quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

EXEMPLOS DE TUNIS



 Rui Peralta, Luanda

Na Tunísia o fascismo islâmico tem como alvos principais, na sua acção de desestabilização, as forças de segurança (94 mortos e 220 feridos) e o turismo (65 turista mortos. Em termos globais, o Daesh (cuja estratégia é uma constelação de violências) tem como objectivo estabelecer o Califado nos territórios da Síria / Iraque e abrir agencia funerárias em todo o mundo islâmico, deixando as embaixadas (mas sem embaixadores, apenas adidos militares) para o Ocidente e para o Oriente não-islâmico.

O fascismo islâmico concebeu esta forma prática de matar sem hipocrisia, onde quer que seja, sendo o alvo qualquer um de nós. Isto torna-o um factor altamente favorável ao desenvolvimento de sentimento de medo na opinião pública que é de imediato explorado por dois sectores parasitários complementares (que aos poucos tornam-se um só, em metamorfose) que vêm neste sentimento uma oportunidade única de ampliarem o seu domínio: a indústria da segurança e as burocracias escleróticas que compõem as actuais seguranças de Estado. Estas últimas, para sobreviverem e impedirem a consubstanciação do Estado Democrático de Direito em novas formas alargadas e de participação democrática, tornam-se parceiras das primeiras (a industria da segurança), germinando um oligopólio que asfixiará o aprofundamento das fórmulas democráticas.

As liberdades e os direitos não podem ser suprimidos em nome da sacrossanta covardia da segurança e a democracia não pode ser subjugada á demagogia proclamada pelos novos arautos do totalitarismo que tentam impor á cidadania global o “modus vivendi” concentracionário. A hipocrisia em torno da “segurança que protege a liberdade” (estado de emergência, suspensão de direitos constitucionais, etc.) não é mais do que uma ampla e bem montada campanha de desestabilização cujo objectivo é debilitar as sociedades democráticas e implementar o apartheid social (tratando os mais pobres como animais, desfazendo as minorias culturais e étnicas e marginalizando o Islão no Ocidente, ou marginalizando xiitas no mundo islâmico, por exemplo, em nome da prevalência sunita, ou vice-versa).

O Califado assassino e o Estado francês ferido entendem-se perfeitamente e complementam-se. O mesmo ocorre com o Estado tunisino, um exemplo bem-sucedido de democracia criada por uma excepcional Primavera norte-africana (Os eurocêntricos dizem que é Árabe), localizado entre o gigante argelino e a destruturada Líbia. A Tunísia é um país pequeno, com grandes desníveis sociais, de economia débil e com um frágil equilíbrio politico. A transição democrática, bem-sucedida do ponto de vista político e institucional é, no entanto, frágil e necessita de tempo para se implementar de forma mais sólida.

O risco da Tunísia ser arrastada para o caos regional é enorme e o Estado tunisino, tal como o francês, adapta-se às novas realidades da insegurança através da demagogia barata (e lucrativa) do culto da segurança, da hipocrisia fascistóide do estado de emergência, a paranóia “territorialista” das fronteiras fechadas, da repressão policial, do militarismo e das declarações ora abertas, ora disfarçadas contra os Direitos Humanos, a Democracia e o Estado Democrático de Direito, feitas pelos “fazedores de opinião” e os “analistas” nos meios de propaganda social.

O terrorismo é um instrumento de implementação, a longo-prazo, de ditaduras. A curto-prazo prepara a ofensiva totalitária e a médio-prazo impede o funcionamento das instituições democráticas. Dois anos depois a Constituição tunisina, a única laica e democrática no Norte de África, proclama um poema homérico que muitos esqueceram. Sob o pretexto de combater o terrorismo foram promulgadas leis anticonstitucionais, como a lei antiterrorista, altamente restritiva das liberdades fundamentais, ou a lei da reconciliação que reabilita os empresários corruptos e mafiosos do antigo regime tunisino.

Mais grave, ainda, é o facto de o terror estar a minar a sociedade tunisina, paralisando a soberania popular e a liberdade individual, conforme demonstra um inquérito publicado pelo jornal al-Magrebe. Nesse inquérito cerca de 70% dos tunisinos estão dispostos a renunciar às liberdades e direitos básicos a troco de maior segurança. No meio da crise de valores democráticos, terroristas e antiterroristas entendem-se num ponto: mandar a Constituição para o lixo. A coligação governamental composta pelo Ennahda, (partido democrático islâmico) e por uma importante parcela da esquerda (laica) vê-se constrangida e instrumentalizada pela estratégia do fascismo islâmico. Os atentados sucedem-se com frequência cada vez maior e cada vez mais espectacular. As respostas são cada vez mais inoperantes.

O terrorismo espalha a tentação totalitária e o autoritarismo, afogando nas águas turvas os sonhos de liberdade, justiça e democracia que assumiu-se com a Primavera tunisina, em 2011. Por resolver permanecem os problemas da pobreza, da miséria, do desemprego e da humilhação social, ou sejam os problemas de classe. Os atentados apenas servem para perpetuar estes problemas impedindo a sua resolução.

