Dezenas de milhares de
professores e educadores de todo o País vieram este sábado até Lisboa, para
participar na manifestação nacional, em que exigem a contagem de todo o tempo
de serviço congelado.
Do Marquês de Pombal até ao
Rossio, dezenas de milhares de professores e educadores responderam ao
apelo da frente sindical e marcharam em Lisboa para «exigir respeito» do
Governo, a quem acusam de não honrar a sua palavra.
A manifestação nacional foi convocada por
uma ampla frente de dez estruturas sindicais, entre as quais a
Federação Nacional de Professores (Fenprof/CGTP-IN e a Federação Nacional da
Educação (FNE/UGT).
Entre as muitas bandeiras e
placartas com emojis zangados, «9A-4M-2D» é a uma das mensagens replicada
em cartazes, folhetos e t-shirts, referindo-se aos nove anos, quatro meses e
dois dias de serviço congelado que os professores exigem que seja
contabilizado.
Em causa está a
intransigência do Governo e a sua intenção em apagar cerca de 70% do
tempo de serviço congelado, insistindo nos dois anos e dez meses, uma
perda que, para os professores, é «inaceitável». Estes exigem a contagem dos
mais de nove anos, de forma faseada, seguindo a resolução aprovada na
Assembleia da República, que recomenda a contabilização de todo o tempo de
serviço congelado nas carreiras da Administração Pública, inclusive
previsto no Orçamento do Estado para 2018.
Outros motivos são os
carregados horários de trabalho, que não cumprem a duração legal
semanal e infligem «grande desgaste» sobre os docentes, o acelerado
envelhecimento dos professores e a ausência de medidas por parte do
Ministério para contrariar os efeitos, tal como discutir a
aposentação e os elevados níveis de precariedade nas escolas.
Os professores exigem um
regime especial de aposentação, ao fim de 36 anos de serviço, uma revisão dos
horários de trabalho no que diz respeito ao que é considerado componente
lectiva e não lectiva e medidas que combatam o desgaste físico e
psicológico causado pela profissão.
Caso o governo não ouça as
reivindicações, os sindicatos admitem a realização de uma greve em época de
provas nacionais, como disse à Lusa o secretário-geral da Fenprof,
Mário Nogueira, em vésperas da manifestação.
AbrilAbril com Agência Lusa
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