Joana Almeida*
Os três partidos a favor da
independência, que se candidataram às eleições de dezembro, ainda não chegaram
a acordo para formar Governo e o antigo presidente da Generalitat da Catalunha,
Carles Puigdemont, assumiu que se fosse hoje não teria suspendido a
independência catalã.
O sonho independentista na
Catalunha está cada vez mais a perder apoio popular. Os três partidos
a favor da independência, que se candidataram às eleições de dezembro, ainda
não chegaram a acordo para formar Governo e o antigo presidente da Generalitat
(Governo regional) da Catalunha, Carles Puigdemont, assumiu que se fosse hoje
não teria suspendido a independência catalã.
Três meses se passaram desde as
eleições convocadas pelo Governo espanhol para a região da Catalunha. Embora as
eleições tenham dado vitória ao partido de Albert Rivera e Inés Arrimadas,
o Cidadãos (C’s), os partidos independentistas levaram a melhor ao
conseguirem, em conjunto, a maioria absoluta no Parlamento catalão. Mas até
agora o partido Juntos pela Catalunha, o Esquerda Republicana Catalã
(ERC) e a Candidatura de Unidade Popular (CUP), ainda
não chegaram a acordo.
O impasse político criado na
Catalunha está a gerar uma onda de descontentamento entre os cidadãos. De
acordo com uma sondagem do Centro de Estudios de Opinión da Catalunha, a
percentagem de apoiantes da independência da região rondava os 48,7% em
outubro, sendo que os últimos dados, registados em fevereiro, colocam a
aprovação da independência em torno dos 40,8%. Quer isto dizer que se
verificou uma queda de quase 8% na aprovação de uma Catalunha
independente.
O próprio Carles Puigdemont
veio este domingo considerar que, se fosse hoje, não teria suspendido a
independência da Catalunha. “A 10 de outubro tínhamos previsto proclamar a
independência, mas decidi suspender os seus efeitos para deixar aberta uma
porta ao diálogo com o Governo espanhol. Foi o que me sugeriu Madrid”, contou
Carles Puigdemont, ao jornal suíço “Tribuna de Genebra”. “Lamentavelmente, era
uma armadilha, já que não houve nenhuma reação positiva por parte do Governo.
Se pudesse voltar atrás não suspenderia a proclamação de independência”.
* Jornal Económico
Sem comentários:
Enviar um comentário