E este cenário não é apenas uma questão tunisina. É um problema global que é colocada á democracia, ou melhor, ao processo de aprofundamento da democracia que implica a redistribuição equitativa dos direitos e liberdades - valores universais da humanidade - e da riqueza material. O exemplo do Premio Nobel da Paz, redistribuído por quatro personalidades tunisinas é um exemplo próprio de qualquer sociedade democrática e pacífica.

E, nesse sentido, Tunes é um (bom) exemplo…

Cabo Verde. JOSÉ MARIA NEVES PREVÊ UM 2016 “MUITO DESAFIANTE”




O ano de 2015 foi “importante” na história de Cabo Verde e 2016 será feito de desafios. A convicção é do Primeiro-Ministro, José Maria Neves, expressa na tradicional mensagem de Natal, hoje tornada pública.

Numa mensagem vídeo, que deveria ser divulgada apenas amanhã, mas que foi entretanto difundida pelos órgãos públicos, José Maria Neves faz votos para que 2016 seja um ano com “muita luz, claridade e determinação”.

O chefe de Governo considera que o país teve “uma história de sucesso”, em particular nos últimos 15 anos, que correspondem à sua governação.

Neves enaltece o facto de Cabo Verde ser agora um país de rendimento médio e expressa a sua convicção de que “o país está mais apetrechado para continuar a caminhada rumo ao desenvolvimento”.

A redução da pobreza e a diminuição do desemprego são dois dos principais desafios com que o arquipélago se depara, de acordo com José Maria Neves.

Para o Primeiro-Ministro, 2016 será um ano “muito desafiante” para os cabo-verdianos, com a realização de três eleições.

“Cabo Verde é nosso maior património, e tenho a certeza que juntos podemos defender e promover cada vez mais esse nosso património comum”, destacou. 

A CONEXÃO RELIGIOSA E AS DIVERGÊNCIAS NO SEIO DO FASCISMO ISLÂMICO



Rui Peralta, Luanda

O ataque ocorrido no passado dia 20 de Novembro em Bamaco, no Mali, que provocou cerca de duas dezenas de mortos, não foi mais do que uma celebração que comemorou a reunificação do al-Mulathameen (os Mascarados), liderado por Mokhtar Belmokhtar, e al-Qaeda do Magreb Islâmico (AQMI), chefiada pelo emir Abdelmalek Droukdel. No dia 4 de Dezembro uma mensagem de 14 minutos, intitulada “Construção inquebrantável”, transmitida pelas redes sociais, difundiu o reagrupamento de ambos os grupos, que encontravam-se divididos desde 2012.

Esta nova força fascista islâmica assume como objectivos a Jihad contra a França e resistir ao crescimento e á influência do Daesh (ISIL, Califado ou Estado Islâmico) no Mali. Em 2012 as duas facções dividiram-se após infiltrarem o levantamento tuaregue, que reclamava o território de Azawand. A infiltração foi levada a cabo pelo Ansar Din (Defensores do Islão) e pelo Movimento para a Unificação da Jihad na África Ocidental (MUJAO), controlado por Mokhtar Belmokhtar. A lei islâmica foi imposta á população civil e o Movimento Nacional para a Libertação do Azawad foi neutralizado pelas forças fascistas islâmicas.

A Operação Serval, efectuada pelas forças francesas provocou a debandada destes grupos e o Conselho da Sura da AQMI, reunido em Outubro de 2012 acusou Mokhtar Belmokhtar de desobediência e culpou-o de não atender as chamadas telefónicas, não comparecer em reuniões, negociar de forma errada os resgates de prisioneiros e de não cumpri com os procedimentos sobre a aquisição de armamento, equipamento e munições. Mokhtar não aceitou as acusações e tentou colocar-se directamente sob o comando da al-Qaeda central, acusando o líder da AQMI, na época Abdelahamid Abu Zeid (também conhecido por Mohamed Ghadir) de traição.

O ataque ao Hotel Radisson, reivindicado de imediato pelo al-Mulathameen, grupo fidelizado á al-Qaeda global, fundada por Osama Bin Laden e actualmente dirigida por Ayman al-Zawahiri, demonstra a presença desta organização no Sahel. Tanto aqui, como no Magreb, Paquistão e Afeganistão, esta organização leva a cabo uma guerra silenciosa contra o Califado. Neste sentido a AQMI e os Mascarados têm o mesmo objectivo e estão preocupados com a influência do Estado Islâmico na região. O Boko Haram jurou lealdade ao Califado em Março ultima e ampliou a sua actuação para lá do território nigeriano, actuando nos Camarões, Níger e Chade, onde muito recentemente efectuou uma série de atentados na ilha de Koulfoua, provocando quase uma centenas de feridos e cerca de 30 mortos. Por outro lado o contrabando de armas e o tráfico de migrantes são actividades lucrativas e a AQMI não pretende abrir mão deste negócio e entrega-lo ao Califado.

