terça-feira, 9 de maio de 2017

AS PÉROLAS DE BAPTISTA-BASTOS - vídeo




Entrevista difundida na CLP TV - Canal de Lingua Portuguesa

Imagem de Nina da Silva

BAPTISTA-BASTOS FALECEU... MAS CONTINUA CONNOSCO




E então, mestre? Foi hoje? Experimentámos coisas, pá. E agora isto, que se espera mas nunca se adivinha. Foste um colosso de jornalista e um escritor de primeira água. Atrevido. Rabujas. Brigão em tempos idos. Uma pessoa como não há muitas. Do melhor. Vivenciámos a última experiência no Ponto, e foi o que foi. Foi bom mas curto. Antes foi tudo aquilo n' O Século. Depois RTP. Ah! O "Faz de Conta", do Solnado - que já lá está. Encontrávamo-nos por ciclos, por vezes muito longos. Ultimamente não. Comíamos e bebíamos. Vivíamos. Será bom que nos voltemos a encontrar. Não deve faltar muito. Espera-se mas não se adivinha quando. Obrigado BB, pelas lições. Era impossível não deixar aqui qualquer coisa, em vez de lágrimas. Continuas connosco, mestre. As pisadas e a obra são eternas.

MM | PG

Morreu o escritor Armando Baptista-Bastos

O também jornalista tinha 83 anos.

A notícia foi dada pelo filho do próprio, através das redes sociais: "O meu Pai, Armando Baptista-Bastos, faleceu. Tinha 84 anos. Teve uma vida extraordinária, de que muito me orgulho. Amo-te muito Pai. Que Deus o acolha no seu Reino", lê-se no perfil de Pedro Baptista-Bastos.

O autor tinha 83 anos e fez carreira em redações como a d’O Século, Seara Nova, Jornal de Notícias, Expresso ou Jornal de Negócios.

Baptista-Bastos publicou mais de uma dezena de títulos de ficção, entre os quais 'O Secreto Adeus' (1963), 'Cão Velho entre Flores' (1974), 'O Cavalo a Tinta da China' (1995), 'A Colina de Cristal' (2000) e 'No Interior da Tua Ausência' (2002).

João Oliveira | Notícias ao Minuto

Portugal | FRACO COM OS RICOS, DURO COM OS POBRES


Parto de um caso concreto tentando sintetizar uma história com vários actos em poucas penadas.

Tiago Mota Saraiva | jornal i | opinião

Um trabalhador no desemprego decide recorrer a um dos “apoios do Estado” ao “empreendedorismo” antecipando o recebimento das prestações de subsídio para construir o seu negócio. Depois de passar por um périplo de meses de formações e condicionamentos, idas e vindas ao centro de emprego e decisões de quem pouco mais sabe do que exercer o seu poder sobre outrem, chega o contrato e o dinheiro – faz-me confusão tratar o adiantamento de um subsídio do desemprego para o qual o trabalhador já contribuiu durante anos de salário como apoio.

Nesta contratação, o Estado procura garantir que o posto de trabalho se mantenha e que a empresa não seja apenas um fogacho – o que me parece muito bem – mas, num pequeno artigo entre vários de legislação cruzada, retira ao trabalhador o direito de poder ter, cumulativamente, outro contrato de trabalho.

Neste caso concreto, quando se deu o cruzamento de dados através da duplicação de pagamentos da segurança social, não demorou um mês a chegar o despacho do centro de emprego (que não alertou o trabalhador para a nuance) exigindo a devolução do valor integral do financiamento – inclusivamente dos anos em que esteve apenas com o primeiro contrato. Passamos à segunda fase: justificação, contestação e recursos a que, alegadamente, o trabalhador tem direito. As primeiras respostas começam por repetir diplomas legais sem, de facto, atender aos argumentos e responder às perguntas.

Quanto mais alto se sobe na cadeia hierárquica do recurso, mais genérico, até atingir o nível do director que não está para responder. Acabou a história? Não. O director que não dá resposta manda o processo para execução fiscal de dívida na certeza que poucos serão os trabalhadores com capacidade financeira para o chamar a tribunal e que não temem perder o processo e, consequentemente, pagar custas e juros. Mas infelizmente este não é caso único, nem se restringe à cadeia hierárquica da Segurança Social.

