quarta-feira, 4 de abril de 2018

Portugal – ‘POIA’ PARA OS MAIS CARENCIADOS, A CARIDADEZINHA EM MOVIMENTO


O fosso entre ricos e pobres continua a crescer, quer dizer que há ricos e milhões de pobres. Esses ricos estão cada vez mais ricos, enquanto os pobres estão cada vez mais pobres. Também a caridadezinha cresce, ao ritmo da mentalidade salazarista e deformadoramente jesuíta-cristã (não só), sentem-se bem quando anunciam esmolas que dão em alimentos que estão quase em condições de serem consumidos pelos porcos, ou seja, quase fora de prazo ou até com alguns à mistura mesmo fora de prazo. Já agora, à mistura, uns quase frescos. Tal mentalidade não é surpreendente. Surpreendente seria decretarem que os pornograficamente ricos não deviam ser tanto quanto o são e que ou investiam para proporcionar mais empregos (remunerados com decência) ou o excesso de riqueza era taxado por especial imposto astronómico que reverteria para proporcionar a “cana” aos ditos carenciados em vez do “peixe” (esmola) em vésperas de apodrecer.

Mas não. Nada disso acontece em pleno e se acontece algo quase semelhante deve ser muito confidencial, porque é desconhecido da maior parte dos portugueses.

Argumentariam que assim os pornograficamente ricos recorreriam à fuga de capitais para paraísos fiscais. Omessa! Isso já fazem! E o mal deles é batatas. A impunidade brilha para eles como holofote deslumbrante. Aliás, essa dos paraísos fiscais será assunto para ser devidamente tratado na ONU, por todos os países membros. Todos, não só pelos mais poderosos. Assim se acabaria com os ditos paraísos, que são um crime a somar a outros, cometidos por criminosos detentores de doentias fortunas, por lavagens de dinheiro, por fuga a impostos, etc. São os povos que sofrem com isso.

Trabalharem, serem explorados de tal modo que não saem da pobreza (há estatísticas), enquanto grandes e pós-médios empresários prosperam e acumulam grandes fortunas, não está certo e deve ser encarado e resolvido através de leis protetoras dos que realmente produzem riqueza com o trabalho que desempenham e respetivos lucros, que vão só para a acumulação de fortunas de uma família ou duas, nunca para os que realmente geram a riqueza com o seu trabalho, os que ‘pescam’ mas vêem a 'pesca' ser-lhes sempre roubada… legalmente.

O que nos salta aos olhos e à memória é o grande orgulho das divulgações de que números impressionantes de carenciados receberam isto ou aquilo da caridadezinha. É assim que o programa de “benfeitores”, mais conhecido por “Poia” entre os carenciados e ilhargas - que na realidade e oficialmente tem a sigla POAPMC e a definição completa de Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas – consta em notícia que reproduzimos a seguir, tirada do Jornal de Notícias.

Registe-se que o dito programa é para as pessoas mais carenciadas, pelo menos na definição. É que até parece que existem pessoas carenciadas mas menos que não fazem parte dos requisitos do tal 'Poia' (o batismo e adulteração é interessante e ilustrativo). Ou seja, presumivelmente os menos carenciados não têm direito a nada.

Por estas e outras é possível aquilatar que os regimes mudam mas as mentalidades não. O que mudam são os métodos e a permanente ação psico-social incluída nos órgãos de comunicação social (ou principalmente?).

E vem um governo ou alguém dessas bandas tornar público o que se segue. Um governo dito socialista, progressista-  e mais ‘istas e ismos’ - encafuado num esquema que protege a alta finança e dá esmolas aos mais carenciados para que assim continuem… ou morram – porque nada vão ter nesta vida a não ser a miséria. De pobres não sairão a não ser para o caixão pago pela segurança social ou qualquer das santas casas misericordiosas que abundam pelo país, essas tampões para a revolta dos que deviam também ser cidadãos de plenos direitos mas que não são porque os governos assim têm ditado. Isto, após terem passado 44 anos do 25 de Abril de 1974. Após milhentas promessas, muitos roubos e muita corrupção impunes.

Mau, estão mesmo a brincar connosco. Percebe-se isso muito bem quando divulgam estes números sobre as “boas ações”… Triste. Revoltante. Haverá os que ao lerem a notícia que se segue não pensarão nem terão a mesma opinião atrás exposta? Haverá. Até mesmo entre os ditos mais carenciados. A ‘coisa’ está tão enraizada… (MM | PG)

Cerca de 1900 toneladas de alimentos distribuídas a 52 mil carenciados

Perto de 1900 toneladas de alimentos foram distribuídas a mais de 52 mil pessoas carenciadas entre outubro e fevereiro, ao abrigo do Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas (POAPMC).

"Nós previmos que fossem apoiados neste programa cerca de 60 mil destinatários", mas "estão identificados cerca de 64 mil" e 52.979 estão a receber alimentos todos os meses, disse a secretária de Estado da Segurança Social, Cláudia Joaquim, na Comissão do Trabalho e da Segurança Social.

Segundo Cláudia Joaquim, os restantes destinatários que foram sinalizados estarão a receber o cabaz alimentar dentro de "um mês, dois no máximo".

Entre outubro de 2017 e fevereiro de 2018 foram distribuídas 1857 toneladas de alimentos em 134 territórios do país.

A distribuição realizada em fevereiro integrou 15 produtos de um cabaz alimentar, com uma média de 24 quilos de alimentos, que é distribuído mensalmente por beneficiário.

A questão dos cabazes alimentares foi levantada pela deputada do PS Carla Tavares e pelo deputado do CDS-PP, António Carlos Monteiro, que criticou o "fiasco da execução" do programa, considerando que "revela uma completa insensibilidade social e o fiasco da execução".

Em resposta ao deputado do CDS-PP, a governante disse que "a execução do programa se vê pelos alimentos que chegam às pessoas em cada momento".

"Em 2014/2015, no anterior Governo", era distribuída uma média de 1,5 quilos de alimentos por mês aos beneficiários e hoje são 24 quilos, elucidou.

"A diferença deste modelo é que foi desenhado um cabaz de alimentos equilibrado nutricionalmente, com a colaboração da Direção-Geral da Saúde, que está a ser distribuído mensalmente e não apenas um cabaz de Natal, que era o que acontecia anteriormente", sustentou.

As pessoas mais carenciadas necessitam de alimentos "todos os anos, todos os meses e todos os dias e não apenas na altura do Natal", rematou Cláudia Joaquim.

Os destinatários dos cabazes alimentares foram identificados pelas instituições de solidariedade social e a sua elegibilidade foi confirmada pela Segurança Social.

Este modelo de apoio alimentar visa apoiar duplamente as famílias mais carenciadas, através do fornecimento de alimentos nutricionalmente adequados e capacitando as famílias para melhor gerirem os alimentos que recebem ou adquirem diariamente.

O modelo de execução do programa no país assenta numa rede de 135 parcerias distribuídas por todo o território, que integram mais de 600 entidades com a responsabilidade de armazenar os alimentos destinados ao território onde atuam e de proceder à sua distribuição pelas pessoas carenciadas.

Os cabazes alimentares integram na sua composição carne, peixe e legumes congelados, com o objetivo de cobrir as necessidades nutricionais diárias em 50%.

Segundo o último Inquérito às Condições de Vida e Rendimento do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2016 a taxa de risco de pobreza atingia 18,3% da população.

Jornal de Notícias

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