Malaca,
Malásia, 28 jun (Lusa) -- O presidente da primeira conferência das comunidades
luso-asiáticas desafiou hoje a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)
a pensar no legado cultural português noutros países como uma oportunidade de
investimento.
"Acredito
que a CPLP pode desempenhar um papel crucial na preservação e promoção da
herança cultural portuguesa na Ásia", disse Joseph Sta Maria, na abertura
da conferência, em Malaca, na Malásia.
Joseph
Sta Maria propôs à CPLP que desenvolva projetos de recuperação do património
português e ligados ao turismo em países que preservam traços culturais ligados
à herança portuguesa, deixada por toda a Ásia durante a expansão marítima dos
séculos XV e XVI.
Neste
contexto, deu como exemplo a reconstrução da fortaleza de Malaca construída por
Afonso de Albuquerque, ou de outras fortificações que marcaram a presença
portuguesa na Ásia, aliando depois outros investimentos, em hotéis ou
restaurantes, para aproveitar "o potencial turístico" da região.
Joseph
Sta Maria sublinhou que Malaca, por exemplo, recebe 15 milhões de turistas
anualmente e que "o dinheiro está agora no turismo" e "há
chineses ricos a viajar por todo o mundo".
"A
CPLP e os seus empresários podem encontrar forte potencial de negócio e
investimento (...) A CPLP pode iniciar projetos para reavivar a cultura
portuguesa e fazer dinheiro. Porque não?", afirmou, acrescentando que, do
outro lado, seria uma forma de apoiar as comunidades de luso-asiáticas
dando-lhes, também, oportunidades de trabalho ao mesmo tempo que ajudaria
preservar a identidade lusófona.
Joseph
Sta Maria sublinhou que os membros destas comunidades na Ásia que guardam
traços culturais herdados dos portugueses sentem orgulho em dizerem que são
lusodescendentes, mesmo sendo cidadãos de outros países, e apelou à
sensibilização da CPLP, em especial de Portugal, para a necessidade de
preservar este património, que considera estar ameaçado.
Também
o ministro-chefe do Governo do estado de Malaca, Haji Idris, numa mensagem lida
por um representante, fez votos para que esta conferência leve a maior
intercâmbio entre a cidade e os países de língua portuguesa, através da ligação
com a comunidade local de lusodescendentes, atraindo visitantes e investimento
da lusofonia para Malaca.
A
primeira conferência das comunidades luso-asiáticas arrancou hoje coma presença
de representantes de comunidades de uma dezena de países.
A
organização é da comunidade de lusodescendentes de Malaca.
MP
// DM
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