É neste cenário que surge a reunificação entre o AQMI e os Mascarados, numa altura em que o Califado assentou base na Líbia e ganha terreno na Argélia, Tunísia, Egipto e Somália. A AQMI está preocupada com o seu controlo, principalmente depois de em consequência dos bombardeamentos na Síria, muitos milicianos do Daesh procuram abrigo no calor do Sahel e isso implicará concorrência no controlo das redes de contrabando.

Mokhtar Belmokhtar é um dos principais controladores destas redes de contrabando de armas e tráfico de pessoas. Já no Afeganistão, onde combateu, era conhecido por Mr. Marlboro, devido às suas actividades no contrabando de cigarros. Com esta actividade financiou, após regressar á Argélia, sua terra natal, a formação do seu grupo, nos anos 90. Foi declarado morto por diversas vezes, na Líbia, Mali, Argélia e Tunísia (em Tunes escapou a um atentado perpetrado pelo Califado). Nascido em Ghardaia, no ano de 1972, combateu contra os soviéticos no Afeganistão, onde perdeu um olho (por isso ser, também, conhecido por Laauar. Na Argélia participou no Grupo Salafista para a Predicação e Combate, que daria posteriormente origem á AQMI. Em 2009 realiza o sequestro de três cooperantes espanhóis na Mauritânia. Entra em disputa com Abdelmalek Drukdel e é afastado da AQMI, passando a liderar o MUJAO. Em 2013 formou os Mascarados, grupo que realizou diversas acções e atentados, como o ataque á central de gás em Amenas, na Argélia, que provocou a morte a 37 estrangeiros e um argelino e onde morreram 29 dos seus comandos, após duros combates com o exército argelino.

Já Abdelmalek Drukdel, também, entre outros nomes, Abu Musab Abdel Wadoud, nasceu em Meftah, na Argélia, no ano de 1970. Em 1993 aderiu ao Grupo Islâmico Armado (GIA) e foi um dos fundadores do Grupo Salafista para a Predição e Combate. EM 2004 torna-se emir e em 2006 jura lealdade á al-Qaeda, formando em 2007 a AQMI. Foi responsável pelos atentados contra o escritório do primeiro-ministro argelino, em Argel, no ano de 2007, onde morreram 33 pessoas.

A união destes dois grupos tende a integrar grupos que actuam no Níger, Chade e Líbia. Mokhtar Belmokhtar coordena uma importante rede de tráfico de armas, pessoas e drogas numa vasta região que engloba a Líbia, o Níger, Argélia, Tunísia, Marrocos, a Mauritânia, o Mali, o Chade, a Nigéria, a Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, a Gâmbia e o Senegal. Esta rede comporta conexões com a América do Sul e constitui uma importante base de operações financeiras e de financiamento. Estes são grupos que em 2011 assaltaram os arsenais do exército líbio, utilizados posteriormente na Argélia e no Mali.

Estes grupos são ameaçados pela actividade concorrente do Estado Islâmico e sofreram inúmeras deserções nos últimos dois anos. Se acabarão por ser submetidos ao Califado ou não depende em grande parte da sua própria capacidade organizativa e das alianças que possam estabelecer com os serviços secretos ocidentais ou outros, na região. De qualquer das formas constituem mais uma peça de um puzzle de difícil resolução, numa região ultraperiférica do continente africano, onde as peças parece não estarem formatadas para encaixar.

Aliás as “formatações” a que esta região foi submetida nos últimos 75 anos parece terem chegado a um ponto de completa “desformatação”…para bênção dos sectores que (no Ocidente e no Oriente) que pretendem desventrar África.

Deputados do PAIGC inviabilizam Programa do Governo guineense



Quinze dos 57 deputados do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder na Guiné-Bissau) inviabilizaram hoje a aprovação do Programa de Governo de Carlos Correia ao absterem-se na votação parlamentar.

Com 101 deputados presentes, um esteve ausente, 42 parlamentares do PAIGC, do Partido da Convergência Democrática (PCD) e um da União para a Mudança (UM) votaram a favor do documento apresentado pelo executivo, enquanto os restantes se abstiveram, entre eles os 41 do Partido da Renovação Social (PRS, o maior da oposição).

Para que o documento fosse aprovado, basta uma maioria simples, de 52 deputados.

Vencedor das eleições legislativas de abril de 2014, o PAIGC tem estado a braços com uma crise interna, que já levou à queda do primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, a 12 de agosto, e à reentrada em cena de Carlos Correia, que assumiu o cargo pela quarta vez desde a abertura política ao multipartidarismo, em 1994.

Oito dias após a exoneração de Simões Pereira, o presidente guineense nomeou como Baciro Djá para primeiro-ministro, que chegou a formar um Governo.

Porém, o novo Executivo foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) guineense.

