Víctor
Carvalho | Jornal de Angola | opinião
Com
a nomeação e subsequente tomada de posse dos secretários de Estado, o
Presidente João Lourenço tem, finalmente, a sua equipa governamental formada e
pronta a trabalhar para responder ao desafio de melhorar o que está bem e
corrigir o que está mal.
Independentemente
da avaliação ou do capital de expectativa que cada nome dos elementos que
integram essa equipa pode suscitar junto da opinião pública, a verdade é que
será o seu desempenho prático a transmitir se as escolhas de João Lourenço
foram, ou não, acertadas.
Para já, o que se pode dizer é que está criada uma enorme expectativa em redor daquilo que o próprio Presidente da República conseguirá fazer, sobretudo se tivermos em linha de conta as suas promessas eleitorais e mais algumas que depois inseriu no seu discurso de tomada de posse e que, certamente, serão reafirmadas amanhã na Assembleia Nacional.
A sociedade, onde se inclui a classe política, como não podia deixar de ser, está atenta aos mais recentes desenvolvimentos protagonizados por este Governo, não obstante o pouco tempo em que está em funções, e acredita que muitas das promessas feitas no calor da campanha serão efectivamente cumpridas.
Na sua primeira reunião, o Governo decidiu, e bem, aprovar um programa para executar nos próximos seis meses, de modo a garantir as bases onde depois ficarão sustentadas acções de empreendimento mais profundo.
Esse programa, que engloba as principais áreas que conformam o Estado, deverá
ser o mais cirúrgico possível evitando cair na tentação de optar por uma amplitude
de intenções para evitar que se fique pelas meras intenções.
Embora ainda não hajam grandes informações sobre a base desse programa de seis meses, não custa perceber que ele se direccionará, fundamentalmente, para resolver alguns problemas sociais que preocupam a população.
Na abertura do novo ano agrícola, o Presidente João Lourenço deixou claramente perceber a sua determinação em não abdicar dos princípios que pautaram os seus discursos de campanha eleitoral, ao afirmar a disposição em entregar a terra a quem efectivamente a trabalha.
Levando esta disposição a outras áreas da vida nacional, fica a certeza de que existe a determinação de colocar a pessoa certa no lugar certo para que possa de facto ser melhorado o que está bem e corrigido o que está mal.
Mas para isso um dos desafios mais imediatos do Governo é a elaboração do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2018, documento fundamental onde o Governo terá que estabelecer de forma clara as suas prioridades para uma actuação que não defraude as expectativas que já estão criadas.
Quando os recursos são vastos, é relativamente fácil a elaboração de um Orçamento que deixe contentes todos os sectores que compõem a sociedade, seja em que país for.
Porém, com a escassez de meios com que nos deparamos essa missão fica bem mais difícil de ser executada, exigindo coragem e clarividência política a quem tem a missão de decidir aonde e a quem alocar verbas que possam ser aproveitadas da melhor forma possível.
Respaldado numa confortável maioria qualificada na eleições de Agosto, o Presidente João Lourenço tem e merece ter o capital de confiança que lhe permite aplicar o programa de Governo que apresentou a sufrágio com a certeza de que ele terá o apoio dos angolanos.
É, pois, chegada a hora do trabalho. Um trabalho que feito em equipa tem muito mais hipóteses de ter sucesso.
Foto:
Francisco Bernardo | Edições Novembro | em Jornal de Angola
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