O novo representante da ONU em
Bissau afirmou que a comunidade internacional pode aumentar os apoios
financeiros para a realização das legislativas se a data do escrutínio for
mantida a 18 de novembro.
O novo representante do
secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, o brasileiro José Viegas
Filho, anunciou este sábado (23.06) a mobilização internacional para apoiar
financeiramente as eleições legislativas, previstas para 18 de novembro, caso
seja mantida a data da votação.
"Quando ganharmos suficiente
demonstração de firmeza por parte dos partidos políticos, por parte das
instituições deste país, o dinheiro certamente chegará para que nós tenhamos as
eleições realizadas", defendeu Viegas Filho, que disse sentir "uma
conjuntura favorável” em relação ao país.
José Viegas Filho observou que
"o problema do momento" são os equipamentos de registo de eleitores
para os quais, disse, já existem contribuições da ONU, de países e de
instituições internacionais. O diplomata afirmou ter confiança de que se for
necessário os apoios serão aumentados nesse sentido.
O representante sublinhou
igualmente ser "urgente encaminhar" o processo eleitoral e ainda uma
demonstração de determinação das autoridades guineenses, da própria ONU e da
comunidade internacional na vontade de realização de eleições legislativas na
data prevista.
Condições
Com as eleições realizadas em
novembro e com a estabilidade política recuperada, Viegas Filho acredita que
estarão criadas todas as condições para que a Guiné-Bissau volte a receber, da
comunidade internacional, uma nova ajuda financeira, "talvez tão
intensa" como aquela anunciada, mas ainda não disponibilizada, no âmbito
do programa Terra Ranka, disse.
Numa mesa redonda em março de
2015, realizada na Bélgica, a comunidade internacional prometeu 1,5 mil milhões
dólares para financiar o programa de desenvolvimento da Guiné-Bissau, Terra
Ranka.
Viegas Filho avisou que as
esperanças atuais em relação às eleições legislativas, previstas para 18 de
novembro, não podem ser defraudadas. "Se estas esperanças não se
confirmarem, em novembro, será extremamente difícil para mim, provocar um apoio
da comunidade internacional em favor deste país", declarou o diplomata da
ONU.
"Ambiente favorável para o
combate às drogas"
Além de falar sobre as eleições
guineenses, José Viegas Filho também defendeu que na Guiné-Bissau há condições
favoráveis para o combate ao tráfico de droga e salientou que este crime
"é um problema mundial, extremamente difícil" de combater, mas que no
caso guineense talvez haja esperança.
"Eu acredito que o facto de
a Guiné-Bissau ser um país relativamente pequeno, uma população relativamente
pequena e ser um país de trânsito, muito mais do que um país do consumo, possam
existir mais condições favoráveis para um efetivo combate ao tráfico",
considerou Viegas Filho, que ainda não se reuniu com o representante da agência
da ONU para a Droga e o Crime Organizado (ONUDC) para o país.
Mas, das descrições telefónicas
que tem recebido do encarregado da ONUDC para Guiné-Bissau, mas residente no
Senegal, há esforços a serem feitos, notou Viegas Filho.
Lusa | Deutsche Welle
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