sábado, 20 de outubro de 2018

Brasil | TSE abre ação para investigar suspeita contra campanha de Bolsonaro


O ministro Jorge Mussi negou, no entanto, pedidos de quebra de sigilo

André Richter - Repórter da Agência Brasil  Brasília

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Jorge Mussi abriu hoje (19) ação para investigar suspeitas de uso de sistemas de envio de mensagens em massa na plataforma WhatsApp custeados por empresas de apoiadores do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). O pedido foi feito pela campanha do candidato Fernando Haddad (PT).

Mussi rejeitou, no entanto, pedido de diligências como quebra de sigilo bancário, telefônico e de prisão dos supostos envolvidos, por entender que as justificativas estão baseadas em notícias de jornal e não podem ser decididas liminarmente.

Ontem (18), o jornal Folha de S. Paulo publicou reportagem segundo a qual empresas de marketing digital custeadas por empresários estariam disseminando conteúdo em milhares de grupos do aplicativo.

"Observo que toda a argumentação desenvolvida pela autora está lastreada em matérias jornalísticas, cujos elementos não ostentam aptidão para, em princípio, nesta fase processual de cognição sumária, demonstrar a plausibilidade da tese em que se fundam os pedidos e o perigo de se dar o eventual provimento em momento próprio, no exame aprofundado que a regular instrução assegurará", decidiu o ministro.

Entre as diligências negadas estão a realização de busca e apreensão de documentos na sede da rede varejista Havan e na casa do dono da empresa e apoiador de Bolsonaro, Luciano Hang, além de determinação da prisão dele, caso fosse rejeitado acesso à documentação. O PT também queria que fosse determinado ao WhatsApp que apresentasse, em 24 horas, um plano contra o disparo de mensagens ofensivas em massa contra Haddad. 

Apesar de negar as diligências, Jorge Mussi concedeu prazo para que a campanha de Bolsonaro possa apresentar defesa prévia. Com a decisão, os fatos serão investigados no decorrer normal do processo eleitoral no TSE. 

Advogados pedem audiência com Rosa Weber para discutir fake news

André Richter - Repórter da Agência Brasil  Brasília

Um grupo de advogados e juristas pediu hoje (19) uma audiência com a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, para cobrar medidas contra divulgação de notícias falsas nas redes sociais. O grupo é formado pelo advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, que atua para investigados na Operação Lava Jato, e o ex-advogado de Lula, Sepúlveda Pertence. O ex-ministro da Justiça do governo Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, também assina o documento.

Em um documento enviado hoje à ministra, o grupo também pediu que as medidas solicitadas pela coligação do candidato à presidência da República Fernando Haddad (PT) contra a campanha de seu adversário Jair Bolsonaro (PSL) sejam autorizadas de forma urgente.

Na quinta-feira (18), a coligação de Haddad entrou com pedidos no TSE para que a candidatura de Bolsonaro seja investigada em razão das suspeitas de uso de sistemas de envio de mensagens em massa na plataforma WhatsApp custeados por empresas de apoiadores do candidato.

No mesmo dia, pelo Twitter, Bolsonaro afirmou que não tem controle sobre apoios voluntários e que o PT não está sendo prejudicado por fake news, e sim pela “verdade”.

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