Bom
dia, este é o seu Expresso Curto
Pedro
Candeias – Expresso
Trump
e as mulheres, as centenas de Centeno e as offshores do Estado
A
lógica de Donald Trump: "Ser-se presidenciável é a coisa mais fácil
do mundo. Vocês acham que eu precisava de tornar-me presidenciável depois de
ter ganhado em todo lado? Isto é como no futebol: não tiras o quarterback de
uma equipa que está a vencer, pois não?" Um lobo será sempre um lobo
e nunca um cordeiro.
O bilionário candidato republicano (ou será suprarepublicano) às eleições presidenciais dos EUA venceu os cinco estados da Costa Leste envolvidos na Super Tuesday desta madrugada: Maryland, Connecticut, Pensilvânia, Delaware e Rhode Ilsand. E não foram vitórias magras mas gordas sobre John Kasich e Ted Cruz, os outros dois republicanos que já tinham prometido juntar-se para tramar Trump na Convenção Aberta. Donald diz que o melhor que eles têm a fazer é porem a viola no saco, porque quem vai a votos para ser presidente é ele. Gostem ou não gostem.
É simples. Os democratas não gostam de Trump. Os republicanos não gostam de Trump. Muitos americanos gostam de Trump. E gostam dele na versão crua, misógina, racista e populista, e por mais que Paul Manafort, o assessor contratado para conter o que não se contém, se esforce, Trump é o que é. E Trump também gosta de Trump e, sobretudo, gosta de ser Trump.
Ora leia: "Eu acho que a única coisa que a Hillary Clinton tem a favor dela é ser mulher. A ´serio, não tem mais nada a favor dela. Se ela fosse um homem, não teria sequer 5% dos votos. E o mais incrível nisto tudo é que nem as mulheres gostam dela, ok?" Quando Trump disse isto, em frente à Trump Tower (Freud poderia explicar), tinha nas suas costas Mary Pat Christie, mulher de outro ex-candidato republicano, Chris Christie.
A tática de Trump resultou e agora chega a segunda fase da sua estratégia: atacar Hillary Clinton ad hominem. Hillary bateu Bernie Sanders em quatro dos cinco estados e muito teria de mudar para não ser ela a candidata democrata à presidenciais. Trump vai vestir-se de macho alfa, repetir que Hillary "é fraca e não tem resistência para fazer frente aos chineses" e que "não percebe nada de emprego".
E Hillary, escrevem o Guardian e o New York Times, tentará distanciar-se da guerrinha pessoal para tentar marcar a diferença para o adversário. No discurso de ontem, não fulanizou a questão: "Um democrata, um independente ou um republicano com consciência, sabe que a outra proposta não vai criar uma América com mais oportunidades e menos desigualdades".
O bilionário candidato republicano (ou será suprarepublicano) às eleições presidenciais dos EUA venceu os cinco estados da Costa Leste envolvidos na Super Tuesday desta madrugada: Maryland, Connecticut, Pensilvânia, Delaware e Rhode Ilsand. E não foram vitórias magras mas gordas sobre John Kasich e Ted Cruz, os outros dois republicanos que já tinham prometido juntar-se para tramar Trump na Convenção Aberta. Donald diz que o melhor que eles têm a fazer é porem a viola no saco, porque quem vai a votos para ser presidente é ele. Gostem ou não gostem.
É simples. Os democratas não gostam de Trump. Os republicanos não gostam de Trump. Muitos americanos gostam de Trump. E gostam dele na versão crua, misógina, racista e populista, e por mais que Paul Manafort, o assessor contratado para conter o que não se contém, se esforce, Trump é o que é. E Trump também gosta de Trump e, sobretudo, gosta de ser Trump.
Ora leia: "Eu acho que a única coisa que a Hillary Clinton tem a favor dela é ser mulher. A ´serio, não tem mais nada a favor dela. Se ela fosse um homem, não teria sequer 5% dos votos. E o mais incrível nisto tudo é que nem as mulheres gostam dela, ok?" Quando Trump disse isto, em frente à Trump Tower (Freud poderia explicar), tinha nas suas costas Mary Pat Christie, mulher de outro ex-candidato republicano, Chris Christie.
