Subsistema de saúde dos
trabalhadores do sector público garante mais de 450 milhões de receitas à saúde
privada
O grupo Luz Saúde, principal
credor privado da ADSE, recebeu 27% das suas receitas daquele
subsistema de saúde, em 2016. Hospitais privados temem redução
de rendas com nova tabela e já começaram as ameaças de suspensão da
prestação de serviços.
De acordo com o Jornal de
Negócios, a Luz Saúde (ex-Espírito Santo Saúde, actualmente detida
pela seguradora Fidelidade) recebeu 26,5% dos pagamentos da
ADSE a unidades de saúde privadas, ou seja, mais de 120 milhões de euros,
em 2016. Este valor corresponde a quase um terço das receitas totais do grupo
ao longo desse ano.
O nível de dependência dos
pagamentos da ADSE nos hospitais privados, cujos preços o bastonário da
Ordem dos Médicos classificou como «absolutamente escandalosos» à Lusa, motivou as
alterações aprovadas pelo Conselho Geral e de Supervisão do subsistema de
saúde dos trabalhadores do sector público, com uma redução da
subsidiação aos grupos de saúde privados.
A medida fez soar alarmes na
Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), que
enviou uma carta aos ministros da Saúde e das Finanças (que
tutelam a ADSE conjuntamente) com ameaças de suspensão da prestação
de serviços, resultante de «perdas incomportáveis» para os
grupos económicos do sector. A redução de despesa da ADSE é estimada pelo seu
conselho directivo em cerca de 30 milhões de euros por ano, num total
de mais de 450 milhões que são transferidos anualmente para as unidades de
saúde privadas.
Para além disto, o
Conselho Geral e de Supervisão da ADSE aprovou poupanças para os
beneficiários, estimadas em quase 13 milhões de euros por ano, por proposta dos
representantes do MURPI, da Frente Comum e dos eleitos pelos
beneficiários pela lista G, com o apoio daquelas estruturas.
AbrilAbril | Foto: Mário Cruz /
Agência LUSA
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