Nada mudou e, esta segunda-feira,
a trabalhadora da corticeira Fernando Couto, em Paços Brandão ,
continua a trabalhar isolada e a arrumar paletes de rolhas.
A TSF começou o dia à porta da
empresa e tentou obter uma reação por parte dos proprietários. Um elemento da
administração veio até à entrada, mas recusou comentar o caso de Cristina Tavares , afirmando que o processo
está entregue ao gabinete jurídico e que "talvez a meio da semana" a
corticeira Fernando Coutou emita uma reação.
Cristina Tavares chegou à empresa
às 7h40. "Gosto de estar no meu posto de trabalho 5 minutos antes, para
não terem com o que implicar." Com voz rouca, magra e nervosa, sempre a
passar a mão no cabelo, conta que esta segunda-feira o trabalho vai ser igual
ao dos últimos meses. "Vou arrumar paletes, trabalho sozinha... Os meus
colegas estão proibidos de falar para mim."
Na sexta-feira, a Autoridade
para as Condições do Trabalho (ACT) esteve na corticeira Fernando Couto, pela
terceira vez desde maio. "Perguntaram o que estava a fazer, viram que
estava a desfazer paletes. Perguntaram porque estava lá em cima e não cá em
baixo, que é mais fresco. Eu disse que estava no castigo. Disse também que
estou disposta a fazer qualquer trabalho."
Este processo tem sido
acompanhado pelo Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte. Alírio Martins,
da direção do sindicato, estranha que a ACT ainda não tenha tomado uma posição.
"Sempre que estiveram cá elaboraram um relatório vago, que diz que estão a
acompanhar o processo e que a empresa foi autuada".
"Parece que a ACT ou não
quer ou sente-se impotente para resolver um caso destes", comenta o
dirigente sindical.
Cristina Tavares, que tem um
filho com problemas de saúde, garante que não vai desistir. "Sou o único
sustento da casa, sou nova e quero trabalhar".
Rute Fonseca | TSF | Foto: Leonardo Negrão/Global Imagens
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