A 17 de setembro, José Mário Vaz, destacado dirigente do PAIGC, partido que o apoiou nas presidenciais de 2014, acabou por dar posse a Carlos Correia, escolhido pelo "bureau" político com 68 dos 69 votos.

Hoje, o presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Cipriano Cassamá, indicou que a sessão parlamentar será retomada a 05 de janeiro próximo, uma vez que Carlos Correia terá 15 dias para apresentar o novo Programa de Governo.

Desconhecendo-se se haverá alterações ao documento ou o posicionamento dos 15 deputados do PAIGC, pertencentes à ala de José Mário Vaz.

Segundo a Constituição, se o Programa de Governo for novamente rejeitado, o Governo cai, abrindo nova crise política no país.

JSD (MB/CSR) // JMR - Lusa

PM da Guiné-Bissau diz aceitar decisão do Parlamento que rejeitou o programa de Governo



O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Correia, disse hoje que aceita o veredito "dos representantes do povo", que rejeitaram o pedido de confiança no Programa do Governo que apresentou ao Parlamento.

A proposta foi chumbada com 56 abstenções, contra 45 votos a favor, quando necessitava para passar de, pelo menos, 52 votos favoráveis.

"Os dignos representantes do povo guineense rejeitaram a minha proposta para servir o país. Assumo. Aceito. A vida continua", defendeu Carlos Correia, de 82 anos.

Questionado sobre se espera ter uma resposta favorável dos deputados quando dentro de 15 dias voltar ao Parlamento com o mesmo Programa do Governo, Correia disse estar à disposição do povo guineense.

O primeiro-ministro disse aguardar que os partidos deem "instruções precisas" aos seus deputados na segunda votação do Programa.

A seguir à votação, Carlos Correia, que é primeiro vice-presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), participou numa reunião na sede do partido.

MB // PJA - Lusa

Portugal. BANCO PORTUGAL



Pedro Ivo Carvalho – Jornal de Notícias, opinião

Os cofres estavam cheios. Vivemos acima das possibilidades. Não há alternativa à austeridade. Apenas um sistema financeiro sólido pode manter uma economia sólida. Ai aguenta, aguenta. Que parte do "já não há dinheiro" é que não perceberam? Ao longo dos últimos anos, serviram-nos estas "frases Nicola" numa travessa a transbordar dramatismo. Acreditamos. Afinal, era a cartilha vigente. No money, no fun. O que, em certa medida, foi verdade. Pelo caminho, porém, houve muitos, demasiados, portugueses arrastados pela torrente da estatística. Empresas no poço, negócios aniquilados, comunidades silenciadas. Despedimentos em barda. Emigração em massa. Impostos em cima de impostos. Pobreza. E uma saída limpa. Mas não necessariamente assética.

O ajustamento foi transversal, mas a varridela foi seletiva. A Banca bateu o pé. Não podia cair. Porque havia um fantasma na sala chamado "risco sistémico". A liquidação de um banco deixaria empresas e depositantes com uma mão à frente e outra atrás. Foi isso, de resto, que disse ontem Mário Centeno no Parlamento, para explicar a opção tomada no Banif. Além do mais, sempre nos garantiram que o encerramento de um banco pode contagiar outras instituições de crédito. E motivar uma nada desejável corrida aos depósitos.

Salvar o BPN? Nem pensar! Mas há o risco sistémico. Salvar o BPP? Outro? Ah, pois é, o risco sistémico. Salvar o BES? Chega, não pode ser! Esperem lá, mas e o risco sistémico? E agora querem salvar o Banif? Digam comigo: o risco sistémico. É a ele, de resto, que os contribuintes devem endossar o cheque de 13 mil milhões de euros de encargos com a Banca. Ninguém diria que a troika esteve cá: metade dos bancos portugueses (força de expressão) foi intervencionada pelo Estado nas barbas do FMI e da Comissão Europeia.

Mas, afinal, de que nos valeu tanto protecionismo? O regulador continua a não regular, o supervisor continua a não supervisionar e o contribuinte, essa entidade abstrata que somos todos, mas não é ninguém, continua a pagar. E a culpa certamente continuará a morrer solteira no mosteiro da moralidade. Ou dissimulada nos compêndios de mais uma longa comissão parlamentar de inquérito.

Podem pintar a realidade de amarelo, de lilás ou de verde, mas não nos atirem ativos tóxicos para os olhos. O Banif não foi uma bolha que rebentou há um mês. De novo, foram os ciclos eleitorais a ditar as regras. Houve muita incompetência estrutural, mas houve muita competência eleitoral. Mas tudo isto só é possível porque o maior e melhor banco de Portugal somos nós. Emprestamos dinheiro que não temos, que não nos pedem e depois não nos devolvem.

Hoje, PS e PSD deverão viabilizar no Parlamento a salvação do Banif. Provando que tudo mudou para ficar tudo na mesma. O arco da governação não tinha acabado?

