Os donos mudaram mas a forma como
o Novo Banco gere os prejuízos não. Para além de pedir um subsídio do
Estado, vai fechar mais 70 balcões, 35 dos quais já este mês, e despedir
400 trabalhadores.
As perdas registadas pelos
bancos nos últimos anos, fruto da imprudência e, nalguns casos,
da má gestão do passado, tiveram como reacção imediata os despedimentos e
o fecho de balcões. De tal forma que, mesmo voltando aos lucros, os bancos continuam
a fazê-lo.
O Novo Banco é um caso à
parte. O estrago da gestão da família Espírito Santo foi tão profundo que,
quase quatro anos depois da falência e da injecção de 4,9 mil milhões de
euros por parte do Estado, continua a dar prejuízo.
O negócio ruinoso para o Estado,
negociado pelo especialista em privatizações Sérgio Monteiro (ex-secretário de
Estado dos Transportes), de entrega do Novo Banco ao fundo abutre Lone
Star, não só não previu o reembolso dos muitos milhares de
milhões de dinheiros públicos lá injectados,
como assumiu para o Estado a factura de parte dos futuros
prejuízos. Este ano, são cerca de 800 milhões de euros que o Estado vai
ter que pagar, via Fundo de Resolução.
Para além disso, a administração
liderada por António Ramalho tem previstas outras
medidas para fazer frente aos maus resultados: despedimentos e fecho
de balcões.
Ramalho afirmou, em entrevista à
SIC Notícias, que o Novo Banco vai encerrar 35 balcões já este
mês, de um total de 70 que devem fechar portas até ao final do ano. Como é habitual
nestes processos, o encerramento de balcões é acompanhado pela saída
de mais de 440 trabalhadores.
O objectivo da
administração é atingir cerca de 5 mil trabalhadores e de 400 balcões.
A 4 de Agosto de 2014, quando foi alvo da medida de resolução, o BES
tinha 674 balcões e 7887 trabalhadores. Até Julho do ano passado, a
redução já tinha atingido 199 balcões e 2181 trabalhadores.
AbrilAbril
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