domingo, 31 de janeiro de 2016

Guiné-Bissau. FALTA DE VONTADE AO DIÁLOGO PARA SOLUÇÃO DA CRISE POLÍTICA



COMUNIDADE INTERNACIONAL RECONHECE FALTA DE VONTADE AO DIÁLOGO PARA SOLUÇÃO DA CRISE POLÍTICA GUINEENSE

O representante do Secretário-Geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Miguel Trovoada reconheceu esta sexta-feira, 29 de Janeiro 2016, que não há sinal de uma vontade política para estabelecimento do diálogo com vista a encontrar solução para actual crise política no país.

O diplomata Santomense falava a’O Democrata à saída de encontro de auscultação que o Presidente da República, José Mário Vaz manteve com os representantes dos corpos diplomáticos acreditados no país.

Para Miguel Trovoada, não há sinal de uma vontade política clara e inequívoca para o estabelecimento de diálogo.

“Eu tenho recebido muitas representações de partidos políticos, sociedade civil e titulares de órgãos da soberania, mas a verdade é que esta dinâmica de diálogo em busca de soluções ainda não se desencadeou”, contou o representante da ONU em Bissau, considerando de seguida que pouco importa nesse momento identificar o culpado, mas sim encontrar soluções para actual crise.

Na sua visão, Trovoada defende que “enquanto as entidades competentes e os responsáveis políticos do país não se sentarem à mesa e discutirem a fundo as causas desta crise não será possível encontrar soluções imediatas”.

O Representante da UNO no país, chamou atenção pelo facto que os problemas da Guiné-Bissau devem ser resolvidos pelos guineenses através dos responsáveis que receberam mandatos do povo.

“A comunidade internacional não foi eleita pelo povo guineense e nem dispõe da legitimidade para resolver os problemas da Guiné-Bissau. A comunidade Internacional, apenas escuta, concorda e acompanha”

Na mesma ocasião, Representante da União Africana (UA), Ovídio Pequeno disse que a UA está com dúvidas se existem condições para que haja um clima de diálogo no seio da classe política guineense.

“Na verdade nós temos algumas dúvidas se há, de facto, condições criadas para que haja um clima de diálogo e em que condições esse diálogo poderá ser feita” questionou.

Momentos antes de receber os corpos diplomáticos acreditados no país, José Mário Vaz recebeu a comunidade religiosa e poder tradicional, também no quadro de auscultações as forças vivas do país com vista a encontrar saída para actual crise política.

O Presidente da República, poderá reunir nos próximos dias o Conselho de Estado, órgão consultivo, antes de se pronunciar.

Alcene Sidibé – O Democrata

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