O impacto das chuvas nos acessos
aos centros de votação, a compra de material eleitoral e o aumento da
participação dos eleitores são algumas das preocupações dos responsáveis
eleitorais timorenses antes das eleições antecipadas de 12 de maio.
"Felizmente não temos
grandes problemas mas temos que fazer alguns ajustamentos na questão logística
para garantir que todo o processo decorra bem", disse à Lusa o
diretor-geral do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE),
Acilino Manuel Branco.
As questões fundamentais dos
preparativos para as eleições antecipadas estão hoje a ser debatidas num
encontro alargado de coordenação, organizado pelo STAE e onde participam, além
do ministro da Administração Estatal, Valentim Ximenes, os responsáveis
municipais e da região autónoma de Oecusse-Ambeno e responsáveis municipais da
polícia.
Recorde-se que Timor-Leste vai a
votos dez meses depois das últimas eleições parlamentares, após o Presidente da
República, Francisco Guterres Lu-Olo, ter decidido dissolver o Parlamento
Nacional para resolver o impasse político no país.
O encontro coincide com a
publicação, hoje, num número extraordinário do Jornal da República, do
calendário das operações eleitorais, que arranca com o período de registo de
coligações e candidaturas.
A agenda inclui debates sobre o
calendário em si, sobre o papel da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) e o
mapa de centros de votação e logística.
Questionado sobre os maiores
desafios, Acilino Manuel Branco, destacou o impacto que a atual época da chuva
pode vir a ter nos acessos aos locais de votação, alguns particularmente
remotos.
"Estamos na época das chuvas
e há muitas preocupações sobre acesso a alguns centros de votação e ao
transporte de materiais", disse.
"Outra questão é como
podemos acelerar o processo de aquisição de materiais. Temos material que é
importante e que temos que comprar de forma acelerada para responder ao
processo", frisou ainda.
Na mente dos responsáveis
eleitorais está ainda a questão da participação eleitoral, tanto no que toca à
abstenção - a participação foi de 76,74% nas eleições de 2017 - como ao número
de votos inválidos e nulos (mais de 2%).
"Precisamos de desenvolver
um esforço grande para garantir uma maior participação. Temos que reforçar a
educação dos votantes porque tivemos também muitos votos nulos", explicou
o responsável do STAE.
"Para isso vamos dar mais
formação aos nossos oficiais para que eles possam explicar melhor aos eleitores
todo o processo. Na próxima semana vamos realizar já a nível nacional a
formação dos 11.120 oficiais eleitorais que vão estar em cada estação de
votos", disse.
No estrangeiro - os timorenses
podem votar na Austrália, Coreia do Sul, Reino Unido e Portugal - haverá
igualmente formação, abrangendo também os funcionários diplomáticos.
Nas eleições de 22 de julho foram
instalados 843 centros de votação, para acolher os 760.907 eleitores
recenseados, tendo votado 583.956 eleitores (76,74%).
Foram registados 568.070 votos
válidos, e mais de 11.700 nulos.
Até final de dezembro do ano
passado estavam recenseados 768.200 eleitores.
Lusa | RTP
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