Continua a não haver consenso
quanto a nova data para as eleições legislativas na Guiné-Bissau. Para a
Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), a votação não
deveria ser adiada para o próximo ano.
O ministro dos Negócios
Estrangeiros da Nigéria, Geoffrey Onyeama, afirmou esta segunda-feira (05.11)
em Bissau que a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO)
quer que as eleições legislativas na Guiné-Bissau se realizem ainda este ano.
No final de uma visita de algumas
horas a Bissau, o chefe da diplomacia nigeriana, que liderava uma delegação da
qual faziam parte, entre outros, o presidente da comissão da CEDEAO,
Jean-Claude Brou, disse ter transmitido aos responsáveis políticos e da administração
eleitoral e aos representantes da comunidade internacional que as eleições
devem ter lugar antes do final de 2018.
A delegação da CEDEAO reuniu-se,
por duas vezes, com o Presidente guineense, José Mário Vaz, com o
primeiro-ministro do país, Aristides Gomes, partidos políticos e ainda com
representantes do P5, espaço de concertação entre as Nações Unidas, União
Africana, CEDEAO, Comunidade de Países de Língua Portuguesa e União Africana.
Para quando eleições?
As eleições legislativas na
Guiné-Bissau estavam inicialmente marcadas para dia 18 deste mês, mas
dificuldades na preparação do processo, nomeadamente atrasos no recenseamento
eleitoral, levam a que o escrutínio seja adiado para uma data ainda por marcar.
Os atores políticos ainda não
alcançaram um entendimento quanto à nova data, com alguns a pedirem mesmo a
mudança do atual Governo, que acusam de incapacidade para organizar as
eleições.
Nova data "em concertação
com CEDEAO".
A posição quanto à necessidade das
eleições se realizarem este ano foi também vincada no comunicado final da
visita da CEDEAO, ao qual a agência de notícias Lusa teve acesso.
No documento lê-se que a CEDEAO
saúda a decisão das autoridades eleitorais em prolongar o recenseamento
eleitoral até dia 20 deste mês, mas convida os atores políticos a uma abertura
para permitir que as legislativas tenham lugar antes do final do ano.
"Uma nova data [das
eleições] será proposta às autoridades em concertação com a CEDEAO",
sublinha o comunicado.
No documento, a organização
sub-regional africana promete desencadear diligências para que os equipamentos
de registo biométrico de potenciais eleitores cheguem à Guiné-Bissau no mais
breve prazo, sem, contudo, indicar uma data exata.
A CEDEAO exorta ainda as
autoridades a tudo fazerem para que as eleições decorram num clima de total
transparência e credibilidade.
O comunicado felicita,
igualmente, o Presidente e o primeiro-ministro guineenses pelos esforços
desenvolvidos para que as eleições tenham lugar em 2018, conforme decisão saída
da última cimeira de líderes da CEDEAO.
Agência Lusa | em Deutsche Welle
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