Confrontos
começaram quando agentes se preparavam para prender Julino Kalupeteka.
Julgamento recomeça Sexta-feira no Huambo
Coque
Mukuta – Voz da América
O
tribunal provincial do Huambo ouviu esta semana descrições dramáticas dos
confrontos, no Monte Sume, entre a polícia e fiéis da seita “ A Luz do Mundo”,
de Julino Kalupeteka.
Tal
aconteceu numa altura em que fiéis da seita alegam que continuam as
perseguições pelas autoridades. Alguns foram detidos esta semana.
Kalupeteka
e vários dos seus seguidores são acusados de vários crimes na sequência dos
confrontos em que terão morrido polícias e civis.
O
número concreto de vítimas permanece por esclarecer. As autoridades dizem que
morreram nove polícias e 13 civis, mas a oposição e outras organizações afirmam
que centenas de pessoas foram massacradas.
Kalupeteka
negou responsabilidade pelos confrontos.
O
agente João Chissinge, em declarações lidas no tribunal, afirmou ter recebido
ordens para prender Kalupeteka, mas “não tinha algemas”.
“O
agente da policia Abel do Carmo disponibilizou as algemas que trazia, prendeu
um dos braços do Kalupeteca; Kalupeteca apresentou resistência,” disse
Chissinge, na sua declaração lida em tribunal.
Ele
acrescentou que “naquele mesmo momento ouviu um disparo, mas não sabe dizer
quem o fez. A partir daí os tiros se generalizaram”.
Julino
Tito, filho de Kalupeteka disse à VOA que, na terça–feira, um outro declarante
tinha descrito ao tribunal como Kalupeteka tinha sido interpelado pelo “chefe
Abel do Carmo” e que em seguida lhe tinha virado as costas.
Os
fieis teriam depois atacado Abel do Carmo com catanas e outras armas e ”cortejaram-no”.
O
declarante disse ter conseguido tirar a sua arma e disparar três tiros,
tendo depois fugido “e caído num buraco em baixo de uma bananeira”.
O
filho do líder da seita disse que até agora “ninguém falou da morte dos fiéis”.
“É
a coisa mais complicada, porque ali só se está a falar da morte dos efectivos
da polícia”, disse.
Tito
denunciou novas perseguições dos fiés da seita na província da Huila. “No
Kakonda, município do Lubango, o comandante acusou o mais velho João, de que
tem feito estudo bíblico".
O
referido João terá sido detido na companhia do filho, que foi solto.
O
julgamento recomeça na próxima sexta-feira.
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