Díli, 14 abr (Lusa) - As eleições
legislativas antecipadas de 12 de maio em Timor-Leste têm o maior número de
eleitores recenseados de sempre, com quase mais 23 mil do que nas eleições do
ano passado, segundo dados divulgados pelas autoridades eleitorais.
O valor final, depois de
confirmados os novos registos e retirados dos cadernos mais de 2.600 nomes, foi
divulgado pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) e
publicado no Jornal da República.
No total, estão recenseados para
votar 787.761 eleitores, mais 22.903 do que os que estavam habilitados a votar
nas eleições legislativas de 22 de julho do ano passado, o que representa um
aumento de cerca de 3%.
O aumento foi ainda maior na
diáspora onde o número de eleitores recenseados quase triplicou, aumentando de
2.125 nas eleições de 2017 para 6.263 este ano.
Ainda que tenha aumentado em
todos os círculos da diáspora, o recenseamento cresceu significativamente no
Reino Unido, onde passou de apenas 208 para 3.414, motivo pelo qual as duas
maiores forças políticas, Fretilin e AMP, já fizeram campanha junto da
comunidade timorense ali radicada.
De sublinhar que a quase
totalidade dos timorenses a viver no Reino Unido estão no país com passaporte
português.
Ainda significativo foi o aumento
na Austrália (de 1.101 para 1.532) e na Coreia do Sul, onde duplicou de 224
para 537, tendo em Portugal aumentado de 589 para 780 eleitores.
Recorde-se que no ano passado a
taxa de participação foi de 76,74% o que, a manter-se este ano, implicaria um
total de votantes de cerca de 604.500. Com uma taxa idêntica de votos válidos
(foi de 97,28% em 2017), o número de votos contabilizados rondaria os 588 mil.
Este valor é importante já que a
lei determina que para eleger deputados uma força política terá que obter no mínimo
4% dos votos válidos o que, neste cenário, equivaleria a cerca de 23.250.
No que se refere aos centros de
votação, a nível nacional vão ser instalados um total de 1151 estações de voto
dividas por 876 centros de votação que, por sua vez, vão ser instalados nos 452
sucos (equivalente a freguesias) do país.
No voto do ano passado foram
instaladas 1.121 estações de voto divididas por 859 centros de votação para as
legislativas de 22 de julho, dos quais pelo menos sete funcionarão no
estrangeiro, na Austrália, Coreia do Sul, Portugal e Reino Unido.
Na diáspora vão ser instalados
nove centros de votação. Na Austrália, onde estão recenseados 1.532 eleitores,
vão ser habilitados três locais para votar - Darwin, Melbourne e Sydney - e na
Coreia do Sul os 537 eleitores recenseados terão um centro de votação em Seoul.
Em Portugal - onde há recenseados
1.286 eleitores - haverá dois centros (Lisboa e Porto) e no Reino Unido os
2.128 eleitores podem votar em Dungannon, Londres e Oxford.
O município de Díli tem o maior
número de eleitores (mais de 168 mil), seguindo-se Baucau, na zona leste do
país (89.346), Ermera (79.433), a sul de Díli e Bobonaro (65.778), que em
conjunto representam mais de metade de todo o eleitorado.
As regiões com menos eleitores
são Aileu (31.287) e Manatuto (32.228).
Comoro, uma zona na parte
ocidental da capital timorense, é o suco com mais eleitores recenseados
(28.146) e Foholau, no posto administrativo de Turiscai, município de Manufahi,
o que tem menos eleitores registados, apenas 252.
A campanha para as eleições, que
começou a 10 de abril, decorre até 09 de maio antes de dois dias de reflexão e
da votação a que se candidatam oito partidos e coligações, o menor número de
sempre.
ASP // PMC
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