O fosso entre ricos e pobres
continua a crescer, quer dizer que há ricos e milhões de pobres. Esses ricos
estão cada vez mais ricos, enquanto os pobres estão cada vez mais pobres. Também
a caridadezinha cresce, ao ritmo da mentalidade salazarista e deformadoramente jesuíta-cristã
(não só), sentem-se bem quando anunciam esmolas que dão em alimentos que estão
quase em condições de serem consumidos pelos porcos, ou seja, quase fora de
prazo ou até com alguns à mistura mesmo fora de prazo. Já agora, à mistura, uns quase frescos. Tal mentalidade não é
surpreendente. Surpreendente seria decretarem que os pornograficamente ricos não
deviam ser tanto quanto o são e que ou investiam para proporcionar mais
empregos (remunerados com decência) ou o excesso de riqueza era taxado por especial
imposto astronómico que reverteria para proporcionar a “cana” aos ditos
carenciados em vez do “peixe” (esmola) em vésperas de apodrecer.
Mas não. Nada disso acontece em
pleno e se acontece algo quase semelhante deve ser muito confidencial, porque é
desconhecido da maior parte dos portugueses.
Argumentariam que assim os
pornograficamente ricos recorreriam à fuga de capitais para paraísos fiscais. Omessa!
Isso já fazem! E o mal deles é batatas. A impunidade brilha para eles como
holofote deslumbrante. Aliás, essa dos paraísos fiscais será assunto para ser
devidamente tratado na ONU, por todos os países membros. Todos, não só pelos
mais poderosos. Assim se acabaria com os ditos paraísos, que são um crime a
somar a outros, cometidos por criminosos detentores de doentias fortunas, por lavagens de
dinheiro, por fuga a impostos, etc. São os povos que sofrem com isso.
Trabalharem, serem explorados de
tal modo que não saem da pobreza (há estatísticas), enquanto grandes e pós-médios
empresários prosperam e acumulam grandes fortunas, não está certo e deve ser
encarado e resolvido através de leis protetoras dos que realmente produzem
riqueza com o trabalho que desempenham e respetivos lucros, que vão só para a
acumulação de fortunas de uma família ou duas, nunca para os que realmente geram
a riqueza com o seu trabalho, os que ‘pescam’ mas vêem a 'pesca' ser-lhes sempre roubada…
legalmente.
O que nos salta aos olhos e à memória
é o grande orgulho das divulgações de que números impressionantes de carenciados
receberam isto ou aquilo da caridadezinha. É assim que o programa de “benfeitores”,
mais conhecido por “Poia” entre os carenciados e ilhargas - que na realidade e
oficialmente tem a sigla POAPMC e a definição completa de Programa Operacional
de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas – consta em notícia que reproduzimos a seguir, tirada do Jornal de Notícias.
Registe-se que o dito programa é
para as pessoas mais carenciadas, pelo menos na definição. É que até parece que
existem pessoas carenciadas mas menos que não fazem parte dos requisitos do tal 'Poia' (o batismo e adulteração é interessante e ilustrativo). Ou seja,
presumivelmente os menos carenciados não têm direito a nada.
Por estas e outras é possível aquilatar
que os regimes mudam mas as mentalidades não. O que mudam são os métodos e a
permanente ação psico-social incluída nos órgãos de comunicação social (ou
principalmente?).
E vem um governo ou alguém dessas
bandas tornar público o que se segue. Um governo dito socialista, progressista- e mais ‘istas e ismos’ - encafuado num esquema que protege a alta finança e dá
esmolas aos mais carenciados para que assim continuem… ou morram –
porque nada vão ter nesta vida a não ser a miséria. De pobres não sairão a não
ser para o caixão pago pela segurança social ou qualquer das santas casas misericordiosas
que abundam pelo país, essas tampões para a revolta dos que deviam também ser cidadãos
de plenos direitos mas que não são porque os governos assim têm ditado. Isto,
após terem passado 44 anos do 25 de Abril de 1974. Após milhentas promessas, muitos roubos e muita corrupção impunes.
Mau, estão mesmo a brincar
connosco. Percebe-se isso muito bem quando divulgam estes números sobre as “boas
ações”… Triste. Revoltante. Haverá os que ao lerem a notícia que se segue não
pensarão nem terão a mesma opinião atrás exposta? Haverá. Até mesmo entre os
ditos mais carenciados. A ‘coisa’ está tão enraizada… (MM | PG)
Cerca de 1900 toneladas de
alimentos distribuídas a 52 mil carenciados
Perto de 1900 toneladas de
alimentos foram distribuídas a mais de 52 mil pessoas carenciadas entre outubro
e fevereiro, ao abrigo do Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais
Carenciadas (POAPMC).
"Nós previmos que fossem
apoiados neste programa cerca de 60 mil destinatários", mas "estão
identificados cerca de 64 mil" e 52.979 estão a receber alimentos todos os
meses, disse a secretária de Estado da Segurança Social, Cláudia Joaquim, na
Comissão do Trabalho e da Segurança Social.
Segundo Cláudia Joaquim, os
restantes destinatários que foram sinalizados estarão a receber o cabaz
alimentar dentro de "um mês, dois no máximo".
Entre outubro de 2017 e fevereiro
de 2018 foram distribuídas 1857 toneladas de alimentos em 134 territórios do
país.
A distribuição realizada em
fevereiro integrou 15 produtos de um cabaz alimentar, com uma média de 24
quilos de alimentos, que é distribuído mensalmente por beneficiário.
A questão dos cabazes alimentares
foi levantada pela deputada do PS Carla Tavares e pelo deputado do CDS-PP,
António Carlos Monteiro, que criticou o "fiasco da execução" do
programa, considerando que "revela uma completa insensibilidade social e o
fiasco da execução".
Em resposta ao deputado do
CDS-PP, a governante disse que "a execução do programa se vê pelos
alimentos que chegam às pessoas em cada momento".
"Em 2014/2015, no anterior
Governo", era distribuída uma média de 1,5 quilos de alimentos por mês aos
beneficiários e hoje são 24 quilos, elucidou.
"A diferença deste modelo é
que foi desenhado um cabaz de alimentos equilibrado nutricionalmente, com a
colaboração da Direção-Geral da Saúde, que está a ser distribuído mensalmente e
não apenas um cabaz de Natal, que era o que acontecia anteriormente",
sustentou.
As pessoas mais carenciadas
necessitam de alimentos "todos os anos, todos os meses e todos os dias e
não apenas na altura do Natal", rematou Cláudia Joaquim.
Os destinatários dos cabazes
alimentares foram identificados pelas instituições de solidariedade social e a
sua elegibilidade foi confirmada pela Segurança Social.
Este modelo de apoio alimentar
visa apoiar duplamente as famílias mais carenciadas, através do fornecimento de
alimentos nutricionalmente adequados e capacitando as famílias para melhor
gerirem os alimentos que recebem ou adquirem diariamente.
O modelo de execução do programa
no país assenta numa rede de 135 parcerias distribuídas por todo o território,
que integram mais de 600 entidades com a responsabilidade de armazenar os
alimentos destinados ao território onde atuam e de proceder à sua distribuição pelas
pessoas carenciadas.
Os cabazes alimentares integram
na sua composição carne, peixe e legumes congelados, com o objetivo de cobrir
as necessidades nutricionais diárias em 50%.
Segundo o último Inquérito às
Condições de Vida e Rendimento do Instituto Nacional de Estatística (INE), em
2016 a taxa de risco de pobreza atingia 18,3% da população.
Jornal de Notícias
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