O
Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, acusou a Renamo, principal partido de
oposição, de tornar o povo refém, visando chegar ao poder pela força, e
defendeu o diálogo como via para a restauração da paz no país.
"O
povo não pode ser feito refém para se alcançar o poder, o Governo está
consciente de que o soar das armas não é o caminho certo para a busca da paz e
sempre defendemos o diálogo", afirmou Nyusi, falando na segunda-feira na
cerimónia de posse de novos comandantes das Forças Armadas de Defesa de
Moçambique (FADM).
Num
discurso citado hoje pela comunicação social moçambicana, o chefe de Estado
defendeu o desarmamento da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo),
assinalando que em democracia os partidos políticos não devem estar armados.
"Estamos
num estado de direito, não devemos abrir espaço para uma convivência dualista,
por um lado, partidos civis, por outro lado, partidos armados", declarou
Filipe Nyusi.
Referindo-se
aos novos comandantes, o Presidente moçambicano defendeu que as FADM devem
pautar a sua conduta pelo respeito dos direitos humanos, principalmente o
direito à vida e às liberdades fundamentais, bem como a soberania.
Moçambique
tem conhecido um agravamento dos confrontos entre as forças de defesa e
segurança e o braço armado da Renamo, além de acusações mútuas de raptos e
assassínios de militantes dos dois lados.
O
principal partido de oposição recusa-se a aceitar os resultados das eleições
gerais de 2014, ameaçando governar em seis províncias onde reivindica vitória
no escrutínio.
O
Governo moçambicano e a Renamo retomaram em finais de maio as negociações em
torno da crise política e militar em Moçambique, após o principal partido de
oposição ter abandonado em finais de 2015 o diálogo com o executivo, alegando
falta de progressos no processo negocial.
PMA
// VM - Lusa
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