Portugal. Orçamento Retificativo aprovado pelo PS, com abstenção do PSD



A proposta de Orçamento Retificativo, apresentado pelo Governo para fazer face ao plano de resolução do Banif, foi aprovada, esta quarta-feira, apenas com os votos do PS e de três deputados do PSD/Madeira.

À exceção dos social-democratas Sara Madruga, Rubina Berardo e ainda de Paulo Neves, o PSD, após 45 minutos de reunião dos 89 deputados, à porta fechada na sala do Senado, decidiu abster-se.

O BE, PCP, PEV e PAN votaram contra. Um sentido de voto que também teve o CDS-PP, ex-parceiro de coligação do PSD.

Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, justificou o voto da bancada com o "grave prejuízo" que poderia representar o chumbo da proposta, alegando que os social-democratas acreditam que só assim poderá ser assegurada a "estabilidade financeira do país".

Porém, Montenegro pediu "uma auditoria externa independente (ao caso Banif) para apurar as responsabilidades de todos os envolvidos". E que o PSD usará todos os "instrumentos parlamentares para escrutinar" a solução aplicada à instituição.

O comunista Miguel Tiago defendeu que o "voto contra do PCP é um voto contra a política que salva bancos enquanto sacrifica pessoas, contras as imposições da União Europeia, que são contrárias aos interesses dos portugueses, contra o privilégio dos banqueiros, que usam e desviam o dinheiro das pessoas e chamam o Estado para pagar os seus crimes, enquanto circulam pelo país em vidas de luxo".

Para o PCP, é "inaceitável" que a intervenção agora adotada assegure a "transferência dos melhores ativos e carteira de negócios do banco para um grupo financeiro privado e estrangeiro [Santader]". "A situação que está criada no Banif confirma a necessidade de controlo público da banca que o PCP tem vindo a exigir há anos", disse Miguel Tiago.

Nuno Miguel Ropio – Jornal de Notícias – Foto: Tiago Petinga / Lusa

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Corrigir crimes do governo Passos-Portas: Hospitais de Lisboa vão ter neurocirurgiões de prevenção



O ministro da Saúde garantiu que a falta de neurocirurgiões ao fim-de-semana nos hospitais de Lisboa, que levou à morte de um jovem em S. José, não voltará a acontecer, reconhecendo que os cortes na saúde foram longe demais.

Adalberto Campos Fernandes, que falava durante uma visita ao Instituto Português de Oncologia (IPO), em Lisboa, a propósito da morte de um jovem de 29 anos no hospital de S. José por falta de assistência médica especializada, afirmou que o problema detetado não é apenas de falta de meios, mas sim de organização, e que a partir de agora estarão equipas completas de prevenção ao fim-de-semana para que o caso não se repita.

Explicando que pediu ao Hospital de S. José para apresentar até esta quarta-feira um "relatório circunstancial dos factos" e que já foi igualmente pedida uma inspeção com caráter de urgência à Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS), o ministro reconheceu que os cortes financeiros no Serviço Nacional de Saúde (SNS) "nalguns casos foram longe demais".

"Temos consciência de que nos últimos anos o país foi sujeito a constrangimentos financeiros em áreas que deveriam ter sido poupadas", acrescentou o ministro.

No entanto, Adalberto Campos Fernandes considera que neste caso não se trata "apenas de uma questão financeira", pois outras regiões garantem esta prontidão. "Não é apenas uma questão de natureza financeira e de recursos. No país, o Norte e o Centro funcionam sem problemas. Trata-se claramente de um problema de organização dos meios", disse aos jornalistas o ministro da Saúde.

"É incompreensível o que aconteceu e não pode voltar a acontecer", frisou Adalberto Campos Fernandes.

"A nossa obrigação é continuar com a máxima energia a reconstruir o SNS, no sentido de garantir que a prontidão está assegurada e os portugueses podem confiar no SNS", acrescentou.

Desde terça-feira, altura em que o ministro da Saúde terá tido conhecimento do caso, foi determinado que o constrangimento fosse ultrapassado. "A situação tem dois anos e tem a ver com a possibilidade de ter equipas completas de prontidão de fim de semana para responder ao número de casos", afirmou.

"O que os dirigentes dos hospitais e o da ARS [de Lisboa e Vale do Tejo] garantiram é que se iam articular para que a resposta e a prontidão fosse assegurada de imediato. Significa que terá de ser feito o que tem de ser feito", acrescentou o governante.

Adalberto Campos Fernandes afirmou contar que, a partir desta semana, "a circunstância desta resposta esteja assegurada".

Questionado sobre o facto de o doente não ter sido transportado para outras unidades onde existe esta assistência especializada, o ministro explicou que, "do ponto de vista clínico, estes doentes têm sério risco de vida quando são transportados para distâncias excessivas, o que não seria o caso de uma deslocação entre o Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) para o Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN)".

Para já, o ministro aguarda o "relatório circunstancial" que solicitou ao CHLC, a que pertence o Hospital de São José.

