Até o Vaticano denuncia as
malfeitorias do capital financeiro ! O documento agora distribuído pela Santa
Sé intitula-se "Considerações para um discernimento ético sobre alguns
aspectos do atual sistema econômico-financeiro" e é subscrito por
dois dos seus departamentos.
Nele se constata que "aumentaram as
desigualdades entre os vários Países e ao interno dos mesmos. Além disto
continua a ser ingente o número de pessoas que vivem em condições de extrema
pobreza" (sic). Depois de condenar a utilização de derivativos como os
Credit Default Swaps (CDS) que causam "substanciais danos para inteiros
países e milhões de famílias", o Vaticano propõe "uma nova
regulamentação da atividade financeira, neutralizando os aspectos predatórios e
especulativos, e valorizando o serviço à economia real" (sic).
Além disso
faz uma condenação dos administradores que realizam "políticas econômicas
voltadas não a incrementar a saúde econômica das empresas que serviam, mas as
meras vantagens dos acionistas (shareholders), prejudicando assim aos
legítimos interesses dos quais são portadores todos aqueles que com o trabalho
e os serviços operam em vantagem da empresa mesma, e também os consumidores e
as várias comunidades locais (stakeholders) " (sic).
Como se verifica, a fase da financiarização do capitalismo ganha uma condenação cada vez mais universal. Mas muitos, como o Vaticano, não querem a superação do capitalismo e sim andar para trás no tempo – para uma fase anterior à sua financiarização. No entanto, o parasitismo financeiro e a explosão do volume de capital fictício foram uma fuga à crise sistémica do capitalismo. Por isso, vãs tentativas de voltar para trás estão fadadas ao fracasso.
Sem comentários:
Enviar um comentário