Comissão Nacional de Eleições
espera registar mais eleitores do que no pleito anterior. Jovens guineenses
ficaram contentes com a novidade, embora duvidem que as eleições tragam
mudanças.
Faltam seis meses para as
eleições legislativas na Guiné-Bissau, e a Comissão Nacional de Eleições (CNE)
prevê começar a fazer o recenseamento eleitoral em julho.
Segundo o presidente da CNE, José
Pedro Sambú, o recenseamento durará até ao final de agosto - ou seja, terá
menos um mês do que o previsto por lei, de acordo com Sambú, para que as
eleições se realizem a tempo e horas. Mesmo assim, o responsável espera
registar mais eleitores do que nas eleições passadas.
"No último recenseamento
eleitoral, realizado em 2014, tivemos 775.805 eleitores e a estimativa que se
fez é no sentido de atingirmos um milhão de eleitores", afirmou esta
segunda-feira (21.05).
Em entrevista à DW África, vários
jovens mostraram-se satisfeitos com o anúncio do início do recenseamento,
embora não acreditem que as eleições, por si só, resolvam a instabilidade
política no país.
"As eleições futuras não vão
trazer novidades, porque serão os mesmos políticos a candidatar-se. E quem sabe
se esses políticos terão a capacidade de mudar as suas políticas e a sua forma
de pensar", disse uma jovem.
Atmosfera de pré-campanha
A Guiné-Bissau realiza eleições
legislativas a 18 de novembro, depois de uma grave crise política que
paralisou o país durante três anos.
Ainda assim, já se vive uma
atmosfera de pré-campanha eleitoral por parte dos partidos políticos: tem
havido congressos, comícios populares, a inauguração de sedes de campanha e a
entrada de novos militantes.
Sobre as próximas eleições, o
presidente da Comissão Nacional de Eleições, José Pedro Sambú, frisou, no
entanto, que a Guiné-Bissau ainda vive momentos de alguma crispação política e
que é preciso "serenar os ânimos" para que o próximo Governo possa
"trabalhar em prol do desenvolvimento" do país.
À espera de financiamento
O secretário de Estado das
Comunidades da Guiné-Bissau, Queba Banjai, referiu esta segunda-feira que quer
mais guineenses na diáspora a votar nas eleições previstas para 18 de novembro,
porque há cada vez mais cidadãos emigrados.
Na Guiné-Bissau, as eleições
legislativas elegem deputados pelo círculo de África e círculo da Europa, mas
não estão incluídos todos os países. Pelo círculo da Europa, só podem votar os
guineenses a viver em Portugal, Espanha e França, mas o secretário de Estado
quer alargar o direito de voto aos eleitores guineenses na Alemanha e
Inglaterra. No círculo de África, Banjai quer alargar o voto aos compatriotas a
viver na Mauritânia e em Angola.
"No nosso entender, seria
uma oportunidade perdida do Governo não contemplar a maioria dos guineenses que
vivem na diáspora".
Entretanto, sobre os 7,8 milhões
de dólares necessários para organizar as eleições legislativas, o
primeiro-ministro Aristides Gomes disse que os parceiros ainda não
desembolsaram as verbas.
"Nós demos uma participação
financeira de perto de 2 milhões de euros que vai ser gerida pelo PNUD
[Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento]. Os outros parceiros
comprometeram-se, mas não houve desembolso e estamos a discutir com a
comunidade internacional sobre o processo de financiamento das eleições",
afirmou Gomes.
Uma comitiva governamental deverá
iniciar um périplo por países da sub-região para pedir apoios para que as
eleições possam ter lugar a 18 de novembro de 2018.
Braima Darame (Bissau), Agência
Lusa | em Deutsche Welle
Sem comentários:
Enviar um comentário