Recentemente, a Indonésia abriu
uma base militar na parte sul do mar do Sul da China, com a previsão de
instalação de mil militares.
Considerada por cientistas
políticos como um ponto de conflito, o mar do Sul da China é uma área
estratégica de mútuos interesses de grandes potências regionais e
extrafronteiriças.
As disputas territoriais de longa
data, as tentativas ativas dos Estados Unidos e de outros países
ocidentais de lidar com as contradições dos participantes de disputas,
as reservas de hidrocarboneto e a passagem de rotas marítimas estratégicas
pelo mar, tudo isso faz com que aumente seriamente a presença militar nesta
região.
A militarização da área do mar do
Sul da China obriga os Estados da Região a aumentar seus gastos militares e,
consequentemente, os riscos de conflitos também crescem, dificultando ainda
mais a solução do problema.
A Indonésia não participa de
disputas territoriais do mar em questão, mas começaram a surgir preocupações em
Jacarta sobre possíveis reivindicações da China em relação à zona econômica
exclusiva perto do arquipélago de Natun.
O especialista chinês Shen
Shishun, durante entrevista à Sputnik, disse que não vê razão para a Indonésia
aumentar sua presença militar na região.
"Indonésia e China não são
participantes das disputas no mar do Sul da China. Se a Indonésia cria uma base
militar dentro do seu território soberano, então é necessário entender a
necessidade dessa medida, ou seja, se existem de fato motivos para criar uma
base militar especificamente nesta área. Se algo ameaça a segurança nacional, é
claro que você precisa agir. No entanto, se não houver ameaça, e você toma
medidas militares, isso poderá forçar outros países da região a fortalecer a
militarização na região. Isso é claramente inadequado", ressaltou Shishun.
Para o especialista, é necessário
analisar as ações indonésias, determinando se elas de fato são
construtivas para a região e se contribuem para a paz e estabilidade do mar.
"Este é o ponto de partida
para avaliar as decisões tomadas. A julgar pelas ações indonésias, não
penso que elas sejam necessárias. Ninguém ameaça a Indonésia em todas as águas
do mar do Sul da China. Ações militares em tal situação não contribuem para a paz
e estabilidade na área", ressalta.
Quando perguntado sobre
as perspectivas para o próximo ano, o analista chinês afirmou que, no
momento, a situação geral da região do mar "está se desenvolvendo na
direção da estabilidade e cooperação, e essa tendência está aumentando".
"Se uma situação turbulenta
surge na região e a ameaça externa aumenta, então os países costeiros podem
tomar suas próprias medidas preventivas […] Este ano, o status quo foi mantido
na região, e um ambiente estável e pacífico foi mantido. Países localizados no
mar do Sul da China são obrigados a manter conjuntamente a estabilidade
regional."
O Código de Conduta (CC) no mar
do Sul da China, que a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e a
China vêm desenvolvendo em conjunto desde 2012, tem como objetivo evitar
conflitos sobre disputas territoriais por ilhas e recursos marinhos na região.
Durante a última cúpula da organização, realizada em Singapura em novembro de
2018, os países envolvidos acordaram manter a conduta por três anos.
Sputnik | Foto: AFP 2018
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