O caso levou já à demissão do presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, Cunha Ribeiro, e dos presidentes dos conselhos de administração dos centros hospitalares Lisboa Central e Norte.

Sobre as demissões, Adalberto Campos Fernandes disse tratar-se de "um facto novo": "Pela primeira vez os dirigentes assumem uma atitude ética de desprendimento dos lugares. Assumem que alguma coisa não correu bem. É um sinal novo na democracia e da gestão do SNS".

Sem revelar os nomes de substitutos destes dirigentes demissionários, o ministro disse que ainda aguardava o resultado das investigações a decorrer para decidir sobre esta matéria.

Jornal de Notícias

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*Título PG

DOUTOR MORTE CONTINUA A ATACAR EM PORTUGAL – TERRORISMO DE ESTADO



Andam a matar portugueses. Se isto não é autêntico terrorismo de Estado o que será? Quem não tem medo de ir aos hospitais? Quantos portugueses é que morreram por “cortes” no SNS? Os “cortes” induzidos pelo governo Cavaco-Passos-Portas na saúde são responsáveis por mortes de cidadãos que deviam neste momento estar vivos e de saúde? Sem que estas questões sejam assim colocadas, nuas e cruas, o Expresso Curto de hoje, por João Vieira Pereira, permite-nos colocá-las. E mais outra: os responsáveis por tanta mortandade vão ficar impunes? Calcula-se que sim, se bem que em consciência os responsáveis deviam já estar entre as grades de uma prisão. A vida é um bem que nem profissionais de saúde, nem ministros, nem salafrários políticos, têm o direito de desrespeitar. Ninguém. Urge apurar responsabilidades e... prisão com eles!

O caso, um caso - entre tantos – envolve um homem de 29 anos, um jovem que morreu quando tinha possibilidades de viver. Só não é vivo porque não existia no hospital equipa médica especializada para o salvar. Isso por via dos cortes ministeriais, governamentais – dos assassinos (simplificando). O governo, que já não é governo, voltou a atacar. A assassinar. O ex-ministro da saúde desse ex-governo, Paulo Macedo, e a sua panóplia de “peritos” na mortandade causada ao longo de quatro anos, voltaram a atacar. Contra isso batatas. Impunes. Isso só se acaso não aparecer por aí um qualquer PR ou lá o que seja, que ainda os condecore “pelos serviços relevantes prestados no exercício do cargo”. Os prostitutos, os assassinos, certos políticos, são providos de um descaramento inaudito e condecoram-se uns aos outros - pelo mal que fazem.

E assim vai Portugal. É impossível passarmos um bom dia, apesar de o desejarmos. A não ser que os bandidos do anterior governo e quem mais seja apurado responsável das mortes causadas seja condenado em vez de se passear por aí impune.

O Doutor Morte, ex-ministro da Saúde, voltou a atacar. Se isto não é terrorismo de Estado, o que será terrorismo de Estado? Só indignarmo-nos não basta. Urge apurar responsabilidades e punir os que houver a punir.

Sobre o Banif, que é ainda atualidade... Pfff. É fartar vilanagem!

Redação PG / MM

Bom dia, este é o seu Expresso Curto 

João Vieira Pereira – Expresso

Porque tinha David de morrer?

Bom dia, o Curto de hoje, o último antes do Natal, começa, infelizmente, com uma daquelas notícias que preferíamos não dar.David Duarte morreu porque a equipa médica que o podia salvar se recusa a trabalhar ao fim de semana pelo valor que o Estado paga.

David teve um aneurisma mas “infelizmente” foi numa sexta-feira e não havia médicos para o operar. Assim foi comunicado à família o seu estado de saúde no dia 11 de Dezembro. O relato impressionante é feito pela namorada numa carta publicada no Expresso e que não pode deixar de ler.

Já leu? É preciso dizer mais?

Na sequência do sucedido apresentaram a demissão Luís Cunha Ribeiro, presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Teresa Sustelo, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central (inclui o Hospital de São José), e Carlos Martins, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (inclui o Hospital de Santa Maria).

Em conferência de imprensa Luís Cunha Ribeiro garantiu que não se repetirá o que aconteceu com David Duarte. “Foi autorizado que passe a haver resposta para situações deste género. Doentes em situações semelhantes não terão o mesmo destino daquele que ocorreu há uma semana.” Sim. Ok. Mas porque tinha David Duarte de morrer?

Tudo aponta para que a resposta esteja nas condições remuneratórias. A jornalista Vera Lúcia Arreigoso conta-lhe como alguns profissionais de saúde rejeitaram os valores propostos para o pagamento de horas de prevenção, o que inviabiliza a existência de equipas médicas preparadas para agir. A recusa terá partido dos enfermeiros.

