A
representação das mulheres no parlamento de Cabo Verde aumentou quase sete
vezes em 25 anos, mas a participação ainda é considerada tímida e aquém da meta
estabelecida nos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).
Os
dados foram avançados hoje pelo presidente da Assembleia Nacional (AN), Jorge
Santos, na abertura de um seminário sobre a Participação Política das Mulheres
em Cabo Verde, promovido pelo Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e
Equidade de Género (ICIEG).
"A
evolução da participação das mulheres no parlamento cabo-verdiano, no regime
democrático, tem sido positiva embora tímida, como de resto atesta o percurso:
1991 (3,8%); 1995 (12,5%); 2001 (11,1%); 2006 (15,3%), 2011 (20,8%) e agora em
2016, 23,6%", adiantou Jorge Santos.
"Cabo
Verde encontra-se no 71.º lugar no mundo em termos de representação das
mulheres no parlamento, estando muito aquém da meta estabelecida pelos ODM -
Objetivos do Desenvolvimento do Milénio que apontava para os 30%",
acrescentou.
Por
isso, entende o presidente do parlamento, que nesta legislatura, a problemática
da igualdade de género precisa de "uma nova atitude" que passe
"das boas intenções para ações concretas", nomeadamente através de
medidas legislativas que resultem "num acréscimo considerável da
participação política das mulheres, aproximando o país da tão almejada e
inevitável paridade".
"Paralelamente
ao aumento efetivo da participação das mulheres nos diversos órgãos de poder
central e local, impõe-se, hoje, garantir sua maior presença em órgãos de
decisão da administração do Estado, nas empresas e nos diversos organismos da
sociedade", defendeu.
Adiantando
não ser defensor acérrimo do sistema de quotas, por entender que as mulheres
são capazes de se afirmar por mérito próprio, Jorge Santos disse, no entanto,
acreditar que "medidas legislativas e políticas públicas inclusivas
atenuariam as desigualdades e contribuiriam para uma maior participação das
mulheres na política".
CFF
// EL – Lusa
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