Existe mais de um milhão de
portugueses pobres com trabalho, segundo o apuramento da Rede Europeia
Anti-Pobreza, foi ontem divulgado no assinalar do Dia Internacional de
Erradicação da Pobreza. Não sabemos como os autores chegam a estes números mas é
facto que ao olharmos nos locais de trabalho, pelas ruas, pelos aglomerados de
zonas pobres com casarios e barracas que se estendem pelas zonas degradadas de
Lisboa e Porto, olhando para como sobrevivem os que por ali habitam, pudemos pôr
as mãos no fogo em que por todo o Portugal existem muitos mais trabalhadores
pobres que 1.1 milhão, fruto dos salários de miséria que recebem, quando
recebem e não lhes pregam o “calote”. Oportunistas caloteiros vimos aos
magotes, por exemplo, em empreiteiros e subempreiteiros na construção civil e
noutras artes profissionais. Apesar disso colamos a seguir o texto retirado do
Esquerda.net, onde pelo menos alguma realidade consta, embora que decerto não
correta nos números e na quantidade de trabalhadores que trabalham para
continuarem sempre pobres, contagiando sem quererem os filhos e restantes famílias.
Isso, enquanto os que roubam os trabalhadores vivem nababamente e asseguram a
continuidade da vivência à fartazana aos filhos e restantes famílias. (CT | PG)
Em Portugal há 1,1 milhões de
pobres com trabalho
Especialistas reconhecem o
impacto da recuperação de rendimentos e aumento das pensões na melhoria de
vida dos muito pobres nos últimos dois anos, mas lembram que não é
suficiente. Hoje celebra-se o Dia Internacional de Erradicação da Pobreza.
A Rede Europeia Anti-Pobreza
(EAPN Portugal) alerta para a existência de mais de 1,1 milhões de pessoas em
Portugal que têm trabalho, mas são pobres. Os dados foram dados pelo presidente
da EAPN Portugal em entrevista à agência Lusa, por ocasião do Dia Internacional
de Erradicação da Pobreza.
Jardim Moreira salienta que a
existência de um emprego não é suficiente nestes casos, sendo necessária uma
maior aposta na educação e na melhoria das qualificações.
“Em Portugal, temos 10,8% de
trabalhadores que são pobres, achámos que era necessário chamar a atenção para
esta realidade, de que não basta ter um emprego para sair da pobreza”, apontou
à Lusa o padre Jardim Moreira.
O responsável sublinhou que “não
basta ter um qualquer dinheiro para ter uma vida adequada à dignidade humana, é
preciso ter um rendimento adequado, que possibilite satisfazer as necessidades
familiares”.
Uma das dificuldades que destacou
para a dificuldade em aceder a empregos com melhores remunerações é a ausência
de qualificações necessárias. Como tal, defendeu que as políticas que melhorem
as condições de trabalho incluam também uma política de formação em
educação.
Reconhecendo as melhorias “no
nível de vida dos muito pobres” nos últimos dois anos, seja pelo aumento dos
rendimentos disponíveis, seja pelo aumento do valor das reformas, o responsável
considera que ainda não chega.
“Mas a verdade é que ainda
continuamos com 18,3% de pobres de rendimentos e chegam aos 23,3% os
excluídos”, destacou, considerando que “apesar da melhoria, de modo global, os
números não são ainda satisfatórios”.
Esta é também a opinião de Carlos
Farinha Rodrigues, investigador e professor universitário, também
entrevistado pela agência Lusa no âmbito deste dia.
Segundo Farinha Rodrigues, apesar
das melhorias económicas observadas nos últimos anos, o país ainda não
conseguiu regressar aos valores registados antes da crise de 2008, altura em
que a taxa de pobreza se situava nos 17,9%, 0,4 pontos percentuais abaixo dos
18,3% registados em 2016, e que significam mais de 1,8 milhões de pessoas em
situação de pobreza. Houve “um agravamento muito grande” dos principais
indicadores de pobreza durante a crise económica, explica.
“Os últimos resultados conhecidos
referem-se a 2016 e esses resultados foram simultaneamente promissores e com
fatores de preocupação”, apontou, explicando que foram promissores porque uma
“forte repressão na taxa de pobreza das crianças e jovens”, “alguma redução” na
taxa de privação material severa e uma redução ligeira na taxa global de
pobreza.
O investigador defende uma
estratégia nacional mais abrangente no combate à pobreza, uma que tenha em
conta não apenas políticas sociais, mas também políticas económicas em geral,
bem como as áreas da saúde e educação. “É esta visão de conjunto que eu continuo
a achar que falta no nosso país”, concluiu.
Esquerda.net | Foto de Paulete
Matos
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