Mudando de assunto para um menos importante: o Banif. Ontem foidia de explicações. Das possíveis. Mário Centeno foi à Comissão de Economia e Finanças explicar como o custo de salvar um banco foi parar aos sapatinhos de todos os portugueses. Ficámos a saber que a solução preferida não era esta. O ministro das Finanças queria uma fusão com a Caixa mas tal não era possível devido às regras europeias, ou seja, esta era a única solução. E que teve de fazer em três semanas aquilo que o anterior governo não fez em três anos.

O dia foi longo em relação a este assunto, por isso faço aqui um rápido sumário. Mário Centeno diz que sem Orçamento Retificativo, que será votado hoje, o negócio do Banif pode voltar para trás. Retificativo este que o PSD até pode ajudar a aprovar. Que o PCP diz que vai chumbar. E que o Bloco diz que aprova, mas com condições: oNovo Banco não ser vendido; e ser criada uma nova instituição para o sistema financeiro que separe a supervisão da intervenção. OBanco de Portugal emitiu um comunicado com 11 pontos onde diz que a responsabilidade do que se passou no Banif é da gestão e dos acionistas e que esta solução foi o último recurso para proteger a estabilidade financeira e as poupanças dos clientes.António Horta Osório diz-se chocado com este caso e defendeu que o banco deve ser alvo de uma auditoria independente para se apurarem as responsabilidades no caso. Quem já está a olhar para tudo o que se passou é o Ministério Público que, em resposta à Lusa, disse que está a analisar "os elementos que têm vindo a público relacionados com a situação do Banif". Por último leia aquio que se passou nos últimos cinco dias da vida do Banif.

OUTRAS NOTÍCIAS

A revista Exame já está nas bancas e na edição deste mês faz capa com o florescimento dos negócios de comida saudável. Da abóbora biológica à cerveja orgânica. Da pizza sem glúten à comida crua. Dos superalimentos aos sumos detox. O mercado da comida saudável está a crescer. Produções agrícolas, indústrias agroalimentares e novas fórmulas de retalho mostram um apetite crescente por esta fatia do negócio. Não perca.

Depois de três anos, hoje já é possível voltar a ir de avião de Portimão a Bragança, com escalas em Vila Real, Viseu e Cascais (com um serviço 'shutle' de ligação ao Marquês de Pombal, Lisboa). Pode efetuar reservas aqui.

Em França a Uber parece estar a ser mais eficaz que François Hollande no combate ao desemprego, segundo o Le Figaro.

Em Espanha continua o processo difícil de formação de governo. As negociações prosseguem e o El País escreve que Rajoy está disponível para oferecer ao líder do PSOE, na reunião que terão hoje, várias concessões para garantir a sua abstenção na tomada de posse. Entre elas estará uma reforma constitucional e a presidência do Congresso. Se quiser perceber tudo o que está em causa em Espanha não perca também o editorial do El País. “Em boca fechada não entram moscas”. Foi assim que o Conselho Empresarial da Competitividade, que reúne as maiores empresas espanholas cotadas na Bolsa, cancelou a reunião que tinha agendada para ontem, na sequência dos resultados das eleições do passado domingo, remetendo-se assim ao silêncio relativamente a este tema.

O Facebook aderiu às fotos tipo Harry Potter, isto é, fotografias com movimento. Depois da Apple, a rede social está a preparar-se para substituir as fotos por pequenos vídeos. Veja aqui como funciona. Durante o próximo ano irá ser também lançada uma versão de rede social para empresas.

Ainda se lembra de quem é Kim Dotcom? O neozelandês que fundou o Megaupload e que tem estado nos últimos anos na mira das autoridades judiciais de todo o mundo pode agora ter a vir de responder perante os tribunais norte-americanos por infringir direitos de autor e lavagem de dinheiro. Um tribunal da Nova Zelândia determinou que Kim pode ser extraditado para os EUA para ser julgado.

As negociações para a paz na Síria deverão ser retomadas em janeiro, em Genebra, anunciou o diretor geral da ONU naquela cidade, Michael Moller. Entretanto a Amnistia Internacionalconsiderou que os bombardeamentos russos na Síria podem ser considerados crimes de guerra depois de recolher informações de centenas de civis mortos nas suas casas, hospitais e outros espaços públicos.

Uma família de 11 britânicos muçulmanos foi impedida de embarcar para os EUA pelas autoridades americanas. A família viajava para LA para visitar a Disneylândia. E apesar de terem autorização prévia de embarque desde dia 15 foi barrada no aeroporto de Gatwick. O governo de David Cameron já disse que vai examinar o caso.

Big Brother is watching them. As escolas britânicas vão passar a vigiar o uso da internet por parte dos alunos para evitar a radicalização entre os adolescentes. O programa foi anunciado ontem pela ministra de Educação britânica, Nicky Morgan.

Se quer boas notícias, olhemos para Silicon Valley, onde em 2015 não houve crise. Pelo contrário, foi um ano de recordes. De lucros e valorizações. Veja aqui um resumo de mais um ano de ourodo vale mais valioso do mundo.

