua liberdade, fazendo-se útil à sociedade, ao assassinar um juiz duvidoso. Sim, Hannah Arendt também é citada. Mas “Homem Irracional” está para “Match Point” como “Manhattan” para “Annie Hall”. A bola de ténis que não passa a tela aqui é trocada por uma lanterna de bolso ganha numa roleta de feira. A “sorte e o acaso” acabam por ser a solução encontrada para o imperativo categórico num filme que, diz o Francisco Ferreira amanhã na Revista do Expresso, tem o seu quê deHitchcock. Sim, o filme é sombrio. E é bom, até porque está a gerar alguma controvérsia. Mas das antigas e omnipresentes piadas e anedotas de Woody Allen só encontrei uma: a dureza existencialista e a angústia da personagem principal tem um contraponto delicioso na banda sonora de Ramsey Lewis, um pianista de jazz capaz de soar pop q.b. Nada poderia contrastar mais com a figura de looser e rock star de Joaquin Phoenix que enche o ecrã do princípio ao fim.

Hoje começa o festival CaixAlfama. Não vale a pena apresentar o evento depois das bem sucedidas primeiras duas edições: é lá que se encontram as novas fadistas como Ana Moura que acaba de chegar de Los Angeles onde gravou o novo álbum, o sucessor de “Desfado”. Mas também Cuca Roseta e Raquel Tavares estão no cartaz. Para quem gosta de ser surpreendido, aconselho uma voltinha pelas vielas até se encontrar um dos concertos dos guitarristas que por lá atuam. Recomendo vivamente Ângelo Freire. Mas quem ousar descer aos lugares mais recônditos do fado, aqueles que nos parecem saídos das profundezas da casa da Severa, aí vale a pena embrenhar-se no mapa que assinala os vários lugares de fadistice espalhados por Alfama, hoje e amanhã, e procurar pelo palco de Nuno de Aguiar ou Artur Batalha.

Amanhã, todos os leitores do Expresso podem contar cm a oferta do primeiro volume da coleção “Obra Essencial de Fernando Pessoa”. Ao todo são nove livros distribuídos gratuitamente onde se podem descobrir “todas as suas faces” no dizer de Henrique Monteiro. Para aquecimento, atirei-me ao livro de um dos colaboradores desta coleção, António Feijó. “Uma Adoração Pastoril Pelo Diabo” já foi distinguido, por Miguel Tamen, outro dos colaboradores desta coleção, como um dos cinco melhores ensaios sobre Pessoa alguma vez escritos. Vou só no início, e já levei uma sova. Alguns dos pressupostos consensualmente aceites sobre Fernando Pessoa são colocados em causa, nomeadamente a sua pretensa falta de seriedade em alguns escritos. A tese de Gaspar Simões é vergastada para absolver toda a obra de Pessoa, incluindo, por exemplo, a sua correspondência, colocada no mais alto patamar. Feijó também está em ótima posição, e não perde a oportunidade, para cotejar Fernando Pessoa com alguns dos mais distintos poetas da língua inglesa, contextualizando a sua produção de uma forma que, não sendo um especialista, não me lembro de ter visto. A coleção do Expresso começa amanhã com “Mensagem” e outros poemas de pendor esotérico. A não perder.

Por hoje é tudo. Encontre todas as notícias, a todas as horas, no Expresso Online. Às 18h chega o Expresso Diário. E não deixe de espreitar o nosso Snapchat e o WhatsApp especialmente artilhados para esta campanha eleitoral. Na segunda-feira, o Valdemar Cruz estará por aqui, a estas mesmas horas, a servir cimbalinos.

Tenha um bom fim-de-semana!

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