Díli,
28 jun (Lusa) - Confrontos entre grupos rivais de jovens em vários pontos da
capital timorense, incluindo ligados a grupos de artes marciais, e que têm
aumentado nos últimos meses, estão a causar preocupação e exigem precauções
adicionais, segundo as Nações Unidas.
Uma
situação agravada por vários casos (pelo menos uma dezena desde o início do
ano), de ataques com Rama Ambon (fisgas que lançam pequenas flechas) e que são
atiradas contra transeuntes por jovens "iniciados" em grupos rivais,
segundo um alerta de segurança da Ortganização das Nações Unidas (ONU) a que a
Lusa teve acesso.
Este
tipo de incidentes com Rama Ambon - armas usadas em vários pontos do
arquipélago indonésio, incluindo Ambon - causaram já pelo menos um morto e
vários feridos desde o início do ano.
O
caso mais recente ocorreu a 22 de junho passado, quando, ao final da noite, um
transeunte que caminhava na 'Banana Road' - uma das maiores estradas da capital
- foi alvejado por pessoas não identificadas, que seguiam de mota.
O
alerta faz parte de um aviso de segurança distribuído internamente a quadros
das Nações Unidas em Timor-Leste pelo Departamento de Segurança e Proteção das
Nações (UNDSS na sua sigla em inglês), a que a Lusa teve acesso.
O
alerta é acompanhado de um mapa que mostra zonas da cidade onde têm ocorrido
incidentes, quer confrontos entre grupos rivais de artes marciais, quer do uso
de Rama Ambon.
Em
concreto, identifica cinco grupos de artes marciais ativos, a PSHT, Kera Sakti,
Korka, Kolimau e 77, que registam o maior número de incidentes que ocorreram
nas zonas centrais e ocidentais da capital.
Os
incidentes mais graves, segundo o aviso de segurança, ocorrem entre as 21:00 e
as 02:00, com os atacantes a esconderem-se antes de dispararem as flechas
contras as vítimas.
"Há
relatos das autoridades de que alguns destes incidentes podem envolver um
processo de iniciação de jovens para alguns dos grupos", adianta o aviso.
Este
alerta antecipa que possa haver um aumento de incidentes deste tipo nos
próximos meses e com o aproximar das eleições, especialmente se as autoridades
não tomarem medidas adicionais.
Perante
este risco, "todos os funcionários e dependentes da ONU são
aconselhados", entre outras medidas, a tentarem evitar as zonas onde
ocorreram incidentes, depois das 19:00, garantirem que viajam com as janelas do
carro fechadas e que usem película para escurecer as janelas das viaturas,
"o que ajudará a agarrar pedaços de vidro em caso de projeteis serem
lançados".
Em
caso de terem que circular de moto pelas zonas em alerta, recomendam o uso de
capacete com as viseiras descidas e com casacos grandes.
ASP
// ARA
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