Presidente da União Nacional dos
Imãs da Guiné-Bissau diz que a classe política guineense precisa chegar a um
entendimento para "tirar o país do marasmo". Guiné-Bissau está sem
governo há mais de 60 dias.
O presidente da União Nacional
dos Imãs da Guiné-Bissau, Bubaca Djalo, pediu este domingo (18.03) à classe
política guineense que chegue a um entendimento para "tirar o país do
marasmo".
Num discurso proferido no âmbito
do 12.ª Ziara, o encontro anual da comunidade islâmica na vila de Mansoa,
Bubacar Djalo pediu "aos responsáveis do país para que tenham pena do
povo" guineense.
"Que este recado chegue à
todos os políticos", disse Djalo a milhares de fiéis, salientando não
estar a fazer política, mas sim a expressar o "sentimento do
povo".
Bubaca Djalo recordou que o país
está há dois meses sem um Governo e os sinais mostram que os políticos do país
continuam sem chegar a um entendimento.
O presidente da associação
salientou que a proximidade da campanha de comercialização da castanha de caju,
principal produto agrícola e de exportação da Guiné-Bissau, exige que se
alcance um entendimento. O líder dos imames guineenses afirmou que "não
pode ter medo de falar o que preocupa o povo".
Impasse
A Guiné-Bissau está sem Governo
há mais de sessenta dias e há quase quatro anos mergulhada numa autêntica
disputa pelo poder. No início do ano, o antigo primeiro-ministro guineense
Umaro Sissoco Embalo apresentou a demissão. O Presidente do país, José Mário
Vaz, nomeou um novo primeiro-ministro, que ainda não apresentou o seu Governo.
Em fevereiro, o Conselho de
Segurança das Nações Unidas lançou um apelo às autoridades da Guiné-Bissau para
que sejam realizadas eleições legislativas e presidenciais, respetivamente em
2018 e 2019. Em resposta, José Mário Vaz anunciou que está a fazer auscultações
a todos os partidos políticos com objetivo de fixar a data para a realização de
eleições legislativas ainda este ano.
A ausência de soluções para a
crise político-institucional na Guiné-Bissau está a deixar a população mais
falida, sem luz e água. Nos últimos meses, algumas ruas e avenidas de Bissau só
têm iluminação pública graças aos postes de luz que funcionam por energia
solar. A maioria das casas e instituições públicas fica o dia inteiro sem
eletricidade.
Agência Lusa, kg | Deutsche Welle
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