A tática de Trump resultou e agora chega a segunda fase da sua estratégia: atacar Hillary Clinton ad hominem. Hillary bateu Bernie Sanders em quatro dos cinco estados e muito teria de mudar para não ser ela a candidata democrata à presidenciais. Trump vai vestir-se de macho alfa, repetir que Hillary "é fraca e não tem resistência para fazer frente aos chineses" e que "não percebe nada de emprego".
E Hillary, escrevem o Guardian e o New York Times, tentará distanciar-se da guerrinha pessoal para tentar marcar a diferença para o adversário. No discurso de ontem, não fulanizou a questão: "Um democrata, um independente ou um republicano com consciência, sabe que a outra proposta não vai criar uma América com mais oportunidades e menos desigualdades".
OUTRAS
NOTÍCIAS
Hoje apresenta-se o Programa de Estabilidade no Parlamento, que não irá a votos, pelo que o que Jerónimo disse ontem ("O PCP não apoia esse Programa") pouco conta. O que realmente conta, porque são contas, é o défice, que piorou €108 milhões relativamente aos três meses do ano passado. O PS disse, a dois tempos, que está tudo bem com a execução orçamental, por Carlos César e Mário Centeno, mas aUTAO e o Conselho de Finanças Públicas desconfiam.
Para desconfianças bastam estes dígitos: o Estado, o nosso Estado, tem 148 milhões de euros em paraísos fiscais, em Jersey (Canal da Mancha) e na Jordânia. O João Silvestre explicou a história noExpresso Diário de ontem
Está por perceber-se o que terá acontecido no Monte Txota, em Cabo Verde. São 11 mortos, oito militares e três civis, alegadamente vítimas de Manuel António Silva Ribeiro, um soldado que terá confessado aos familiares a autoria dos homicídios. A informação é da Oceanpress.
Ainda das coisas que não se percebem, um grupo de rapazes e raparigas saiu de uma discoteca, tentou comer fora de horas numa loja de kebab no Cais do Sodré e instalou-se a confusão. Houve um salto a pés juntos nas costas do dono, a espátula de desfiar carne na mão do dono e na cara de quem o pontapeou, um tiro de uma pistola de um tipo na cara de toda a gente, várias fontes da PSP que identificaram os autores do caos, e mais um caso da noite que está a ser investigado. O Expresso Diário escreveu sobre o assunto aqui.
Para quem, como eu, perde o rasto ao tempo: a Espanha andava há cinco meses sem governo e ninguém se entendeu para a formação de um executivo que envolveria uma espécie de geringonça de esquerda (diz-se artilugio do lado de lá da fronteira) à qual faltou combustível para arrancar. Posto isto, o Rei de Espanha, escreve o El Pais, não propôs nenhum candidato para liderar e convocou novas eleições, para junho.
Em junho há Europeu de futebol e o Super-Homem português não está como o aço. É uma das três verdades universais: todos morremos, mais cedo ou mais tarde; todos pagamos impostos, mais ou menos, e Cristiano Ronaldo marca golos, mais do que os que falha.Sem ele, em Manchester, frente ao City, o Real Madrid ficou a zero e deixou tudo para a segunda mão da meia final da Liga dos Campeões. A Mariana Cabral explica-lhe o que aconteceu. Hoje, há Atletico de Madrid vs. Barcelona (19h45), um confronto de ideias e de formas diferentes de estar na vida.
Da vida para a morte. Ontem, em Inglaterra, só se falou de Hillsborough, a tragédia que matou 96 adeptos de futebol durante um jogo que opôs o Liverpool ao Nottingham Forest, a 15 de abril de 1989. Nos anos que se seguiram, construiu-se a narrativa segundo a qual a culpa era dos fãs do Liverpool, mas um primeiro inquérito independente, em 2012, concluiu o contrário, após serem conhecidas provas que tinham sido escondidas pela polícia; ontem, o fecho de outro inquérito concluiu que quem matou os 96 adeptos foram as falhas da polícia, da organização e da reposta das ambulâncias. Vale a pena ler este texto do Guardian, ver este vídeo também do Guardian, e ouvir o relato de um radialista que lá esteve.
