O governo santomense chefiado
por Patríce Trovoada tem sido protagonista de peripécias que vêm
instabilizando o país e as instituições. A contestação aos seus métodos antidemocráticos sobe de tom a cada "pazada" que o seu regime dá na democracia. Talvez inspirado pelo vizinho Obiang, da Guiné Equatorial.
Talvez o mais flagrante nos últimos
tempos tenha sido no setor da justiça e da legalidade democrática. Antes, outros
atos da responsabilidade de Patrice Trovoada, primeiro-ministro, têm sido razão
de notícia e de agitação social e política.
A intimidação prevalece a par da
instabilidade e controlo inusitado dos cidadãos, mais particularmente dos de
partidos opositores ao governo de Patrice Trovoada. Exatamente por isso
dirigentes do Partido da Convergência Democrática (PDC) fazem notar uma estranha
visita espiã de um drone na sua própria casa. Repetição de outros casos semelhantes. É o que se segue em publicação de
Téla Nón. (PG)
Carta às Autoridades Nacionais
(Governo, Ministério Público,
Polícia Nacional, etc)
Tendo em conta alguns
acontecimentos estranhos que vêm tendo lugar em S. Tomé e Príncipe, nos últimos
tempos, decidi quebrar o silêncio…
No dia 23 do passado mês de Maio
entre as 19 e as 20 horas vi, mais uma vez, passar um drone na zona
da minha residência, nos arredores da cidade capital. Essa passagem
tornou-se notícia especial porque o drone, subitamente, entrou
no “espaço aéreo” do meu quintal, baixou de tal modo de altitude que cheguei a
acreditar que o aparelho iria cair; no entanto não, manteve-se durante um
“bom tempo” a poucos metros do solo, friso bem, dentro do quintal da minha
residência. Tal como entrara, quando se “sentiu saciado com a visita”, subitamente,
voltou a partir, sobrevoando a casa e rumando em direção à cidade capital.
Convenhamos que isso não é normal
nem aceitável!
Primeiro: Queria manifestar total
repúdio por esse ABUSO que traduz claramente, tremenda falta de
respeito, violação de privacidade, tentativa de intimidação, coação e violência
psicológica contra os residentes, etc.
Segundo: Quais eram/são as reais
intenções da visita? Foram fazer o diagnóstico/levantamento da situação do quintal
e da casa? Para que fins? Têm ou estão a preparar algum plano macabro? Sim,
porque fiquei a saber de alguém cuja casa foi também visitada por um drone;
competirá a cada um fazer a denúncia quando e se assim entender.
Terceiro: Nesta residência vivem
duas pessoas, Combatentes da Liberdade da Pátria e atualmente membros da
Direção do PCD (Partido de Convergência Democrática), partido de
oposição: Camélia Barros e Olegário Tiny, sendo este último
Vice-Presidente do PCD e ex-Diretor Executivo da Autoridade Conjunta Nigéria –
São Tomé e Príncipe.
Que estranha coincidência!
Precisamente nesta residência é que se recebe pela calada da noite “uma visita
malandra” de um Drone suspeito!
Quarto: Queria recordar que, no
passado ainda muito recente, foi cometido um bárbaro homicídio contra a pessoa
do Sr Dr Jorge Santos, ex-Presidente do Conselho de Administração da
Autoridade Conjunta Nigéria São Tomé e Príncipe. Na altura, várias informações
/boatos circularam sob a forma de justificações/ motivações para o crime
incluindo a hipótese de “queima de arquivos”.
Nesta residência, cujos donos
foram supramencionados, ninguém vendeu “armazém e guardou dinheiro em casa”,
ninguém vendeu loja ou o que quer que seja nem tão pouco guarda dinheiro em
casa. Quanto a eventuais “documentos comprometedores” de que também se falou,
se existissem, por razões óbvias, não seriam guardados justamente nesse lugar.
Quinto: Nos dias de hoje, em São
Tomé em que se vive num clima de tanta arbitrariedade, queria deixar bem claro
aos “Violadores”, às instituições Policiais, aos Santomenses em geral e a
todos a quem possa interessar, que qualquer eventual “acontecimento estranho”
sob qualquer capa, que possa por em causa a integridade física ou psicológica,
dos residentes do aludido espaço e/ou seus familiares próximos, dentro ou fora
do recinto da casa, deverá implicar em primeira mão a responsabilização dos
donos dos drones e/ou pessoas que tenham encomendado os respetivos
serviços, e de uma forma geral, das autoridades encarregadas da defesa e
segurança de todos os cidadãos deste país.
Sexto: Queria lembrar aos
Violadores que, por ocasião da comemoração dos quarenta e três anos da
Independência Nacional, já é tempo de aprenderem que em São Tomé e Príncipe se
lutou pela Independência nacional, e pela LIBERDADE e Desenvolvimento do País.
São Tomé e Príncipe é pertença de todos os Santomenses (no Interior e na
Diáspora) e, por isso, tem que haver espaço para todos, independentemente das
suas opções, até porque a participação de todos nós nesse processo é
absolutamente indispensável.
Camélia Barros*
*Médica, santomense, Combatente
da Liberdade da Pátria - BI nº 13812
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