No Mundial2018, na Rússia,
Portugal defronta hoje o Uruguai. O encontro está marcado para as 19 horas em
Lisboa, as diferenças horárias serão ditadas geograficamente pelos fusos horários.
É uma questão de fazerem contas… como diria António Guterres.
A propósito da seleção portuguesa
e da disputa de hoje com o Uruguai falou Fernando Santos, o selecionador
português. É o que trazemos ao PG num artigo publicado no Observador da autoria
de Bruno Roseiro.
Acreditamos que Portugal vai vencer o Uruguai. Depois é uma questão de fazer contas, como diria o outro. (PG)
Acreditamos que Portugal vai vencer o Uruguai. Depois é uma questão de fazer contas, como diria o outro. (PG)
Fernando Santos perdeu um café e
riu-se de Trump sobre Ronaldo: “Agora ou se ganha ou não se ganha e eu quero
ganhar”
Fernando Santos vê um Portugal
mais consistente, elogia qualidade do Uruguai mas acredita na passagem aos
quartos, numa conferência que lhe custou um café mas ainda valeu uma forte
gargalhada.
E à quinta pergunta, um café por
pagar. Depois de ter falado Adrien, Fernando Santos analisara também o encontro
deste sábado com o Uruguai, num dos duelos mais aguardados dos oitavos de final
e num dia que vai arrancar com um França-Argentina. Até aí, tinha deixado uma
visão mais geral, falara de William Carvalho e comentara a série de 17 jogos
sem perder em fases finais de grandes provas, contando com Campeonato da
Europa, Taça das Confederações e Mundial. Depois, a questão da praxe: Portugal
está dependente do que conseguirá fazer Cristiano Ronaldo em mais este jogo,
desta vez a eliminar?
“Já tenho de pagar mais um café”,
atirou para o assessor da Federação, Onofre Costa. “Nós tínhamos falado antes e
ele tinha dito que me fariam essa pergunta, eu disse que desta vez não. Lá vou
ter de pagar mais um café”, explicou entre sorrisos antes de repetir a resposta
que tem dado sempre: “Percebo a pergunta, respeito mas todas as equipas
estão sempre dependentes dos melhores jogadores e connosco é assim porque
temos aquele que considero ser o melhor do mundo. Também se pode perguntar a
mesma coisa ao treinador do Uruguai, que tem Suárez ou Cavani. Os melhores são
sempre influentes”.
Mais à frente, com o tema a ser
abordado de outra forma (“Tratando-se de um jogo a eliminar, o Cristiano vai
estar mais empolgado?”, a resposta acabou por prolongar a mesma linha de
raciocínio. “Se o Cristiano jogar sozinho, Portugal vai perder. Temos de ser
tão fortes como a fortíssima equipa do Uruguai porque mesmo quando ele marca
três golos num jogo tem de haver uma equipa como suporte. Se olharmos para os
jogadores que têm jogado no nosso adversário, temos dois do Atl. Madrid, um do
Inter, um da Juventus, na frente um do PSG e outro do Barcelona, ou seja, três
que foram campeões nos seus países… São duas grandes equipas, mas também é
verdade que, quando se anulam, as diferenças são feitas pelas
individualidades, mas apenas porque existe esse suporte da equipa”,
destacou, já depois de ter olhado para o Uruguai também como um todo.
“A maior virtude do Uruguai é a
própria equipa do Uruguai.Tem uma equipa comandada pelo mesmo treinador há 12
anos, que é muito experiente, uma equipa fortíssima, com jogadores que
conhecemos e reconhecemos. É certo que em 2018 não sofreu nenhum golo mas é
muito forte nos vários setores. É complicado encontrar fraquezas porque é muito
homogénea nos cinco momentos do jogo e procurámos estudar bem o adversário
porque dentro dessa fortaleza há sempre alguma coisa que tentaremos explorar.
Preparámos bem o jogo, o adversário e aquilo que temos de fazer”, frisou Fernando
Santos, o engenheiro para quem é igual a formação em termos académicos:
“Influência no futebol? Acabei o curso com 22 anos, aos 15 ou 16 já jogava
futebol…”.
Deixando ainda a dúvida em
relação à utilização de William Carvalho (“Teremos de ver mais umas horas,
nisto umas horas são importantes”), e passando por cima de uma pergunta (que
também teve logo uma espécie de aviso prévio para não levar a questão muito a
sério) sobre o comentário de Trump para o Presidente da República, Marcelo
Rebelo de Sousa, sobre se achava possível Cristiano Ronaldo candidatar-se ao
seu cargo — “Só vi o nosso Presidente quando cá esteve connosco, depois
disso não tive oportunidade de falar com ele… Desculpe, sobre isso não vou
falar”, atirou depois de ter soltado uma gargalhada em uníssono com o resto da
sala —, o selecionador nacional relativizou ainda o atual registo de
jogos sem perder da Seleção mas mostrou confiança em avançar na prova apesar do
poderio dos sul-americanos.
“Acreditamos que podemos passar,
assim como eles também acham que chegou a hora deles. Pela história, nós fomos
campeões da Europa, eles já foram duas vezes campeões do mundo… São números que
valem o que valem, o que interessa é o que se vai passar no jogo, tenha quanto
tempo tiver. É preciso lutar e trabalhar muito, colocando em campo as nossas
capacidades e qualidades. Mas estamos com grande confiança, tendo sempre,
obviamente, grande respeito pelo adversário. Portugal quer muito, os jogadores
querem muito chegar aos quartos e é em campo que tentaremos fazer a diferença
num jogo diferente da fase de grupos porque, amanhã, não vale pontos — agora
ou se ganha ou não se ganha e eu quero ganhar”, referiu.
“O que mudou depois de ter
chegado? Termos ganho! Portugal sempre teve grandes seleções e jogadores, já
tinha ido a uma final do Europeu, esteve em duas meias-finais do Mundial, não
logrou vencer mas o futebol tem isso. O que foi importante foi ganhar. Há
sempre alguma coisa que muda, mas é reflexo dos jogadores e do que conseguiram
fazer em campo. Aqui, penso que Portugal tem crescido, tenho essa confiança que
sim. Os jogadores encontram-se durante o ano dois ou três dias e acrescentando
mais jogos e treinos é normal que a equipa vá ficando melhor em termos
coletivos. Isto depois de termos calhado no grupo talvez mais difícil, que
foi muito apertado e que um dos principais favoritos também sentiu isso mesmo”,
concluiu, numa conferência onde pediu ainda para todos os portugueses cantarem
o hino de mãos dadas para criar uma corrente para os quartos.
Bruno Roseiro | Observador - Enviado
especial do Observador à Rússia (em Sochi) | Foto Paulo Novais/Lusa
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