Francisco Assis (PS) e João
Pimenta Lopes (PCP) estão no Brasil, a convite da candidatura de Fernando
Haddad Manuela D'Ávila. Testemunharam o entusiasmo na hipótese de uma
reviravolta este domingo.
Tem sido uma voz muito crítica em relação a Jair
Bolsonaro e um artigo que escreveu no jornal Público, intitulado "Um
canalha à porta do Planalto", teve impacto no Brasil, com milhares de
partilhas. Por isso, Francisco Assis foi convidado para estar em São Paulo com Fernando
Haddad, o candidato do PT, na véspera e no dia da segunda volta.
Quem também cá está, para
acompanhar o dia que vai decidir o futuro imediato do Brasil é o eurodeputado
do PCP João Pimenta Lopes, que tal como Assis esteve reunido com pessoas
ligadas ao PT, ao Partido Comunista do Brasil e outros movimentos na CUT, a
Central Única dos Trabalhadores. E lá, nessas reuniões, otimismo não foi
palavra vã para descrever o que os dois eurodeputados portugueses encontraram
ouviram.
"Vi que estão muito
animados, que estão muito convencidos pela forma como correu a campanha nesta
última semana. Há aqui uma grande animação e uma grande esperança. E isso é
muito importante. Primeiro porque há expectativas para uma vitória que
considero absolutamente essencial mas se perderem será, apesar de tudo, bom que
percam com uma excelente votação porque isso permitirá depois reforçar a sua
capacidade de contestação a um Presidente da República com características
pouco recomendáveis", diz Francisco Assis à TSF.
Já João Pimenta Lopes diz que
sentiu confiança. "Compreendendo a dificuldade da situação e que nada está
certo, uma grande confiança de que ainda é possível fazer aquilo que aqui se
chama 'a virada'. Uma grande confiança nos movimentos progressistas, democráticos,
que o povo brasileiro se mobilize em defesa da democracia, da liberdade,
rejeitando um projecto que encarna uma visão fascista".
Francisco Assis não tem dúvidas
em chamar energúmeno a Bolsonaro, e afirma que o candidato do PSL é um
antidemocrata. Daí o espanto que lhe causou a posição neutra de Ciro Gomes, o
líder do Partido Democrático Trabalhista: "Ele neste momento tinha
obrigação absoluta de se colocar ao lado de Haddad e de não de se refugiar como
uma espécie de solução futura para o Brasil".
E se Bolsonaro vencer, João
Pimenta Lopes receia a violência nas ruas. "Existe o grande risco, e isso
pode ser transportado para fora do Brasil também, de que movimentos
reacionários, fascistas, assumam nas suas mãos também aquilo que são as
palavras de Bolsonaro. Essa é mais uma das razões para fazer a 'virada' e para
garantir que se defenda a democracia e a liberdade no Brasil", adiantou o
eurodeputado.
A resposta será dada este
domingo, pelos brasileiros, nas urnas.
Ricardo Oliveira Duarte, Enviado
Especial a São Paulo | TSF
Foto: Reuters/Sérgio Morais
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