Em época de balanços, o The Telegraph lembra-nos as previsões que a CIA fez no princípio do milénio de como seria o mundo em 2015. A agência acertou em mais ou menos 50%das suas previsões. Claro que algumas delas eram demasiado óbvias, outras nem por isso. Aqui fica o balanço do que estava certo e errado.

Uma daquelas notícias que devia correr o mundo, pelo menos o português. O The Telegraph pediu a 22 chefes de cozinha e proprietários de restaurantes londrinos que escolhessem o seu restaurante preferido de entre os que abriram em Londres este ano e o que reuniu maior número de preferências entre os seus pares foi aTaberna do Mercado, um projeto de Nuno Mendes, a par do Hoppers, pois cada um foi selecionado por 4 destes reconhecidos profissionais.

O El Mundo diz-nos que em tempos de crise em Espanha o voluntariado aumentou 7%, o que significa que atualmente cerca de 5 milhões de pessoas apoiam as ONG's no país vizinho.Vale a pena ler o artigo para compreender o que nos motiva a ser solidários. E se para dar não tem tempo, pode escolher aqui uma outra forma de ajudar crianças de todo o mundo que pouco ou nada têm. Vá lá. É Natal.

Para os amantes de música uma grande notícia: os Beatles vão chegar às plataformas de streaming a partir de amanhã. Na véspera de Natal, Spotify, Apple Music, Tidal e Deezer deverão começar a disponibilizar as músicas da banda, de acordo com aBillboard.

Se ainda não fez todas as compras de Natal e se vive nas grandes cidades, talvez o melhor seja ir a pé e optar pelo comércio tradicional. Conselho que tinha evitado que várias centenas de pessoas num centro comercial britânico demorassem mais de 6 horas para conseguir sair do estacionamento. Houve crises de choro, ataques de histeria, quem desistisse de sair e aproveitasse para fazer mais compras.

O QUE DIZEM OS NÚMEROS

1.000.000 é o número de refugiados que entrou de forma irregular na Europa. O número foi divulgado pela Organização Internacional paras as Migrações (OIM). A Grécia recebeu a grande maioria destes refugiados, cerca de 820 mil pessoas.

1.405,2 milhões de euros. Assim doam os 10 mais ricos de Espanha. Não perca o ranking de quem tem as mãos mais largas no país aqui ao lado.

5.194 milhões de euros. O valor transacionado em Portugal através da rede Multibanco de 23 de novembro a 20 de dezembro. Foram €2.937 milhões em transações diretas e €2.257 milhões em levantamentos, mais de 3,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

40 milhões de euros. É o valor total depositado em 2,6 mil contas bancárias que estão inativas há mais de 60 anos na Suíça. 5 são de portugueses, cujos herdeiros podem agora reclamar este dinheiro e/ou valores já que em causa estão também cofres. Se não o fizerem, o dinheiro irá reverter para o Estado suíço. Pode pedir informaçõesaqui.

O QUE EU ANDO A LER

Deixo-vos uma sugestão que aterrou ontem no caos da minha secretária. Confesso que muita da correspondência aguarda às vezes dias para ser aberta. A mesma força que me fez não ignorar, temporariamente, o volume foi a mesma que me obrigou a sentar e abrir de imediato o livro que tinha nas mãos. O título “Os últimos heróis” salta na capa deste livro sobre uma fotografia de um pescador atarefado a bordo de um barco. Mas o que me fez abri-lo e devorá-lo num dia em que o Banif me preenchia todos os minutos disponíveis foi o título em jeito de rodapé 'Código postal A2053N- Uma homenagem aos últimos heróis portugueses que arriscam a vida na pesca do bacalhau'.

Este é um livro do fotógrafo Pepe Brix no seguimento de um trabalho que publicou na revista 'National Geographic Portugal'. Uma viagem de mais de três meses a bordo do 'Joana Princesa' um arrastão português de Aveiro numa das suas viagem ao norte do mundo em busca de bacalhau. Numa altura em que este peixe estará em muitas mesas fica aqui a homenagem aos homens que continuam a arriscar a sua vida na faina. Já não usam dóris, mas continua a ser uma vida dura e cheia de perigos.

As fotografias são impressionantes e por si só contam toda uma história desta vida difícil. Há livros, tal como este, que ficam bem na nossa sala. Decorações que muitas vezes não abrimos. Este não é o caso.

Agora algo totalmente diferente. Uma recomendação para as crianças e não só. Porque não acompanhar o percurso do Pai Natal, conhecer as tradições natalícias de vários países, aprender a dizer Pai Natal em diversas línguas, ver as iluminações de Natal de cidades espalhadas por todo o mundo, apoiar algumas ONG's e jogar imensos jogos? E quando se aborrecerem desta, têm a alternativa criada pelo Comando Norte-Americano de Defesa Aeroespacial (NORAD). Divirta-se!

Resta-me desejar-lhe um Feliz Natal. O Expresso Curto volta só na segunda-feira dia 28 de dezembro.

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