A
polémica está instalada no processo de recenseamento eleitoral de raiz que
iniciou-se no último sábado. Tudo por causa de duplas inscrições. O MLSTP maior
partido da oposição, visitou a base de dados da Comissão Eleitoral Nacional,
contactou com os técnicos e detectou várias duplicações de nomes no registo
eleitoral.
A
polémica ganha proporções preocupantes, porque na passada sexta – feira, numa
conferência de imprensa o Presidente da Comissão Eleitoral Nacional, Alberto
Pereira, garantiu que as duplas inscrições nos cadernos eleitorais, «eram um
bicho-de-sete-cabeças cá em São Tomé».
Na
conferência de imprensa, o Chefe da CEN, esclareceu que este
bicho-de-sete-cabeças, seria eliminado através do recenseamento eleitoral de
raiz, que iria começar no sábado. «Para nós essa é uma grande melhoria. Ainda
ontem (quinta – feira) estivemos com os técnicos, que neste momento estão a
preparar os equipamentos. Ficamos a saber que agora com o novo sistema
dificilmente haverá duplas inscrições», declarou o Presidente da CEN.
Alberto
Pereira, fundamentou porque razão as duplas inscrições já não teriam hipóteses
no quadro do novo recenseamento eleitoral de raiz. «Porque o sistema vai estar
ligado a uma Pen- drive e a uma base de dados. Logo que alguém se registar vai
estar automaticamente na base de dados. Se no dia seguinte a pessoa tentar
registar num outro posto ela vai ser detectada», frisou.
No
entanto o partido MLSTP, que visitou a Comissão Eleitoral Nacional, para se
inteirar do processo de registo dos eleitores, diz que detectou situações
contrárias. «O sistema de registo dos eleitores não pode aceitar a duplicação
de inscrições. Com isso queremos dizer que com uma impressão digital pode-se
obter vários cartões de eleitores. Fez-se o teste e no posto de registo conseguiu-se
constatar dois cartões de eleitores como pode ser três ou mais cartões»,
referiu Aurélio Martins Presidente do MLSTP.
O
Presidente do MLSTP mostrou para a imprensa os dois cartões de eleitor
pertencentes a uma mesma pessoa, e que foram feitos com base no novo sistema de
registo.
Mais
ainda, após diálogo com os técnicos portugueses que segundo Aurélio Martins
estão a comandar as operações na base de dados da CEN, o MLSTP constatou que «em
menos de 24 horas do recenseamento registou-se no servidor central mais de 16
duplicações de nomes. Ao longo de 5 meses de recenseamento quantas duplicações
poderemos ter?», interrogou.
O
MLSTP considera-se gato escaldado, por isso tem medo de água quente. «Para nós
é grave tendo em conta o passado que tivemos, naquilo que foi as eleições de
2016, as presidenciais. A comissão permanente do MLSTP analisando todos esses
factores achou que todo esse processo deve ter uma fiscalização internacional,
uma auditoria internacional», pontuou.
Aurélio
Martins garantiu que «o processo está a ser viciado e isso põe em risco todo o
processo eleitoral que se avizinha no país».
Nas
instalações da CEN, o MLSTP diz ter constatado que afinal de contas o sistema
instalado não bloqueia nem elimina a dupla inscrição. Tudo depende da vontade e
consciência do homem que administra a máquina. «O sistema não faz eliminação
automática. É o homem responsável do servidor que faz ou não a eliminação
daquilo que foi a duplicação», sublinhou, o Presidente do MLSTP.
Processo
eleitoral são-tomense continua envolto em polémica.
Abel
Veiga, em Téla Nón
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