@Verdade
- Editorial
Não
há dúvidas de que os deputados da bancada parlamentar da Frelimo estão cravados
na Assembleia da República para defender interesses do partido, no lugar de
assegurarem os legítimos interesses do povo que os elegeu. Esse facto é notório
a cada sessão do Parlamento. Quando o assunto requer uma posição responsável e
séria por parte daqueles deputados, estes comportam-se qual símios diante de um
cacho de banana.
O
cúmulo da falta de escrúpulo dos deputados da Frelimo foi protagonizado na
segunda sessão extraordinária do Parlamento, realizada entre os dias 08 e 09 de
Junho corrente, na qual o Governo foi chamado para prestar esclarecimentos
sobre as dívidas contraídas ilegamente pelo Governo da Frelimo no mandato
anterior. Ao invés de se posicionarem com dignos representantes do povo,
questionando o destino dado ao dinheiro e pedindo a responsabilização dos
envolvidos, os deputados da Frelimo ocupam-se a defender o indefensível.
Parecendo
que não, mas trata- -se de falta de respeito ao povo e os eleitores pronunciar-se
como a deputados da Frelimo têm feito na magna casa do povo. Os comentários do
deputado Damião José e dos seus correligionários relativamente às dívidas são
uma autêntica pouca vergonha.
Na
verdade, é difícil, para um indivíduo no gozo pleno do seu juizo vir ao público
e expelir que “dívida não é nenhum pecado, não é nenhum crime, porque não
mata”, sabendo-se que, por causa dessas mesmas dívidas contraídas ilegalmente,
o país atravessa o seu pior momento económico, o que vai sufocando a população
moçambicana. É sabido que contrair dívida não é nenhum pecado, não é nenhum
crime e não mata. Mas precisamos, é saber, também, que, quando a dívida é
contraída clandestinamente por um punhado de pessoas em nome de uma nação, com
propósitos obscuros, ela constitui uma fraude, ou melhor um crime de proporções
preocupantes.
Por
isso, pedimos aos digníssimos supostos mandatários do povo para que analisem os
factos como eles merecem e possam tecer comentários realísticos, e não
mentirosamente tentar convencer aos moçambicanos que as dívidas provocadas pelo
Governo da Frelimo são um assunto normal. Estamos cientes que, por um lado,
estão a fazer política e, por outro, a defender o pão, mas haja escrúpulo ou
vergonha na cara, e sobretudo haja respeito para com os moçambicanos.
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