Os
régulos, autoridades tradicionais da Guiné-Bissau, querem ver o Parlamento a
funcionar "nos próximos dias" para aprovação do programa de governo e
Orçamento Geral do Estado, defendeu hoje um porta-voz dos patriarcas.
Augusto
Fernandes, presidente da associação de régulos, diz que os chefes tradicionais
foram mandatados pela população para "exigir ao Presidente do
Parlamento" que reabra a instituição.
Na
sexta-feira, os régulos tinham sido recebidos pelo líder do Parlamento,
Cipriano Cassamá, que lhes disse que a retoma dos trabalhos parlamentares não
depende da sua vontade, mas sim dos partidos.
"Quando
o Presidente da República decidiu derrubar o primeiro governo constitucional
desta legislatura, onde é que se encontravam os régulos", questionou o
presidente do Parlamento, que vê na ação "uma encomenda de alguém".
"Não
aceito pressão de ninguém, até porque eu apenas obedeço a lei", declarou o
líder do Parlamento guineense.
Divergências
entre as duas principais forças políticas no Parlamento, PAIGC e PRS, levaram
ao bloqueio da instituição desde há cerca de ano e meio, pelo que sucessivos
governos não conseguissem fazer aprovar os seus planos de ação ou propostas de
orçamento.
Os
régulos acusam Cipriano Cassamá de ser o principal responsável "pelo
bloqueio no Parlamento", pelo que prometem "tudo fazer" para que
a instituição volte a funcionar normalmente.
"O
povo mandou-nos dizer-lhe que o Parlamento tem que voltar a funcionar
normalmente", defendeu Augusto Fernandes, também conhecido por "Juiz
do Povo".
Aquele
responsável disse ainda que pode vir a criar e liderar grupos de pressão
popular, constituídos por cidadãos que querem ver o Parlamento a funcionar, para
obrigar Cassamá a fazer funcionar o hemiciclo.
MB
// EL
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