Descreve um país subterrâneo de práticas feudais enraizadas, em que o trabalhador desempregado perde direitos e uma parte da estrutura do Estado é treinada para tratá-lo como estando a cumprir uma pena. Mais, descreve um país em que, de facto, a maioria dos trabalhadores não tem todos os direitos de recurso reconhecidos na lei.

Portugal | ESCOLAS COBRAM ILEGALMENTE MATRÍCULAS E CADERNETAS ESCOLARES AOS ALUNOS


A cobrança de impressos em estabelecimentos de ensino público é uma prática ilegal, tendo em conta que a Constituição da República prevê o caráter "tendencialmente gratuito" da escolaridade obrigatória.

O Ministério da Educação confirma estar a investigar a cobrança ilegal de documentos impressos nas escolas, como folhas de matrículas e cadernetas de aluno, que segundo a lei deveriam ser gratuitos. A Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) abriu “um processo de averiguações” a uma escola no concelho do Seixal, mas há mais duas escolas referenciadas por práticas semelhantes em Alverca e no Restelo.

Segundo avança o jornal ‘Diário de Notícias’, a cobrança de impressos em estabelecimentos de ensino público é uma prática ilegal, tendo em conta que a Constituição da República prevê o caráter “tendencialmente gratuito” da escolaridade obrigatória. “Os boletins de matrícula nos estabelecimentos de ensino público são gratuitos”, reitera ao ‘DN’ fonte do Ministério da Educação.

Contactado pelo jornal, o agrupamento Agostinho Louro, no Seixal, justifica a cobrança indevida com a necessidade de angariar fundos “para visitas de estudo de alunos carenciados”. O montante já está, entretanto, a ser devolvido aos encarregados de educação.

Mas há mais dois casos idênticos a este, denunciados pelo blog ‘Assistente Técnico’: no Agrupamento de Escolas Pedro Jacques de Magalhães, em Alverca, onde a escola terá pedido um “donativo” de 2,5 euros pelas matrículas e na Escola Secundária do Restelo, onde os encarregados de educação têm de pagar uma quantia de cinco euros.

“Esses impressos de matrícula e essas cadernetas não têm de ser pagos pelos alunos se estiverem na escolaridade obrigatória. Só se pagam as segundas vias se se extraviar ou se o aluno estragar muito o documento”, explica Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).

Filinto Lima diz ainda que apesar de a lei estabelecer a gratuitidade dos documentos, alguns deles são cobrados às escolas. “Cada caderneta escolar, produzida pela Editorial do Ministério da Educação, tem um custo de 1,20 euros para as escolas. Num agrupamento com mais de dois mil euros já são mais de dois mil euros. E isso é dinheiro para uma escola”, explica, salientando que o Governo deveria “aumentar o orçamento que todos os anos atribui” às escolas.

Joana Almeida | Jornal Económico

Portugal | O REI, O BOBO E O PORTO


Mariana Mortágua | Jornal de Notícias | opinião

Já conhecemos a fórmula de Rui Moreira: a cidade espetáculo da "marca Porto.", a repetição de anúncios por concretizar, a guerra aos partidos. Assim se investiu vice-rei do Norte, ocupando o centrão nas impotentes barbas de PSD e PS.

Há quatro anos, Rui Moreira era o anti-Menezes: contra o político dinossauro e esbanjador, a aposta no independente antipartidos que bate o pé a Lisboa. Por conveniência, o PS submeteu-se à narrativa e, até ao fim de semana passado, ajudou a fazer de Moreira o produto final da decomposição política no Porto. Moreira é um caudilho que não hesita em devorar quem lhe abriu caminho, roubando-lhes o palco e os velhos métodos.

Hoje conhecemos melhor o presidente da Câmara do Porto. A política-espetáculo evita a mobilização democrática, para que nada faça sombra ao projeto pessoalizado e aventureiro. Politiquice primária e ausência de pensamento coletivo de um rumo para a cidade que não vem no postal, a que perde população, onde a pobreza persiste e é quase impossível arrendar casa.

