PARA QUANDO O PROTESTO E O PEDIDO FORMAL DE DEMISSÃO DE DIJSSELBLOEM?
Foi
ontem que Dijsselbloem manteve o seu estatuto de estrela fosca na comunicação
social, pelo menos em Portugal. O propósito refere uma entrevista em que Dijsselbloem se
faz de parvo e diz-se surpreendido por Portugal não apresentar oficialmente o
pedido de demissão do presidente do Eurogrupo, nem Portugal nem qualquer outro
país do sul, por causa de declarações suas referentes aos países do sul. Na
realidade se Portugal não o fez, oficialmente, devia tê-lo feito. Assim como
outros países do sul. O que o comprovado xenófobo e racista presidente do
Eurogrupo passa com esponja são todas as declarações públicas dos mais altos
responsáveis de República Portuguesa, assim como o pedido de demissão de
Dijsselbloem formalizado nas declarações do Parlamento Europeu.
Na
verdade as declarações que foram proferidas por Dijsselbloem, acerca dos países
do sul, somente se podem enquadrar numa mente racista e xenófoba, para além de
sexista – como António Costa referiu. Acresce que se olharmos o historial da
postura e de outras declarações daquele alto responsável do Eurogrupo,
relativamente aos países do sul, podemos colecionar algumas frases que indiciam
a sua costela racista e xenófoba relativamente a esses países e povos. Só não
captou esta propensão do holandês Dijsselbloem quem não estava atento ou não
teve propensão para tal.
Também
em declarações à comunicação social afirmou que era social-democrata e que
jamais será racista e xenófobo, o que não é confirmável ao longo do tempo,
antes pelo contrário. O que o presidente do Eurogrupo tem declarado
(veladamente ou não) configura uma personalidade eivada de preconceitos
sociais-fascista, encapotadamente nazis. Comuns naquela região mais a norte da
Europa, que apenas há algumas décadas estava repleta de campos de concentração
nazis e fornos crematórios especialmente construídos para deter e assassinar
maioritariamente povos oriundos do sul da Europa. Por capa Dijsselbloem diz-se
social-democrata mas o que ressalta de declarações e postura no cargo que
exerce é a mente social-fascista que nele perdura e de vez em quando transborda
à vista de todos que queiram ver e saber interpretar o que certos e incertos
encapados de social-democratas transportam no seu âmago: nazis por enquanto
contidos. Até quando?
Dijsselbloem, o dissimulado, tem razão quando aponta o folclore do governo português acerca do assunto mas que nunca apresentou oficialmente um protesto e pedido formal de demissão, a demissão do presidente do Eurogrupo. É hora, sobre isso, para questionar os países do sul, objetivamente o governo de Portugal: para quando a apresentação do protesto e o pedido formal de demissão de Dijsselbloem? (MM / PG)
Dijsselbloem:
"Esperava que Portugal pedisse a minha demissão, mas não o fez"
Em
entrevista a um jornal holandês, o presidente do Eurogrupo Jeroen Dijsselbloem
disse que estava à espera que, ao contrário do que acabou por acontecer,
Portugal pedisse a sua demissão na última reunião do Eurogrupo.
"Esperava
que o colega português pedisse a minha demissão, mas não o fez", disse
Jeroen Dijsselbloem ao diário "De Volkskrant", em referência ao secretário de Estado
Adjunto e das Finanças, Mourinho Félix.
O
ministro holandês desvalorizou o facto de os dirigentes portugueses terem
pedido a sua demissão "antes e depois da reunião", realçando que
"se (Mourinho Félix) quisesse realmente a demissão, tinha de ter a
colocado em cima da mesa na reunião (do Eurogrupo)".
O
mesmo se passou com Espanha, acrescentou Dijsselbloem, salientando que o
ministro da Economia espanhol também não exigiu, oficialmente, a sua saída.
Na
entrevista, Dijsselbloem disse ainda ter sentido um "um apoio ativo e
passivo" na reunião do Eurogrupo, pelo facto de ter havido quem
considerasse a "formulação infeliz" e quem tivesse "compreendido
exatamente o que queria dizer".
Em
entrevista ao "Frankfurter Allgemeine Zeitung", há algumas semanas,
Dijsselbloem sugeriu - assim foi entendido por ministros e eurodeputados - que
os países do sul da zona euro não deviam pedir empréstimos aos outros países
depois de gastarem o dinheiro em "copos e mulheres". As declarações valeram-lhe duras
críticas e pedidos de demissão, incluindo por parte de Costa e Marcelo.
Dijsselbloem:
"É como se tivesse cometido um crime de guerra"
O
presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, afirmou esta segunda-feira sentir
"tristeza" por ter tido que dedicar tanto tempo a falar sobre a
entrevista na qual sugeriu que os países do sul da Europa gastaram dinheiro em
"copos e mulheres".
"Entristece-me
muito que tenhamos dedicado tanto tempo e energia a uma entrevista enquanto a
Grécia cai numa nova crise", disse em entrevista ao diário holandês
"De Volkskrant", considerando que foi tratado como se tivesse
cometido um "crime de guerra".
