quinta-feira, 13 de abril de 2017

TRUMP. COVEIRO DO IMPÉRIO A CURTO PRAZO


O narcisista e fanfarrão Trump deve proporcionar o tão esperado espetáculo da queda-livre do corrupto e mais belicista Império da história: subproduto da democracia fajuta, melhor que o dinheiro pode comprar dos Estados Policialescos da América que ainda encantam algumas vítimas da grande mídia de idiotização em massa

Edu Montesanti*

A queda definitiva do agonizante é apenas uma questão de tempo. Uma leitura do livro Ascensão e Queda das Grandes Potências deixará esta ideia bem clara ao leitor, sem nenhuma dúvida, e segundo as impressões deste articulista: o tombo será mais feio que o dos outro impérios ao longo da história. A grosso e resumido modo: quanto maior o tamanho do coqueiro, maior o tombo do coco.

Pois o narcisista e fanfarrão Donald Trump deve proporcionar o tão esperado espetáculo da queda-livre do corrupto e mais belicista Império da história, como nenhum outro que se tenha conhecimento.

Para além do tamanho e da imagem equivocada que a América "livre" e "poderosa" faz de si, à diferença, por exemplo, do final da II Guerra quando o Império britânico ruiu de vez e o norte-americano emergiu como tal, o mundo estava destroçado pelo maior conflito da história, moral, política e economicamente. 

Hoje, o mundo está cada vez mais multipolar por nações que além de fortalecer e ultrapassar o combalido Tio Sam em diversos quesitos importantes - inclusive militarmente -, muitos desses países enxergados pelo esquizofrênico Império norte-americano como inimigos, ameaças, concorrentes, estão se unindo - desejando abertamente aliança com Washington, que se recusa a isso em nome do retorno a um mundo unipolar.

Em relação às últimas eleições presidenciais dos Estados Policialescos Unidos da América, qualquer candidato seria um personagem a ser contado dentro de uns anos sobre o declínio definitivo do Império que, na realidade, vive profunda crise alimentar, laboral, no campo das liberdades civis e direitos humanos em geral. 

Poucos sabem, mas os EPUA foram condenados pela ONU, no ano passado, pelo tráfico de crianças, sob conivência estatal [leia: Tráfico de crianças nos Estados Unidos sob conivência estatal (http://port.pravda.ru/busines/03-02-2016/40316-trafico_criancas-0/)], e por manter campos de concentração também para pequeninos imigrantes, o lixo descartável no paraíso do capital que, nos EPUA têm estado privados até de advogados devendo responder perante a "Justiça" norte-americana sozinhos, enquanto aguardam a deportação da sociedade aberta e livre pintada pelos grandes meios de imbecilização das massas  [leia: EUA nega advogado a milhares de crianças deportadas de campos de concentração  (http://port.pravda.ru/mundo/10-04-2016/40754-eua_nega-0/)].

Muito pouco se diz, mas Barack Obama foi o presidente que mais deportou imigrantes na história dos EPUA. Sua afilhada nas últimas eleições, a psicopata Hillary Clinton, até pela psicopatia por que sofre além da própria linha política, era fria e calculista: como o inquilino anterior da Casa Branca, o Nobel da Paz que palrava com a habilidade de poucos em direitos humanos, Killary falava em direitos femininos, possuía ódio racial e religioso mais velado. George W. Bush (filho) foi quem iniciou uma grande cerca na fronteira com o México: a mesma mídia comercial que demoniza Trump hoje, não lembra disso. 

O potencial para o mal desta personalidade e práticas maleficamente veladas é evidentemente muito maior, enquanto Trump é a mesma face da mesma moeda imperialista, preconceituosa, fascista, porém fanfarrão e, talvez, vítima do próprio narcisismo do qual padece.

Killary tinha total apoio do establishment, do lobby sionista, dos grandes meios de desinformação, da indústria armamentista e petrolífera. Mas, enfim, Trump é uma tragicômica consequência da "democracia" norte-americana, subproduto do próprio establishment dos Estados Policialescos Unidos, e de seu showrnalismo (título do livro do brilhante jornalista José Arbex Júnior).

Com Killary, a queda do Império, pela frieza e calculismo da senhora da guerra, por sua habilidade ímpar de manipular e de jogar, a grande queda do Império estaria fadada, muito provavelmente, a médio prazo (talvez para além de seus quatro anos, ou se reeleita para o final de seus oito anos na Casa Branca). 

Por outro lado, e desde a campanha presidencial isso parecia muito claro, com Trump que diz e faz abertamente o que seus antecessores fizeram de maneira mais silenciosa, dissimulada, o declínio definitivo da hegemonia dos EPUA está bastante apressado. 

Reconheça-se: Trump faz afirmações e toma atitudes de muito abertas e politicamente incorretas, embora não sejam nenhuma novidade nos porões do poder e entre a própria sociedade norte-americana que, de aberta, não tem absolutamente nada (outro mito facilmente dissolúvel).

Contextualizando a frase do historiador britânico de excelente memória, Eric Hobsbawm em Era dos Extremos, se para o poeta o Thomas Stearns Eliot  "o  mundo acabará com uma bomba ou com uma lamúria", os Estados Policialescos Unidos da América certamente encontrará um fim com os dois. 

Sobretudo dentro de casa, o coveiro Trump trata de produzir importantes aprofundamentos no buraco norte-americano desde o início de seu "governo democrático", diante do silêncio conivente e até sob alegres aplausos de parte de uma opinião pública desonesta e excessivamente hipócrita que se crê a polícia do mundo. 

Vão todos ser enterrados na vergonha da história, e é altamente aconselhável que os nada criativos setores reacionários oxigenem-se, apressem-se na elaboração das desculpas, e encontre também os culpados, no que eles são precários mestres em fazer: a "ditadura" do Maduro cujo governo rompeu com a ditadura do FMI, e com o Consenso de Washington? O "napoleônico" Putin cujo grande crime é defender a soberania e os interesses do povo russo? O "enlouquecido" Jinping, cuja economia nacional logo superará à dos EPUA, e seu exército é o maior do mundo

*Edu Montesanti | Pravda.ru | Foto: AP

Sem comentários:

Mais lidas da semana