Rui Moreira mandou no Porto, incluindo em Pizarro. Enquanto na Assembleia da República os dirigentes socialistas portuenses ajudavam a aprovar avanços importantes (como a lei das rendas apoiadas ou o imposto sobre património de luxo), na cidade calavam-se perante as críticas de Moreira a essas mesmas medidas. Isto para não falar do apoio, tão entusiasmado quanto acrítico, ao mandato do presidente. A subserviência foi inequívoca, de tal forma que o apoio do PS à candidatura de Rui Moreira foi decidido por unanimidade. Tal votação "não é comum com um candidato do PS, quanto mais neste cenário, o que reforça o caminho que os socialistas estão a fazer no Porto", dizia há seis meses o deputado e líder da Concelhia do PS, Tiago Barbosa Ribeiro.

Manuel Pizarro foi mestre e executante deste processo de anulação política do PS. Enfrentou tudo e todos defendendo a continuação do apoio a Moreira. Foi preciso António Costa obrigá-lo a avançar, mesmo se a consequência é o vazio da política: como pode quem, até sexta-feira, tanto elogiava o mandato de Rui Moreira apresentar-se no sábado como uma alternativa política? A candidatura de Manuel Pizarro à Câmara do Porto é uma impossibilidade programática. Quem durante quatro anos apoiou Rui Moreira, queimando as pontes à Esquerda, não pode ter um projeto credível.

Nesta história de cortesãos, cabe pouco Porto. Moreira e Pizarro esqueceram-se dele. Está fora das jogadas e do palácio, a ver a triste dança dos barões. E não tem de ser assim.

* Deputada do BE

ANTÓNIO COSTA ALINHADO COM MACRON NA EUROPA | E O NEGÓCIO DE FÁTIMA...


Macron, novamente o neto abusadamente de direita da senhora de esquerda. Mais um Cavalo de Tróia da banca no sistema ultra neoliberal que tem feito da vida dos europeus um inferno. É desse tal de Macron que Cristina Figueiredo escolhe a espuma para abrir o Expresso Curto de hoje. 

Por nós, no PG, já deixámos pistas para os mais distraídos e que suspiraram de alívio por Macron ter sido eleito, como pode ler em “MACRON É O PROLONGAMENTO DA CLASSE POLÍTICA DAS OLIGARQUIAS DA TROIKA EUROPEIA”; ou em MACRON E LE PEN, A SOPA QUE NÃO QUERIAM COMER MAS QUE ESCOLHERAM E… COMEM. Sobre a vitória de Macron ouvimos ontem António Costa declarar que está alinhado com o tal neto da senhora de esquerda, que afinal é de direita. Pode ler isso mesmo no Expresso: Costa considera que programa europeu de Macron está alinhado com o de Portugal. Hem?!

O programa europeu de Costa está alinhado com o de Macron? Pois, lá temos o PS a não ser carne nem peixe e a fazer dos europeus uns vegetais sem cérebro. O que é curioso é que estão a conseguir. “Tarrenego”. Porque assim não.

E lá vem na cafeína do Expresso Curto, tirado por Cristina: o negócio de Fátima e a vinda do Papa. Estamos tramados. Sobre o negócio vai ser mais badana para toda a semana. Até Francisco, o Papa, já deve estar cheio deste fartum se acaso acompanha a comunicação social portuguesa (essa, pelo menos). Pois, mas tem de ser. A alienação e estupidificação dos povos não se realiza sem fartuns nem os trabalhos aturados para os produzir. É exatamente isso que dá o sucesso espetacular ao negócio de Fátima. Os cofres vão ficar ainda mais cheios, atafulhados. No reverso da vida existem os que são empurrados para a miséria por crentes nos cifrões sem olharem para o lado, atropelando tudo e todos que considerarem necessário, enganando-os sem pejo, desumana e imoralmente. Além disso há o futebol. Os ópios mantêm-se e a prova está nos milhares e milhares que acorrem a Fátima. Podem passar fome, mas futebol e religião em forma de saturação não lhes falta.

Boa tarde, bom resto de dia. Leia o Curto de hoje, vale fazê-lo… se usar os miolos.

MM | PG

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