O antigo presidente da Catalunha
chegou, este sábado, a Bruxelas, onde se tinha refugiado após declarar a
independência da região. Carles Puigdemont disse que o combate político com
Madrid é para contiunar. “Não nos resignaremos com esta falsa normalidade”
"Esperamos que o presidente [do
Governo Pedro] Sánchez aproveite o verão para fazer os deveres que estão
pendentes. O estado de graça também se acaba para o presidente Sanchéz.”
Regressado, este sábado, a
Bruxelas, para onde fugiu após a declaração unilateral da independência da
Catalunha, o ex-presidente do governo regional (Generalitat), Carles
Puigdemont, ‘disparou’ na direção de Madrid.
“Este não é o final da minha
viagem. Viajarei até ao último canto do nosso continente para defender a causa
justa do povo catalão”, avisou, numa conferência de imprensa realizada na
delegação da Catalunha na União Europeia. “Não nos resignaremos com esta falsa
normalidade.”
Ao seu lado, Puigdemont tinha
Quim Torra, o atual presidente da Generalitat, que se mostrou vitorioso com a
decisão da justiça alemã de recusar a acusação de delito de rebelião, como
pretendia Madrid. “O Estado espanhol perdeu esta batalha. Mais virão”, avisou
Torra. “Não pararemos até que os presos sejam livres, os exilados regressem e o
povo da Catalunha decida livremente nas urnas o seu futuro.”
CENTRO DE OPERAÇÕES EM WATERLOO
Puigdemont chegou à Bélgica vindo
da Alemanha, onde foi preso em março passado — e depois libertado —, no âmbito
de um mandado de captura emitido pela justiça espanhola. Após um tribunal do
estado alemão de Schleswig-Holstein o ter ilibado do crime de rebelião, de que
a justiça alemã o acusava, Espanha desistiu de extradita-lo nesses termos.
Na Bélgica, Puigdemont vive numa
moradia em Waterloo, sul de Bruxelas, batizada de “Casa da República”. O
edifício tornou-se no centro de operações do executivo que governava a
Catalunha até à declaração de independência e que foi destituído pela aplicação
do artigo 155 da Constituição espanhola, que permitiu ao governo de Madrid
assumir o controlo dos poderes autonómicos da região catalã.
Margarida Mota | Expresso
Na foto: Carles Puigdemont, à
direita, e Quim Torra, antigo e atual presidente da Generalitat, este sábado,
em Bruxelas | Eric Vidal/Reuters
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