segunda-feira, 19 de março de 2018

Catalunha | Sonho independentista está a perder apoio popular


Joana Almeida*

Os três partidos a favor da independência, que se candidataram às eleições de dezembro, ainda não chegaram a acordo para formar Governo e o antigo presidente da Generalitat da Catalunha, Carles Puigdemont, assumiu que se fosse hoje não teria suspendido a independência catalã.

O sonho independentista na Catalunha está cada vez mais a perder apoio popular. Os três partidos a favor da independência, que se candidataram às eleições de dezembro, ainda não chegaram a acordo para formar Governo e o antigo presidente da Generalitat (Governo regional) da Catalunha, Carles Puigdemont, assumiu que se fosse hoje não teria suspendido a independência catalã.

Três meses se passaram desde as eleições convocadas pelo Governo espanhol para a região da Catalunha. Embora as eleições tenham dado vitória ao partido de Albert Rivera e Inés Arrimadas, o Cidadãos (C’s), os partidos independentistas levaram a melhor ao conseguirem, em conjunto, a maioria absoluta no Parlamento catalão. Mas até agora o partido Juntos pela Catalunha, o Esquerda Republicana Catalã (ERC) e a Candidatura de Unidade Popular (CUP), ainda não chegaram a acordo.

O impasse político criado na Catalunha está a gerar uma onda de descontentamento entre os cidadãos. De acordo com uma sondagem do Centro de Estudios de Opinión da Catalunha, a percentagem de apoiantes da independência da região rondava os 48,7% em outubro, sendo que os últimos dados, registados em fevereiro, colocam a aprovação da independência em torno dos 40,8%. Quer isto dizer que se verificou uma queda de quase 8% na aprovação de uma Catalunha independente.

O próprio Carles Puigdemont veio este domingo considerar que, se fosse hoje, não teria suspendido a independência da Catalunha. “A 10 de outubro tínhamos previsto proclamar a independência, mas decidi suspender os seus efeitos para deixar aberta uma porta ao diálogo com o Governo espanhol. Foi o que me sugeriu Madrid”, contou Carles Puigdemont, ao jornal suíço “Tribuna de Genebra”. “Lamentavelmente, era uma armadilha, já que não houve nenhuma reação positiva por parte do Governo. Se pudesse voltar atrás não suspenderia a proclamação de independência”.

* Jornal Económico

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