O
presidente do PS falou hoje numa Europa debilitada na autonomia e submetida a
"interesses difusos aparentemente incontrolados", num discurso em que
acusou PSD e CDS-PP de terem exercido pressão para o chumbo do Orçamento em
Bruxelas.
A
intervenção de abertura do debate quinzenal, na Assembleia da República, por
parte de Carlos César, foi marcada por uma crítica cerrada aos resultados
alcançados pelo anterior executivo nos últimos quatro anos, dizendo que a
"ficção ficou bem longe da realidade", mas também por referências
negativas sobre o atual estado da União Europeia e sobre a atuação mais recente
do PSD e do CDS na fase das negociações orçamentais entre o governo português e
as instituições europeias.
De
acordo com Carlos César, durante o mais recente processo negocial com Bruxelas,
"terá ficado demonstrado que é possível e útil dialogar, contraditar e
demonstrar razões nacionais, mesmo num contexto europeu particularmente
exigente, numa Europa desregulada e debilitada na sua autonomia e nas suas
competências, submetida a interesses difusos e aparentemente
incontrolados".
"Fizemos
o que o Governo anterior nunca fez e o país ficou a ganhar. PSD e CDS-PP
tentaram enfraquecer a posição negocial do Governo português em Bruxelas e
também tentaram garantir que o Orçamento do Estado para 2016 era chumbado, ou,
em alternativa, suficientemente desvirtuado para que este Governo tivesse uma
derrota", acusou.
No
plano social, o presidente do Grupo Parlamentar do PS falou na existência de
mais de um milhão de desempregados, sustentando que o último executivo foi
responsável por um aumento de 177 mil desempregados.
"Por
cada dia que a coligação de direita governou, caíram em situação de desemprego
real cem portugueses, 44 cidadãos caíram numa situação de desemprego de longa duração
e ficaram sem qualquer apoio 68. Por cada dia que a coligação de direita
governou foram destruídos 147 emprego", apontou.
Para
Carlos César, "a direita é bem melhor em 'slogans' do que em governar,
andando agora a dizer que este Governo dá com uma mão o que tira com
outra".
"Neste
caso, PSD e CDS-PP deram ao país mais 177 mil desempregados e tiraram a
Portugal 240 mil empregos. A História da governação destes últimos quatro anos
em matéria de emprego é uma triste História de fracasso", sustentou.
No
seu discurso, o presidente do PS também se referiu à controvérsia em torno das
metas orçamentais assumidas por Portugal, alegando que já no ano passado as
instituições europeias tinham alertado para a existência riscos na execução da
proposta orçamental de 2015.
"O
orçamento para 2016 é agora elaborado em circunstâncias difíceis, sobretudo ao
nível de projeção e execução, porque Portugal tem de fazer um ajustamento
maior, já que o anterior executivo falhou em 2015 duplamente nas metas para o
défice. Além das dificuldades da conjuntura externa e da subida dos juros,
estamos também perante, sobretudo, do incumprimento clamoroso de metas ao longo
dos últimos quatro anos", advogou ainda o presidente do Grupo parlamentar
do PS.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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