O
Brasil e a Guiné Equatorial vão ser os únicos dois países lusófonos em recessão
este ano, de acordo com os dados divulgados hoje pelo Fundo Monetário
Internacional, no seu relatório sobre as Perspetivas da Economia Mundial.
O
relatório, divulgado hoje em Washington, prevê que o Brasil enfrente uma nova
recessão de 3,8% este ano, levando o desemprego para uma média de 9,2% este ano
e um agravamento para 10,2% em 2017, ao passo que a inflação deverá descer
ligeiramente este ano - de 9 para 8,7%.
A
Guiné Equatorial, que realiza este mês eleições presidenciais muito criticadas
pela oposição pela falta de liberdade, deverá ter a maior recessão no espaço
lusófono: 7,4%, a que se soma nova queda do Produto Interno Bruto (PIB) de quase
2% em 2017.
A
recessão no Brasil, dizem os analistas do FMI, "causa impactos no emprego
e nos rendimentos reais, e as incertezas internas continuam a limitar a
capacidade do Governo para formular e executar políticas" de recuperação
da economia.
Depois
de dois anos mergulhado na recessão, a maior economia da América do Sul deverá
regressar ao crescimento no próximo ano, mas a média anual deverá ser próxima
do zero, diz o FMI, que alerta, no entanto, para o "elevado grau de
incerteza" que rodeia estas previsões.
A
recessão no Brasil, de resto, "foi uma das principais razões que motivou a
revisão em baixa do crescimento mundial na última atualização" das
previsões, em janeiro deste ano.
O
FMI defende que o Governo deve "continuar a perseverar nos esforços de consolidação
orçamental para fomentar uma recuperação na confiança e no investimento",
e reconhece que, "como o espaço para medidas temporárias na despesa está
fortemente limitado, são necessárias medidas fiscais no curto prazo".
Ainda
assim, o desafio mais importante é lidar com a "rigidez e os direitos
adquiridos insustentáveis do lado da despesa", a par com a implementação
de "reformar estruturais que aumentam a produtividade e a competitividade,
incluindo o programa de concessões de infraestruturas, são essenciais para
revigorar o crescimento potencial".
Crescimento
do PIB.....2016.....2017
Angola..................2,5.....2,7
Brasil.................-3,8.....0,0
Cabo
Verde..............2.9.....3,5
Guiné-Bissau............4,8.....5,0
Guiné
Equatorial.......-7,4....-1,9
Moçambique..............6,0.....6,8
São
Tomé e Príncipe.....5,0.....5,5
Timor-Leste ............5,0.....5,5
FONTE:
World Economic Outlook
MBA
// VM - Lusa
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