Para ouvir, ler e ver, a Beyoncé fez o seguinte: lançou um álbum que é um filme, que é uma variante do documentário autobiográfico, que tem a história dela e do marido, Jay-Z, que a traiu e ela não gostou. E ela escreveu sobre isso, cantou sobre isso, dançou sobre isso, claro, e convidou muita gente a participar nisto (de Serena Williams a Father John Misty) - e a plataforma que ela usou para partilhar o trabalho foi o Tidal, que é do marido. Irónico. O Público dá-lhe cinco estrelas e diz que este é o seu "Purple Rain". O Guardian, a Slate e a Time,entre outras publicações, também se renderam ao que ela fez e, sobretudo, ao que ela é: corajosa e temível.
Da série, jornais:
O Público faz manchete com o horário da GNR, que será de 40 horas semanais.
O Diário de Notícias escreve que será difícil o consenso pedido por Marcelo Rebelo de Sousa entre PS, PSD e CDS porque há coisas que os separam do as que os unem (Segurança Social, proporcionalidade na AR e exigências para a banca).
O Jornal de Notícias garante que as multas de trânsito estiveram paradas durante meio ano e faz alusão, também, a uma história macabra: o corpo de uma portuguesa foi encontrado desmembrado, em Leipzig, na Alemanha.
O Correio da Manhã usa a palavra arrastão para definir a rixa no Cais do Sodré.
O Jornal de Negócios titula que "Bloco e PCP não votam, mas chumbam as contas de Costa"
FRASES
"Se pudesse voltar atrás teria actuado da mesma forma" Azeredo Lopes, ministro da Defesa Nacional, durante uma comissão parlamentar na qual garantiu que o general Frederico Rovisco Duarte, Chefe do Estado-Maior do Exército, pediu que fosse feita uma inspecção ao Colégio Militar após as denúncias de discriminação por orientação sexual."
"Estamos a ser a cobaia [da banca[" Vítor Bento, em entrevista ao Observador
"Isto não pode continuar no ténis. Não se pode falar e acusar sem ter provas. Por favor, tornem públicas as minhas informações, o meu passaporte biológico e toda o meu historial de controlos antidoping e testes" Rafael Nadal escreveu uma carta aberta à Federação Internacional de Ténis (ITF). No mesmo dia, disse que ia processar a antiga ministra do desporto francesa, Roselyne Bachelot, por insinuações.
"A monarquia é a face da supremacia branca. O Prince era mais 'real' que a Rainha Isabel". Morrissey sendo Morrissey.
O QUE ANDO A LER
Vou lendo, espaçadamente, duas biografias que nada têm de novo (porque têm anos) e que nada têm a ver uma com a outra.
A primeira é Life, de Keith Richards. É um livro que obriga releituras, não pela linguagem ou pelo pensamento do autor, mas porque tudo nos parece tão inacreditável que contado ninguém acreditaria. Fico com a ideia que não há nada que o guitarrista dos Rolling Stones não tenha feito - e sobreviveu a tudo.
A segunda é Messi, de Guillem Balagué. E este também é um livro que obriga a releituras, porque são muitos os nomes dos intervenientes que aparecem para contar o seu quinhão de experiências com o argentino. Família, amigos de infância, colegas de balneário de hoje e de ontem, agentes, olheiros, treinadores, etcetera. Fico com a ideia de que não há nada que o futebolista do Barcelona não consiga fazer com uma bola nos pés depois de ter sobrevivido a um físico pouco saudável.
Por hoje é tudo. Acompanhe-nos no Expresso, no Expresso Diário (às 18h) e tenha um bom resto de dia.
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