Ana Alexandra Gonçalves* | opinião
António Arnaut, fundador do
Partido Socialista, faleceu ontem (21.05). Todas as homenagens são justas.
Aquele que ficou conhecido por
pai do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que manifestava não apreciar o epíteto
foi sobretudo um humanista. Na verdade já se sente a falta de quem apregoou o
humanismo e o sentido de justiça. Arnaut não apreciava o epíteto, mas a verdade
é que lhe devemos muito.
O SNS anda pelas ruas da amargura
e a melhor homenagem que se pode prestar ao fundador do Partido Socialista é
lutar para que o SNS saía deste caminho deplorável que tem vindo a percorrer,
sobretudo na última década, com a degradação dos serviços e com o frequente
desrespeito pelos profissionais de saúde.
António Arnaut não apreciava que
o considerassem pai do SNS e é bem verdade que todos somos responsáveis pelo
estado da Saúde pública em Portugal; todos devemos estar empenhados em lembrar
aos de hoje que vergar-se perante as instituições europeias já não é opção e
culpar os de ontem pelo estado do SNS também tem deixar de o ser.
A António Arnaut devemos muito e
todas as homenagens serão justas, lembrando o humanista, mas sobretudo
lembrando a importância de intensificar a luta por um SNS digno.
*Ana Alexandra Gonçalves |
Triunfo da Razão
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