sábado, 24 de fevereiro de 2018

Responsáveis analisam possíveis problemas antes de voto em Timor-Leste


O impacto das chuvas nos acessos aos centros de votação, a compra de material eleitoral e o aumento da participação dos eleitores são algumas das preocupações dos responsáveis eleitorais timorenses antes das eleições antecipadas de 12 de maio.

"Felizmente não temos grandes problemas mas temos que fazer alguns ajustamentos na questão logística para garantir que todo o processo decorra bem", disse à Lusa o diretor-geral do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), Acilino Manuel Branco.

As questões fundamentais dos preparativos para as eleições antecipadas estão hoje a ser debatidas num encontro alargado de coordenação, organizado pelo STAE e onde participam, além do ministro da Administração Estatal, Valentim Ximenes, os responsáveis municipais e da região autónoma de Oecusse-Ambeno e responsáveis municipais da polícia.

Recorde-se que Timor-Leste vai a votos dez meses depois das últimas eleições parlamentares, após o Presidente da República, Francisco Guterres Lu-Olo, ter decidido dissolver o Parlamento Nacional para resolver o impasse político no país.

O encontro coincide com a publicação, hoje, num número extraordinário do Jornal da República, do calendário das operações eleitorais, que arranca com o período de registo de coligações e candidaturas.

A agenda inclui debates sobre o calendário em si, sobre o papel da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) e o mapa de centros de votação e logística.

Questionado sobre os maiores desafios, Acilino Manuel Branco, destacou o impacto que a atual época da chuva pode vir a ter nos acessos aos locais de votação, alguns particularmente remotos.

"Estamos na época das chuvas e há muitas preocupações sobre acesso a alguns centros de votação e ao transporte de materiais", disse.

"Outra questão é como podemos acelerar o processo de aquisição de materiais. Temos material que é importante e que temos que comprar de forma acelerada para responder ao processo", frisou ainda.

Na mente dos responsáveis eleitorais está ainda a questão da participação eleitoral, tanto no que toca à abstenção - a participação foi de 76,74% nas eleições de 2017 - como ao número de votos inválidos e nulos (mais de 2%).

"Precisamos de desenvolver um esforço grande para garantir uma maior participação. Temos que reforçar a educação dos votantes porque tivemos também muitos votos nulos", explicou o responsável do STAE.

"Para isso vamos dar mais formação aos nossos oficiais para que eles possam explicar melhor aos eleitores todo o processo. Na próxima semana vamos realizar já a nível nacional a formação dos 11.120 oficiais eleitorais que vão estar em cada estação de votos", disse.

No estrangeiro - os timorenses podem votar na Austrália, Coreia do Sul, Reino Unido e Portugal - haverá igualmente formação, abrangendo também os funcionários diplomáticos.

Nas eleições de 22 de julho foram instalados 843 centros de votação, para acolher os 760.907 eleitores recenseados, tendo votado 583.956 eleitores (76,74%).

Foram registados 568.070 votos válidos, e mais de 11.700 nulos.

Até final de dezembro do ano passado estavam recenseados 768.200 eleitores.

Lusa | RTP

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