sábado, 9 de junho de 2018

CÚPULA DO G7: MUITO RUÍDO E POUCOS RESULTADOS


A 44ª Cúpula do G7 entra neste sábado (9) em seu segundo e último dia, depois de um início na cidade turística canadense de La Malbaie, em que se ouvia muito ruído, mas até agora com poucos resultados.

247, com Prensa Latina - Os líderes do G7 reunidos no hotel Fairmont Le Manoir Richelieu conduziram o encontro sem abordar os temas mais complicados, pois são demasiadas as tensões geradas pelo crescente protecionismo dos Estados Unidos em detrimento de seus históricos parceiros.

Segundo observadores que se encontram no local, as piores previsões de um enfrentamento aberto se mitigaram momentaneamente depois de um almoço de trabalho e a chamada foto de família com os quais começou o encontro de alto nível.

Durante a jornada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teve seu encontro bilateral com o anfitrião, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, e conversou com o presidente francês, Emmanuel Macron.

Apenas 24 horas antes, na rede social Twitter, Trump, tinha atacado os dois líderes: "Digam ao primeiro-ministro Trudeau e ao presidente Macron que estão cobrando tarifas alfandegárias altas aos Estados Unidos e criando barreiras monetárias. O superávit comercial da União Europeia com os Estados Unidos é de 151 bilhões de dólares (...) Espero vê-los amanhã".

Para os observadores, o ambiente mais calmo se instalou porque na sexta-feira (8), falou-se de perspectivas econômicas e inteligência artificial, sem tocar em aspectos como o comércio ou as mudanças climáticas que são temas considerados explosivos.

Neste sábado, os chefes de Estado e governo vão debater sobre as relações comerciais, tema que deixa Trump isolado dos seus parceiros da União Europeia, Canadá e Japão.

Mas o governante republicano não verá o fim da reunião, porque avisou que sairá antes.

Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Japão integram o grupo cujo peso econômico representa cerca de 64 por cento da riqueza mundial.

Alguns antecipam que está sendo feita uma tentativa de consenso em torno de uma declaração final assinada pelos sete líderes (Angela Merkel, da Alemanha, Justin Trudeau, do Canadá, Donald Trump, dos Estados Unidos, Emmanuel Macron, da França, Giuseppe Conte, da Itália, Shinzo Abe, do Japão e Theresa May, do Reino Unido).

Contudo, é difícil alcançar o consenso se o chefe da Casa Branca abandonou o acordo de Paris porque nunca acreditou na mudança climática; saiu do pacto sobre o programa nuclear iraniano e acaba de entrar em guerra comercial devido às fortes tarifas alfandegárias sobre as exportações de aço e alumínio dos seus aliados.

Como quem deixa uma janela aberta, Macron sublinhou na quinta-feira que a cúpula "ao menos reforçará os acordos entre os seis", em alusão ao bloco sem Washington, caso ao final, em matéria de declaração final surja um cenário de G6+1 em vez de G7.

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