Para
o também ministro das Finanças holandês, "o problema agravou-se
enormemente. É como se tivesse cometido um crime de guerra", disse.
Em
entrevista ao "Frankfurter Allgemeine Zeitung" há várias semanas,
Dijsselbloem sugeriu que os países do sul da zona euro gastaram dinheiro em
"copos e mulheres", declarações que lhe valeram duras críticas e
pedidos de demissão, sobretudo por parte do Parlamento Europeu.
Ao
ministro holandês pareceu-lhe "muito incómodo" que tanta gente se
tenha sentido ofendida pelas suas palavras e afirmou que se sentiu cercado
pelos eurodeputados.
Dijsselbloem
reconheceu que poderia ter sufocado o mal-estar se tivesse apresentado
desculpas imediatamente, mas assegurou que se negou a fazê-lo porque "não
poderia retratar-se de alguma coisa que não tinha dito, de alguma coisa à qual
não se referia".
Questionado
pelo "De Volkskrant" sobre se espera cumprir o seu mandato até
janeiro de 2018 à frente do grupo que reúne os ministros das Finanças dos
países do euro, o social-democrata disse que, "como a curto prazo haverá
um novo Governo na Holanda, o Eurogrupo procura rapidamente um novo
presidente".
Contudo
reconheceu que se não se conseguir, ainda tem possibilidades de concluir o
mandato.
Dijsselbloem
também indicou que, nas discussões com os colegas na reunião informal dos
ministros das Finanças da União Europeia em Malta, "não ouviu ninguém
apoiar uma presidência fixa" do Eurogrupo.
Costa
desvaloriza palavras "insuportáveis" de Dijsselbloem
O
primeiro-ministro português classificou, esta segunda-feira, como
"insuportáveis" as palavras de Jeroen Dijsselbloem sobre os países do
sul da Europa, mas considerou que o importante, agora, é melhorar o Euro,
porque o presidente do Eurogrupo "está de passagem".
"Claro
que [Jeroen Dijsselbloem ] devia abandonar o cargo. As palavras são
insuportáveis, mas temos de continuar a trabalhar no que é essencial" para
a União Europeia (UE), disse hoje António Costa numa entrevista à Rádio
Nacional de Espanha (RNE).
Poucos
minutos antes de participar numa cimeira dos países do sul da Europa, em
Madrid, o chefe do Governo português sublinhou que o presidente do Eurogrupo
"está de passagem, mas o Euro é um resultado muito importante do trabalho
da UE e é nisso" que os europeus têm de se concentrar, "completando a
União Económica e Monetária".
Jeroen
Dijsselbloem foi alvo de críticas depois de uma entrevista ao jornal
Frankfurter Zeitung, na qual afirmou, referindo-se aos países do Sul da Europa,
que "não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir
ajuda", o que motivou o pedido de demissão pelo Governo português.
Na
entrevista à RNE, António Costa também desejou que a UE mantenha no futuro
"uma relação próxima com o Reino Unido" e defendeu que "a melhor
forma de o fazer é iniciar as negociações de uma forma amigável, sem aumentar a
tensão" entre as duas partes.
O
chefe do Governo português considerou "um mau exemplo" os
acontecimentos da semana passada entre Londres e Madrid sobre os preparativos
para a negociação da saída do Reino Unido da UE.
Os
preparativos da negociação com Londres foram marcados nos últimos dias pela
polémica sobre Gibraltar, um pequeno território com 32.000 habitantes, cedido
pela Espanha ao Reino Unido em 1713, que Madrid reclama como sendo parte do seu
território.
De
acordo com um projeto de "orientações para a negociação" dos 27
publicado na semana passada, a posição de Espanha será decisiva na aplicação em
Gibraltar de qualquer acordo entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido depois
do 'Brexit'.
Londres
criticou esta disposição, com receio de que Madrid se aproveite da situação
para obter ganhos de causa para a sua pretensão de recuperar Gibraltar.
Os
chefes de Estado ou de Governo de sete país do sul da Europa reúnem-se hoje em
Madrid para discutir o futuro da União Europeia e o processo de saída do Reino
Unido (Brexit).
Fonte
do Governo espanhol revelou que a cimeira irá também abordar outros aspetos da
atualidade europeia, como a luta contra o terrorismo e os desafios colocados
pela pressão migratória, nomeadamente na fronteira sul do continente.
Mariano
Rajoy (Espanha) será o anfitrião dos presidentes François Hollande (França) e
Nikos Anastasiades (Chipre) e dos primeiros-ministros António Costa (Portugal),
Paolo Gentiloni (Itália), Alexis Tsipras (Grécia) e Joseph Muscat (Malta).
A
Cimeira de Madrid consiste num almoço de trabalho entre as 14:15 e as 16:45
(uma hora menos em Lisboa) no Palácio do Prado, sendo seguida pelas habituais
declarações à imprensa dos líderes.
Jornal
de Notícias
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